Nova York, Apto. de Tony e Steve, 05:10h
- Já estou indo... Posso pedir para não se preocupar?
Tony ignorou, estava virado para o outro lado, de braços cruzados
- Vai adiantar de algo eu pedir pra não se preocupar? - Steve continuou insistindo, se aproximou de Tony enquanto fechava a fivela do cinto
Tony respirou fundo e continuou na mesma posição, Steve pôde ver seu rosto de relance, estava bem acordado, com uma feição não muito agradável...
- Qual é!? Não pode ficar bravo comigo para sempre. - Steve riu, sentando-se atrás de Tony
- Não estou bravo Steve. Vá logo. - Tony respondeu de forma séria, tinha algum problema aí, mas o loiro continuava rindo da situação
- Está me expulsando!? Tenho quase certeza que na noite passada o problema era eu ir embora!
- Para de me testar Steve. Não era você que estava apressado para comparecer nessa missão? - Tony estava ficando irritado de verdade, Steve percebeu isso na mudança dos tons de voz.
- Está realmente preocupado? - Steve perguntou
- É claro que sim. A homofobia mata sabia? Aqueles malditos protestos contra os homossexuais me preocupam. - Tony sentou-se na cama e permaneceu com o rosto baixo
- Anthony, nada vai acontecer, eu prometo. - Steve colocou a mão no ombro do outro, dando-lhe o conforto das palavras
- Não é você que decide, Cap. O mundo está perigoso...
- Se o mundo não estivesse perigoso, não existiria um Capitão América e nem um Homem de Ferro, concorda? - Tony franziu as sombrancelhas, ainda olhando para baixo - Sim, o mundo está perigoso, mas o que podemos fazer? Tony, viver preso em uma casa, sem sair nem um minuto sequer, não é uma opção, é prisão! Temos direito de viver as nossas vidas como qualquer um. - Steve continuou
Tony concordou, mesmo que por dentro, esfregou as mãos uma na outra e em seguida mergulhou os dedos no próprio cabelo, suspirando com dúvida.
- Escute... - Steve colocou seu dedo indicador no queixo de Tony e ergueu a cabeça do mesmo, fazendo-o ficar com o olhar fixo nos seus olhos. - Eu vou voltar para casa, você sabe disso. Não posso abandonar a pessoa mais importante da minha vida, não tenho permissão para isso. - Steve selou ambos lábios, isso fez Tony fechar os olhos com calmaria, apenas uma única lágrima saiu do seu olho esquerdo, caindo em seu antebraço.
...
- Volte para casa, assim que terminar a missão. Sem missões secundárias, entendeu? - Tony falou, no interior da casa, segurando a maçaneta da porta, Steve estava em sua frente, já no corredor, do lado de fora
- É claro que sim. Posso ir agora, vossa alteza?
- Oh! - Tony atuou surpresa - Mas olha só quem resolveu fazer graça! Pensei que eu fosse o cômico da nossa dupla.
- Uns anos vivendo ao seu lado, e a gente se acostuma com as piadas, até aderi algumas. - Steve riu alto da situação
- A hora está chegando, Cap. Posso confiar em te deixar ir sozinho, ou vou ter que colocar um rastreador na roupa do garotão? - Tony perguntava, ainda rindo das piadas anteriores
- Sabe, nossas conversas sempre me animam, vou sentir falta delas quando estiver lá. - Steve permaneceu durante uns segundos
- Não vai sentir falta, se não for. - Tony tentou se garantir
- Eu vou voltar logo. - Steve sorriu e falou essa última frase, colocou a mochila em suas costas e saiu correndo em estilo 'cooper', Tony respirou fundo, um dia longo lhe aguardava pela frente, entrou em casa e fechou a porta.
Seus olhos imediatamente se fecharam, quando ele deu um rápido salto na cama, dormiu ali mesmo, de barriga para baixo, com um roupão de banho, e duas pantufas macias nos pés.
...
Anthony acordou no som de uma pessoa ordenando algo, seu rosto estava fincado no cobertor branco da cama e estava com cãibra nos braços por dormir em cima deles
- Stark, Stark... Acorde, vamos. - A voz era feminina, cabelos pretos, e um blazer branco, estava em pé ao lado da cama
- Quem... quem é!? - Tony fez esforço, levantou a cabeça, estava com dor no pescoço
- Garoto. Seus pais me chamaram aqui, vamos, levante-se logo, preciso vestí-lo!
- Quem é você? Como entrou aqui? E porque está me chamando de garoto? - Tony levantou da cama, esfregou os olhos e observou bem quem era a moça, nunca a tinha visto na vida, seu primeiro intuito foi colocar a mão em cima do telefone
- Calma filho, não sou ladra! - a moça falava com um sotaque russo, de alguma forma, fazia Tony se lembrar de Natasha
- E o que está fazendo aqui ainda!?
- Eu sou uma estilista pessoal, garoto. Fui chamada pelos seus pais, me disseram que não saberia se vestir sozinho para um evento especial.
- Evento especial? - Tony continuava confuso com a aparição
- Pare de fazer perguntas, se quiser confirmar a vinda, ligue para os seus pais.
...
- Mãe, eu não precisava de um estilista pessoal. Eu quero ela fora da minha propriedade.
- Você não precisa viver na mesma casa que eu, para eu saber que não consegue se cuidar sozinho, aliás, me prometeu que ia nesse evento e quero você bem vestido. - A voz de sua mãe ecoava pelo telefone
- A senhora deveria me consultar antes sobre trazer uma desconhecida na minha casa, e dar a chave da porta à ela! - O espanto foi grande no rosto do Stark, nem ao menos se lembrava de ter prometido à mãe que iria no evento.
- Sem mais, Anthony, você está em boas mãos.
Tony suspirou em raiva, ao terminar a ligação, a estilista estava no sofá, esperando por ele, com uma cara de deboche
- Pare de me olhar assim. - Tony disse, jogando o telefone no sofá e indo buscar uma xícara de café na cozinha
- Não vim aqui implicar contigo filho, acredite, tenho mais o que fazer também. - A tal moça disse
- Pare de me chamar assim, só me diga o que tenho que vestir ou quem tenho que matar e então saia da minha casa. - Tony tomou dois goles do café e ficou em pé na frente da moça russa, enquanto ela media o corpo do mesmo, com os olhos
- Vou te colocar em um terno azul escuro, com uma gravata branca. Vai ficar do jeito que sua mãe pediu. - A moça disse, tirando um terno limpo e bem passado, de um plástico
- Você sempre veste as pessoas assim? - Tony perguntou, bebendo goles de café da xícara
- Assim como?
- Contra a vontade delas. - Tony riu e cruzou os braços
- Ah garoto. Estou sendo bem paga para te aguentar. - A moça estava medindo a cintura de Tony
Passados alguns minutos de uma discussão extremamente engraçada, Tony estava colocando seu respectivo terno azul.
- Meu nome é Tony, mais
precisamente, Anthony, e você deve me chamar como tal. - Agora Tony já estava vestido, o mesmo estava ajeitando a gravata branca, em frente à um espelho
- Seus pais chegaram a me dizer o seu nome.
- Mas esqueceu?
- Não, eu não quis chamá-lo assim. - A moça colocou dois sapatos de bico fino, pretos, no canto do espelho, e a chave do apartamento na mesa
- Se engana ao achar que devo ordens à você, tenha uma boa festa, Sr. Stark. - A estilista russa saiu pela porta, fechando-a com força
Ah, então se trata de uma festa?
Tony pensou por um segundo, e enfim ele pôde suspirar de alívio ao ver a moça sair de sua casa finalmente, ele checou o telefone, para ver se havia alguma ligação perdida, mas nada. Sentou no sofá, para colocar a última peça de seu look: os sapatos, e então ouviu um grito do lado de fora da porta, a voz em si, era familiar. Ao terminar de calçar os sapatos, foi até a porta e parou a gritaria do lado de fora, era o seu motorista, Happy, o chamando para partir.
Nova York, Salões Lúcio Bellinata, 14:24h
Não demorou muito para chegarem ao local do evento, era uma festa de classe alta, só os colares e brincos das mulheres valiam uma moradia de luxo em Malibu. Paparazzis e fotógrafos em geral tiravam fotos de cada parte da roupa de Tony, enquanto acompanhavam a entrada do mesmo na festa luxuosa.
- Anthony! Quanto tempo, e está sem aquele encosto. - Uma das mais ricas, tias da família Stark, saudava Tony com uma taça de champanhe, você já deve imaginar a quem ela se refere com a palavra encosto.
- Tia Soph! Que surpresa ótima. - Tony não suportava a sua família e isso não era novidade para ninguém, fez o maior esforço do mundo para poder cumprimentá-la de forma não muito irônica e isso se repetiu com quase todos os membros da família Stark que estavam naquela festa
- Tony, precisa se apressar com as apresentações aí, sua acompanhante está te esperando em uma das mesas. - Disse a mãe de Tony, Maria Stark, puxando o mesmo pelo braço para levá-lo á uma das mesas
...
- E só pra especificar... Porquê eu preciso de uma acompanhante? - Tony observou a sua suposta acompanhante, era uma linda moça, porém não te interessava nem um pouco, não a conhecia
- Já sabe o motivo, é uma festa formal, precisa de uma acompanhante sim, para dançar com ela, e ser seu par para tudo, aquela mesma coisa de sempre filho, igual ao seu aniversário e todas as outras festas. - Maria puxou Tony para sentar-se ao lado da moça, ele não queria estar ao lado dela, queria que tudo aquilo acabasse logo, então mesmo contra sua vontade, ele sentou ao lado da bela moça e cortejou uma taça de vinho com a mesma, enquanto assistia a sua mãe se afastar de ambos
...
- Você é uma moça bonita, porém... - Após alguns minutos de ambos ficarem encarando o palco vazio em um silêncio estranho, Tony resolveu quebrar o gelo, estava muito incômodo com a situação, principalmente porque a 'bela moça' ao seu lado, ficava apertando suas coxas em baixo da mesa à cada 15 segundos
- Porém... você já quer me levar para cama? - A moça era bem ousada, já havia aberto o decote por pelo menos uns 8 centímetros desde que tinha sido apresentada ao Tony
- O quê? Calma anjinho. Eu ia dizer que preciso de uma pausa. - Tony levantou suas sobrancelhas e então esclareceu a situação, a moça se espantou, porém Tony não ficou ali por muito tempo para ver a reação que vinha seguida dessa
Anthony foi até a sacada do prédio, a festa estava acontecendo em um dos andares mais altos, mas Tony não sabia ao certo qual era, pois em 4 horas de festa, já havia tomado muitas taças de álcool. O mesmo tirou seu celular do bolso, desbloqueou-o e checou as notificações, não haviam ligações perdidas, nem mensagens, Tony fechou os olhos e respirou fundo, estava fazendo de tudo para aguentar essa festa, repleta de homofóbicos e a sua família, que estava o matando aos poucos, mas ele estava realmente se esforçando para aguentar até o fim do dia, tudo para poder ver os lindos olhos azuis de Steve pela ligação em vídeo.
Tony se sentiu enjoado.
Guardou o celular no bolso e entrou de volta no salão, a maioria dos convidados da festa estavam se sentando em suas mesas, sua mãe e seu pai estavam uma mesa próxima à sua, e na sua mesa, estava a acompanhante. Tony passou pelas mesas, pedindo licença pra passar, e foi até o banheiro, lá, não aguentou; entrou em uma das cabines e se ajoelhou na frente de um dos vazos sanitários, vomitou quase tudo o que havia ingerido na festa >e antes dela<. Estava sentindo sua cabeça girar, afinal, havia algo a mais na bebida? Ele não sabia ao certo, só queria ir para casa, estava esgotado e sufocado.
Saiu do banheiro, com os olhos quase fechados, o cabelo bagunçado, terno desajustado, não sabia nem se o celular ainda estava no seu bolso ou se sua alma ainda estava dentro de seu corpo. Foi até a sua mesa, depois de pedir licença novamente para todos, encostou a sua cabeça na parede e respirou fundo, sua mãe virou para trás e balançou sua cabeça com uma cara não tão agradável.
O que Tony tinha feito de tão ruim, sendo que ele nem estava lá, a maior parte do tempo?
Entretanto, Tony ignorou isso, deixou para resolver depois, em meio á todo o barulho que saía do microfone, Tony retirou o celular do bolso, uma última vez, discou alguns números e enfim conseguiu falar com Happy, esclareceu na ligação, que não estava passando bem e que precisava de Happy com o carro na frente do estabelecimento em pelo menos 5 minutos.
A missão estava praticamente feita, só precisava avisar à sua mãe, sobre a sua saída e o fez. Cutucou a sua mãe com o seu indicador e só conseguiu dizer algumas palavras curtas.
- Desculpe, mas estou saindo agora. - Levantou da cadeira, e mal se despediu de seu pai e nem de sua acompanhante, caminhou com a mão na testa, até o elevador, apertou o botão do térreo e então entrou no mesmo. Conseguiu ver de relance, a sua mãe com uma feição confusa no rosto. Mas aquilo não lhe importou na hora, assim que o elevador desceu, ele já viu o carro com a porta de trás aberta, e Happy esperando na frente para o auxiliar.
Nova York, Apto. de Tony e Steve, 18:40h
Após muito, muito trânsito, Happy conseguiu deixar Tony em casa, o mesmo caiu na cama e adormeceu ali mesmo, de terno bagunçado, sujo, cabelo cheio de bebida alcoólica e esgotado. Horas depois, Tony acordou com uma conversa dentro de casa, sua cabeça doía muito, e suas costas então, nem se mencionava. Sentou na cama e logo procurou pelo seu celular, não conseguiu achar e desistiu de procurar pelo quarto, focou apenas na sua dor de cabeça.
- Quem machucou o Tony? Onde ele está? Happy eu quero respostas. - Tony ouviu aquela voz, e já a conhecia, era Steve, estava furioso pela ligação, Happy tentava amenizar a situação, mas Steve persistia em querer respostas, que Happy claramente não tinha.
- Me passe o celular, aliás obrigado. - Tony surpreendeu Happy, que suspirou aliviado, o mesmo apanhou o celular e colocou próximo ao seu ouvido, com a outra mão na testa, se dirigiu até a sacada, já era noite, o céu estava estrelado, o clima estava quente.
- Steve? - Tony disse, de forma suave
- Anthony? Você está bem? Happy disse que estava desacordado, não estou entendendo, o que houve? - Steve estava feliz por finalmente falar com Tony, dava para perceber pelo seu tom de voz que havia mudado em questão de segundos, porém, continuava confuso
- Eu estou bem, acredite. Houve uma festa, meus pais acabaram me arrastando para ela, não pude te avisar sobre tal, me desculpe. - Tony se encostou no vidro da sacada, enquanto falava ao telefone com uma voz cansada
- Não tem que se desculpar, eu só preciso saber que você vai continuar bem, não posso cuidar de você de tão longe, por favor, tome cuidado. - Steve disse
- Eu vou tomar cuidado, não é para isso que estamos aqui? Eu preciso de você aqui logo. Volte. Rápido. E se cuide também. - Tony agora estava falando pausado, estava muito cansado, Steve notou isso desde a primeira fala ao telefone, o mesmo de despediu e pediu para falar com Happy
- Capitão? Quer falar comigo? - Happy apanhou o telefone e colocou Tony em uma poltrona com uma bolsa de gelo na sala de estar
- Sim. Eu quero que você cuide dele, tranque a porta, por favor, não o deixe sozinho com a família dele e nem com algum desconhecido, sei que ele já é crescido e ficaria bravo comigo falando pra cuidar dele, desse jeito... Mas ele é frágil, e tem uma família um pouco tóxica, quero que cuide dele por mim. - Steve foi bem claro na ligação
- Farei de bom grado, Cap. - Happy alegou
- Obrigado. Mas não o impeça de sair ou fazer algo, não haja como uma babá - Steve riu e fez uma pausa - Em outras palavras, cuide dele, mas não o sufoque, ninguém gosta disso. Preciso ir agora. - Steve teve que desligar, foi bem claro e sério nas exigências
Happy insistiu em Tony tomar um banho e ir para cama, como Tony estava um pouco esgotado, ele logo fez os pedidos de seu assistente e ordenou que Happy dormisse no quarto ao lado.
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The Weight of a Name (Stony)
Fanfiction" - Você é... - Tony começou uma frase e a parou, Steve já esperava um ato que indicasse irritação vindo do outro. - Você, Steven, é literalmente a única pessoa no mundo que pode me pedir isso. - E isso era um sim, vindo de Tony Stark para a pessoa...