Trânsito de Nova York, 10:06h
E todo aquele pesadelo se repetia, o negócio era que, a família de Tony estava toda reunida em Nova York e eles queriam aproveitar isso enquanto restava tempo, haviam 5 limusines, uma seguida da outra, todas estavam preenchidas com os membros da família Stark, no carro principal é claro, estavam os anfitriões, Howard, Maria, Tony, a sua acompanhante (que tinha um nome, mas Tony não fazia questão de se lembrar) e alguns guarda-costas da família. O silêncio estava grande nesse carro, Maria e Howard gostariam de ver mais interações entre Tony e a acompanhante, porém Tony estava claramente incômodo com a presença da mulher, que permanecia passando as mãos de forma invasiva em toda a extensão de seus braços e ombros.
Tony era homossexual, e sua família não aceitava isso, estavam tentando "convertê-lo à heterossexual" desde muito tempo e isso o deixava muito irritado e magoado, afinal, ele se mudou para finalmente ser feliz com o namorado, mas a família ainda o perseguia como cão e gato.
O telefone de Tony começou a vibrar e tocar, era sem dúvida uma ligação inesperada, o silêncio foi quebrado, ele pegou o celular de seu bolso e colocou o dedo sobre o ícone do telefone, nestante sua mãe o olhou com um olhar de desdém e disse:
- Sem celulares, é para ser formal.
- Preciso atender.
- Mas não vai, ou vai? - Maria estava testando o mesmo, desde que havia o encontrado de novo
- É claro que vou. - Tony estava honrando a sua idade, e quando ia atender o telefone, a ligação parou, muita demora? Talvez.
Ouviu-se o freio do carro, e o motorista anunciando a chegada, era uma linda e luxuosa casa, provavelmente de um tio ou tia que Tony sequer conhecia, ambos embarcaram, eram mais de 40 membros da família, saindo das limusines, Anthony foi o primeiro a entrar na casa, junto aos seus pais, todos foram saudados pela mesma tia da festa de ontem, Tia Sophie (de apelido Soph). Tony odiou a surpresa, odiava aquela tia, odiava a idéia de estar rodeado pelos membros tóxicos de sua família, mas tinha que aceitar, e fez isso calado.
...
13:00 em ponto, o almoço em família havia começado, a mesa de mogno envelhecido era enorme e farta, rodeada de pessoas conversando entre si e desfrutando de suas refeições, Tony mal tocava no seu prato, estava muito irritado e incômodo com sua família, bastava um comentário para tudo cair por terra.
Ouviu-se um barulho. E o celular de Tony estava tocando novamente, Tia Soph e Maria Stark resmungaram, um silêncio se instalou no salão, incrível como o centro de tudo era o querido Anthony Stark. Tony olhou para sua mãe novamente, era a milésima vez que Anthony procurava a aprovação da mãe, buscando o olhar dela, mas ela sempre parecia decepcionada, infelizmente. Todos os membros da mesa, pararam de comer, e uma única voz se destacou no silêncio, Howard Stark estava falando.
- Não vai atender? - Howard disse com tamanho deboche
- Com licença. - Tony se levantou da cadeira e estava indo em direção às escadarias para atender o celular, até ouvir outra voz surgir no silêncio do salão
- Como se não bastasse esse encosto que todos insistem em chamar de herói, atrapalhar o nosso almoço. Lamentável o que o seu filho se tornou, Howard. - A voz rouca e cerrada vinha de um dos tios do lado direito da mesa, a Tia Soph concordou com um olhar fixo, lançado à Howard
- Eu nunca pedi para ele ser assim. - Howard respondeu, se sentando de volta na cadeira.
Tony esperava ao menos um apoio vindo de seu pai, mas o que veio foi contrário, Tony era tudo, menos um sucesso, era a decepção da família, e pra todos os membros sentados na mesa, ele apenas representava vergonha. O mesmo respirou fundo, estava com lágrimas nos olhos, ele não via a hora de poder fugir dali e ir direto para casa, ser acolhido. Ele se virou em direção à mesa, onde todos os membros estavam se olhando entre si e olhando para ele.
- Olha eu cansei, eu cansei dessa merda toda, tendo que aturar vocês durante dois dias inteiros, essa merda de família está me levando ao buraco já faz muito tempo, e está na hora de parar, espero que todos vocês possam ir direto ao inferno e fiquem por lá, vão se foder. - Tony disse, e continuou, ele não esperava fazer as pazes com a sua família nem tão cedo depois dessas falas - Sabem o que eu vou fazer agora? Eu estou pegando as minhas coisas e me retirando desse covil de cobras que vocês insistem em chamar de família. Vou honrar o nome Stark não por vocês, mas por mim. - Tony pegou seu terno e pendurou em seu ombro, se aproximou da querida Tia Soph e selou as palavras
- Eu espero que o "encosto" do meu namorado, nunca tenha o desprazer de te conhecer, e que a senhora vá para a puta que pariu junto ao Tio Henry e ao Tio John. Que se fodam!
- Chega disso. Cale a boca Anthony, AGORA! - Howard se aproximou bruscamente de Tony e lhe deu um tapa no rosto, agora a sua boca estava sangrando, um enorme escândalo se instalou no salão, Maria Stark levantou da cadeira e tentou apartar seu marido, infelizmente foi sem êxito, duas tias puxaram Maria para longe, e deram passagem para Howard avançar sobre Tony, e o prensar sobre a parede
- Pai! - Tony gritou com tamanho espanto nos olhos, quando sentiu suas costas chocarem contra a parede
- Você não aprende nunca não é? Tem sempre que te machucar para você aprender algo Anthony! Sempre! - Parecia que Tony tinha voltado no tempo, Howard estava batendo-o de muitas formas possíveis, durante longos minutos, Tony mal conseguia abrir os olhos, mas estava ouvindo a gritaria que se espalhara pelo salão, ouvia a voz de sua mãe, gritando para fazê-lo parar, ouvia sua tia gritando o nome de seu pai, mas o fuzuê não parava, seu pai continuava o batendo, e gritando em seu ouvido, um verdadeiro pesadelo.
Hospital Geral de Nova York, 18:48h
Tony terminou desmaiado, com um olho roxo, um corte na boca, outro na sobrancelha, as costas roxas e as pernas então nem se falavam. Estava deitado em uma cama, num quarto de hospital, desacordado, acompanhado pela sua mãe, Maria, Natasha (que estava junto à Happy no carro) e pelo seu assistente e motorista, Happy.
- A senhora não deveria se culpar pelo ocorrido. As devidas medidas já estão sendo tomadas. - Happy tentava acalmar Maria, que surtava ao ver seu filho desacordado, tamanho descuido dela.
- Como não? Howard foi muito duro com ele.
Muito duro!? Tu jura!?
- Sim, mas por motivos de força maior, deu no que deu. Concluímos assim. A senhora não quer tomar um calmante? Tem um motorista lá fora, esperando pela senhora. - Disse Happy
- Eu... - Maria olhava para baixo o tempo todo, respirou fundo - Acho que você tem razão. Preciso voltar, e quem sabe acalmar o Howard, que deve estar com os nervos à flor da pele. - Maria pegou sua bolsa, se aproximou e deu um beijo na testa do seu filho, saiu do quarto após isso.
Durante toda a discussão, Natasha não falava uma palavra, permanecia em pé encostada na parede, olhando para o chão, com uma expressão de repúdio no rosto.
Happy estava pensativo, recebeu ordens claras de Steve para cuidar de Tony e se o mesmo terminou numa cama de hospital com o olho roxo e com as costelas quase quebradas, ele claramente não tinha feito um bom trabalho. Steve embarcaria já já no aeroporto e com certeza iria demití-lo.
- Não querendo julgar, nem nada do tipo, mas Steve vai ficar extremamente bravo contigo, sabe não é. Ironicamente, a única coisa que vai te manter vivo, vai ser o Tony, com quem o Steve vai se preocupar e isso vai o impedir de arrancar sua cabeça fora. - Natasha riu, advertindo Happy
- Não é hora para piadas Romanoff, daqui à algumas horas aquele celular vai tocar e eu não faço a mínima idéia do que falar.
- Deixe-me falar com ele. Eu vou buscá-lo em casa, e no caminho explico tudo à ele, dentro de um carro, a única coisa que ele pode fazer é surtar. Isso é considerada a melhor das hipóteses no momento. Sem contar que não quero o Steve morto agora, se você contar para ele por telefone, que o pai dele bateu nele até ele desmaiar, ele vai estar tão surtado que vai bater aquele carro, e quem irá te demitir, vai ser a Srta. Romanoff aqui. - Natasha deu à Happy uma idéia, ele estava inclinado à colocar em prática
- Estou todo à ouvidos.
- Tudo para não ser demitido não é? - Disse Natasha com um sorriso perverso no rosto
- É mais para o lado da defesa pessoal. - Happy diz
- Bom, fazemos assim. Ele vai te ligar e você fala com ele, naturalmente, para passar a impressão de que nada sério aconteceu, infelizmente não podemos enganar ele para sempre, Steve não é burro, uma hora vai ver que é enganação e vai querer ver o Tony, a partir disso, eu assumo o telefone e falo simples palavras, desligo o telefone e parto diretamente para a casa deles dois, que é onde ele provavelmente vai estar, vou trazer ele para cá, e então nós vamos resolver as coisas pacificamente, pode ser que você seja demitido? Pode sim, mas pelo menos, vai ser por não ter cuidado do Tony, e não por ter tentando enganar o Cap. - Natasha explicou e advertiu
- Mas o plano não era eu continuar com meu emprego? Não vejo onde isso se encaixa. - Happy fixou o olhar sobre Natasha
- Não foi você que disse que "é mais pro lado da defesa pessoal"? Então, estou te dando um plano que cobre isso, mas sabe, todo bom plano tem suas desvantagens.
- Vai pagar caro pelo meu emprego.
- Ah, pare de chorar, se você perder o emprego na Stark Industries, eu te arranjo um emprego na Shield. - Natasha disse, claro que estava brincando com a questão da demissão, afinal, arranjar um emprego na Shield para alguém, não era uma tarefa fácil e Natasha não estava disposta a cumprir essa tarefa.
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The Weight of a Name (Stony)
Фанфик" - Você é... - Tony começou uma frase e a parou, Steve já esperava um ato que indicasse irritação vindo do outro. - Você, Steven, é literalmente a única pessoa no mundo que pode me pedir isso. - E isso era um sim, vindo de Tony Stark para a pessoa...