Uma Velha Máquina

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Eu estou aqui mais uma vez com aqueles velhos hábitos,

Tentando organizar as velhas páginas em pequenos pensamentos

E eu pretendo queimar cada palavra solta,

Cada rabisco gravado com o seu nome.


Eu ainda me lembro do seu ombro junto ao meu

E eles estavam acompanhados de belos sorrisos e pequenos balanços,

Teu cabelo beijando o teu rosto com tanta naturalidade,

Deixando uma marca singular no meu tempo.


O tempo tem arranhado as minhas memórias,

Criando arranha-céus em meu peito,

Moldando uma solidão e esculpindo estátuas inacabáveis.


Agora eu só desejo que o tempo dê o seu melhor salto,

Para poder esquecer todos os nossos momentos de prazer

E se isso ainda não for o suficiente,

Eu pretendo criar uma máquina do tempo,

Para poder me embriagar em outras estradas.


E essa velha máquina vai apagar dias, semanas e meses,

Além de borrar os melhores momentos do meu corpo junto ao seu,

Desmembrando todos os seus sorrisos que eu congelei,

Tornando as cores das curvas em um cinza desagradável.


Hoje eu enxergo a impossibilidade de juntar o meu corpo ao seu

Porque todos os meus recursos sempre escorrem pelos meus dedos

E hoje,

Eu só penso que todas as sentenças já foram dadas.

EstaçõesWhere stories live. Discover now