Estações

Farol

O sol está extravasando as suas lágrimas

Trazendo com ele uma escuridão sobre os seus pés

Além de uma enxurrada de sabores amargos

Um paladar coberto de venenosas palavras.

Todas aquelas velhas lembranças marcadas 

Com os lábios que percorrem o meu corpo 

São trechos que conectam todas as estrelas

Que guiam um velho andarilho.

Não há mais coerência em navegar em um vasto oceano

não há mais coerência em navegar em águas rasas

Sem os verdadeiros tremores do meu singelo farol

Sem a orientação de uma constelação.

O porto mais próximo será o milagre que procuramos?

Ou será que estamos apenas desistindo dos nossos laços entrelaçados?

diga-me que você deseja entardecer ao meu lado

Porque são constantes batalhas apunhalando

Todo o orgulho que está entre nós.

Eu estou a deriva vivendo entre oásis e oceanos

Produzindo uma estranha embriaguez novamente

Sem a lucidez dos meus passos

Sem a embriaguez dos seus passos.