Laços sombrios.

Prologo.

Sentindo em meu corpo um frio profundo enquanto minha consciência vaga em longos sons profundos e calmos. Andando sobre um lago tão cristalino, mas sombrio e misterioso.
Com uma música tranquila e calma aquele maravilhoso som de flauta arrebata minha alma neste momento sem preocupações sinto que posso ir a qualquer lugar, mas este som me atrai... Parece um local familiar?
Eu não queria lutar, e nem conseguia resistir aquela força me fazendo dar um paço a frente do outro enquanto a escuridão ficava mais forte comecei a ver as faces da loucura. Naquele espaço sombrio andando sobre um lago com um azul profundo eu vi, sim eu vi mesmo...?
Algumas coisas sombrias andavam comigo naquela marcha louca hipnotizados com a música, aprisionados pela canção maligna com suas almas cativas... não, nossas almas cativas indo para um destino nunca visto. O medo veio em meu coração fazendo meu corpo tremer enquanto davam passos, e mais um passo como uma caminhada infinita... Finalmente após algum tempo que não sei quanto tomei coragem e olhei aos redores e as sombras aumentavam até que se tornou uma marcha apertada e maligna com criaturas brancas dando passos olhando fixamente para frente... A cada momento perdia a noção da minha existência...
Quem sou eu? Tentei gritar, mas meu corpo não me obedecia, minha boca não era minha? Meus lábios não se mexiam...

Uma onda imparável e torturante de duvidas tomaram minha alma e estão tomando agora, não estou mais em mim mesmo.
Minha mente martelava os seguintes pensamentos loucamente até que se tornou uma melodia dolorosa junto com aquela música divina que me acorrentava a cada segundo.
Quem eu sou?
De onde eu vim?
Para onde estou indo?

Fechei meus olhos para evitar a loura e me perdi naquela escuridão não sei quando e nem por que, mas meu corpo parou de andar minhas mãos começaram a levantar e de súbito abri meus olhos cansados e quase enlouquecidos, mas eu ainda tinha um pouco de sanidade quando eu estiquei minha mão para frente... Tocando somente o ar eu voltei a andar e meu espirito por pouco não quebrou em insanidade se durasse mais um único segundo eu iria colapsar completamente.
Então neste meio segundo eu vi um imenso espelho que refletia e do canto dos meus olhos duas sombras encapuzadas magras e ossudas com uma leve camada... Não sei exatamente, mas era como um couro ressecado de um homem muito velho. Só tinha pele e ossos flutuando no ar sem expressão com uma imensa capa sombria cobrindo seu corpo quase todo... Sua mão tocou no espelho e em alguns segundos como se estivesse entrando em uma lagoa profunda fui puxando para dentro daquele espelho... O medo percorreu minha alma completamente a sensação de algo me envolvendo fazendo o frio aumentar enquanto estava completamente impotente incapaz de reagir. Uma sensação de cansaço corroía meu medo, minha paz e minhas forças até que em um último suspiro eu apaguei completamente e só posso desejar que tudo acabe bem nesse pesadelo pois esse é um desejo quase impossível, mas é o único que me traz alguma fagulha de esperança.