A promessa.

6 0 0
                                    


A noite caiu profundamente no pequeno vilarejo de floresta alta enquanto pequenos chuviscos de água desciam deixando um cheiro peculiar de terra no ar. Um jovem rapaz estava em pé coberto com um manto cinza com um olhar vazio para a lapide em sua frente construída rusticamente com uma madeira simples que agora toma uma forma escurecida e sem vida. Olhando aos arredores nenhuma alma viva estava no local além da sua, a vegetação morta e a terra recém escavada em vários locais davam um contraste mais e mais sóbrio. O rapaz pegou a lapide improvisada e então sentou no chão com o objeto em seu colo, com uma calma e habilidade o rapaz começou a entalhar e permaneceu entalhando por alguns minutos até terminar colocando a lapide no seu lugar. Levantou por alguns segundos e pegou uma outra lapide pequena de madeira que cabia em sua bolsa e então fez o mesmo procedimento entalhando um outro nome, sua mão tremia por um instante e seu corpo ficava mais pesado a cada movimento até que terminou e colocou a lapide ao lado da primeira. Seu coração apertava como se uma imensa serpente esmagasse sua alma. A tristeza corroía sua alma a cada segundo enquanto a água da chuva começava a ficar mais forte. Sua mão voltou a bolsa e retirou algumas rosas. Um belo buque com íris negras, astromélias azuis e um único girassol vermelho. A tempestade chegou em seu ápice os ventos retorciam as arvores, a água chegava ao calcanhar, porem o rapaz estava apático a tudo que acontecia como se não estivesse naquele local. Seus punhos serraram por um momento e logo relaxaram, puxando sua capa e se expondo a chuva o jovem colocou no chão entre os dois túmulos. Sua aparência era bem simples pele escura olhos dourados e um cabelo branco como a neve vestia roupas simples e cinzas. Suas mãos tremiam enquanto colocava as flores em cima do manto, seu rosto parecia estar em lagrimas ou era somente a chuva? 

seu corpo sucumbiu a um peso misterioso suas palavras abafadas pelos relâmpagos da noite ressoavam abafados pelo local.

-- Meu nome... é... O jovem rapaz em lagrimas mal conseguia falar...
-- Eu sou Alastor e vim honrar as memórias de meus avós... Seus olhos brilharam com uma determinação inabalável enquanto o peso de seu corpo se equiparava a de uma imensa montanha, se ajoelhando e então seu rosto em tristeza estava quase incapaz de dizer qualquer coisa.
-- Eu realmente sinto muito... desde jovem vocês me criaram e me ensinaram a ser quem eu sou hoje..., mas eu não pude retribuir nada até hoje... Seu coração apertou ainda mais enquanto seu corpo ficava cada vez mais leve.

A chuva continuava a açoitar a paisagem e estava extremamente violenta o local completamente coberto por lama e barro enquanto o rapaz ensopado recobrava sua força de vontade.

-- Eu juro para sempre... cumprir... a vontade de vocês.
-- Mesmo que suas almas partam hoje, vocês viverão eternamente em meu coração...
-- Eu Alastor juro em seus túmulos levar o titulo de patriarca Faustus e reconstruir nossa família outrora destruída pela peste e doenças...
Quando disse essas palavras seu corpo recobrou as forças como revitalizado, mas mesmo assim ele se curvou e terminou as ultimas palavras dizendo.

-- Eu vou me tornar um imortal e as mãos da morte nunca me alcançarão e nosso nome será eterno... Seus olhos fecharam por um momento e no meio daquele frio que congelava ele sentiu um calor profundo em ambos os ombros como se suas mãos quentes o mandassem levantar.

Rapidamente abriu os olhos e então aquela sensação sumiu enquanto no meio da chuva vários corvos brancos olhavam para ele como testemunhas sagradas de seu juramento. Seus olhos vermelhos brilhavam para Alastor como chamas no meio da poderosa chuva. Após jurar sob tal feito o corvo branco se tornou símbolo de seu juramento. O levantando do chão enquanto aos poucos as lagrimas iam se extinguindo e seu coração fervia em contraste com o terrível frio do ambiente enquanto caminhava solitário

Após chegar no portão a visão era bem desagradável pois a lama e a sujeira junto aos animais cagando na estrada deixava um cheiro de merda no ar. Uma pequena aglomeração de pessoas se juntavam para entrar na cidade com grande pressa. Ao redor um grupo começava um tumulto por algum motivo estupido. Com seus olhos afiados uma bolsa pequena estava pendurada na cintura de um rapaz jovem que reclamava da demora na entrada.
Após se esconder na multidão e tirando proveito da aglomeração de pessoas em um movimento rápido a bolsa foi furtada sem ninguém perceber. Andando calmamente até o portão até ser parado por um guarda com uma expressão sombria e uma armadura pesadamente imponente com uma bela espada em sua cintura.

Guarda -- Rapaz você... O guarda olhava com um olhar de desconfiança e abriu um sorriso forçado cheio de segundas intenções.

Alastor F.-- Sim, eu desejo passar e entrar na cidade tem uma pousada que desejo visitar... antes de conseguir completar sua frase o guarda colocou sua mão no punho da espada que fez suar frio todos que estavam perto. Os outros se afastaram do guarda para não se envolverem em um possível problema.

-- Você precisara pagar uma pequena taxa, duas moedas de ouro amigo. O sorriso forçado aumentou um pouco, jurava que poderia sair do rosto.

todos ao redor empalideceram, duas moedas de ouro poderiam ser a renda mensal da maioria deles fazendo com que todos se afastassem mais ainda do guarda para não precisar pagar a "taxa".

-- Eu entendo amigo, aqui está, preciso me apressar e alguns trocados não farão falta. O rosto de Alastor retribuiu o sorriso, qualquer um desatendo achariam que fossem velhos conhecidos.

-- Então, por favor me acompanhe. O guarda deu de mãos e ambos passaram do portão até chegarem em uma área mais isolada e então o guarda parou. Seu corpo alto e forte estava mais em evidencia nesse momento.

-- Rapaz, vou fazer vista grossa por agora, mas se você for pego roubando de novo... Pode acreditar que vou quebrar suas mãos e suas pernas. O guarda sorriu maliciosamente enquanto sinalizava para ele sumir.

-- Roubando? Eu não sei do que o senhor está dizendo, mas não irei fazer nadadesse tipo. Pensando que seria uma verde para se incriminar ele fingiu inocência,mas jamais enganaria um veterano de guerra.

-- Sinceramente rapaz, não envergonhe seus avós, eu te dei essa pequena ajuda por eles. O soldado se virou e então começou a voltar ao seu posto.
-- Você está se tornando algo que daria algum orgulho a eles?

Isso abalou a mente de Alastor por um momento, isso fez refletir se realmente estava certo do que fazia. Precisava de muito dinheiro para realizar seu sonho,cada centavo contava. Conseguir dinheiro era importante para a oportunidade que estava chegando. Após seis meses um grande festival viria e com ela a seleção que daria a grande oportunidade.
Sua mente voltou ao passado enquanto estava andando para casa. Cada rua e esquina fazia lembrar de seus momentos até perceber que estava na porta de sua pequena fazenda.
Abrindo a porta uma pequena plantação alguns animais simples um cavalo no estabulo e uma pequena cabana de madeira. A chuva caia mais fracamente enquanto abria a porta e então após um bom banho deitou na cama e depois de um tempo refletindo sobre...
decidiu optar por aquilo que achar justo. Assim em sentiria que honraria mais asi mesmo. 

You've reached the end of published parts.

⏰ Last updated: Feb 12, 2020 ⏰

Add this story to your Library to get notified about new parts!

Laços sombrios.Where stories live. Discover now