Capítulo 1

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Inglaterra , Ducado de Norfolk Janeiro de 1817

Depois de meses finalmente Logan Mackenzie o poderoso Duque de Norfolk tem em mãos o resultado da investigação que encomendou sobre o assassinato de seu irmão mais novo. 

- Isso é tudo que conseguiu reunir ? - perguntou o duque para o investigador que está a sua frente. 

-Sim vossa graça, isso é tudo que consegui coletar com os dados disponíveis. 

-Tudo bem. Agradeço pelo serviço prestado, pode se retirar. 

-Com vossa licença. 

-Mas antes de ir, pode por favor devolver o retrato que eu te emprestei? 

-Claro, perdão pelo erro. 

Com a saída do investigador o duque volta a olhar a pintura em que estava envolta em um tecido, esse já estava amarelado pelo tempo. Mas a pintura continuava lá, perfeita em todos os sentidos e a mulher nela representada também. A ruiva naquele pedaço de pano tinha um brilho malicioso no olhar, aqueles olhos de gata onde um desavisado poderia muito bem cair em seus encantos como aconteceu com seu irmão. Mas com ele não, agora ele teria a sua vingança , pela vida do irmão mais novo ele iria destruir a vida dessa maldita.


Inglaterra, Junho de 1917 

Aquele baile não seria fácil para Vitória, ela sentia em seu intimo que aquela positividade dispensada aos quatro ventos pela babá não passava de balela. Como conseguir voltar a sorrir quando se tem parte do coração retirado do peito? 

Após anos afastada da sociedade, afim de evitar maiores falatórios a filha inútil do grande duque de Nortumberland estaria mais uma vez participando da temporada em busca de um marido. Não que o nome do pai não tivesse grande peso na sociedade londrina na época, mas quem iria querer se envolver com ela uma moça imprópria para o casamento? Hoje ela compreende o peso sobre suas costas e as decisões erradas que tomou no passado não saem de sua mente, mas o que ela poderia fazer? Ela estava apaixonada horas, pelo amor não vale tudo? 

-Menina vamos logo seu pai está te esperando no primeiro andar. 

-Já vou nana, por favor apenas me ajude a colocar esse colar. 

-Era de sua mãe não?

-Era sim, quem sabe ele não me da sorte e eu possa finalmente encontrar alguém que me ame de verdade...

- Ei ei ei, nada de pensamentos tristes mocinha. Esse ano vai ser um ano diferente, creia no que eu te digo você vai encontrar alguém que te ame tanto, que será capaz de dar a vida por você. 

-Será naba? Será que um dia vou ter o meu final feliz? 

-Vai sim menina, você mais do que ninguém merece essa felicidade. 

-Obrigada, se não fosse por você eu não sei o que faria .

-Vamos parar de conversa fiada, seu pai já deve estar desapaciente a sua espera.

Após sair de sua acomodação a jovem lady segue em direção ao andar inferios, onde ela encontra sei pai aos pés das escadas. 

-Como você está linda minha pequena flor.

-Obrigada papai.

-Venha, desça as escadas um pé de cada vez, sem pressa. 

-Ai papai hoje em dia não preciso mais disso, já estou grandinha. 

-Eu sei, mas o meu amor ainda e o mesmo.

- Também te amo papai, mas por favor vamos logo, será horrível se formos os últimos a chegar ao baile da condessa Margaret.

-Claro, apenas me deixe lhe entregar esse anel. Era de sua mãe eu o mandei fazer com a mesma cor dos olhos dela. 

-É lindo papai, obrigada. 

Já acomodados na carruagem, o duque de Nortumberland comunica a filha que o poderoso duque de Norfolk está de volta a cidade depois de anos servindo a coroa em missões pelo mundo. 

-Duque de Norfolk? Eu não o conheço papai.

-Pelo que andam dizendo ele está a procura de uma noiva, ele pode ser um forte candidato para você, pelo que sei ele não esteve em solo inglês pelos últimos 5 anos. Talvez ele não saiba nada sobre o acontecido..

-Por favor papai, hoje não, não quero lembrar o passado hoje. 

-Me desculpe filha, sei que esse assunto te magoa, mas eu não quero partir e deixar você sozinha.

-Papai, eu já lhe disse isso uma vez e vou repetir, o senhor vai ficar bom, verá como em breve vamos descobrir o motivo dessa terrível doença e voltaras ao normal.

-obrigada querida, não sabes como é importante pra mim o teu apoio. 

Já no baile após comprimentar os anfitriões Vitória segue até sua querida amiga Olivia, essa estava em sua sétima temporada sem arrumar um pretendente, a moça não entendia como uma pessoa tão doce poderia ser rejeitada apenas pelo motivo de estar com alguns quilinhos a mais. 

-Olá Oli.

-Querida Vitória, ainda bem que você apareceu, estava me sentindo sufocada nesse baile sem ter alguém para me fazer companhia. 

-Então a minha presença para você é requerida apenas por esse motivo? 

-O quê? ..nã.. eu..quer dizer..

-Por favor Oli, estou apenas brincando.

Vitória achava adoravel a forma como a amiga gaguejava sempre que ficava nervosa. 

-Então vamos para o nosso cantinho de sempre? - disse Vitória.

-Sinto muito, mas meu cartão de danças está com a valsa preenchida. 

-Oh, isso é bom não é? 

-Quem me dera, a dança está prometida para o velho barão Cloud.

-A minha querida, sinto muito.

- O pior nem é isso, parece que ele quer pedir a minha mão em casamento.

-Como assim? 

-Pois é, aparentemente ele gosta de mulheres com idade para ser neta dele.

- Isso já é uma certeza? 

-Ainda não, mas ouvi papai comentando com meu irmão na outra noite. 

Nesse momento Vitória se sentiu sendo vigiada, olhou para os lados buscando a fonte daquele magnetismo e se deparou com os pares de olhos mais negros e ferozes  que já viu em toda a sua vida. Um cavalheiro alto, uma cabeça acima dos demais convidados vestido todo de preto, estava olhando fixamente para ela. 

-Vitória está me ouvindo? - nesse momento o contato visual de ambos é quebrado quando ela retorna a olhar para sua amiga de longa data. 

-Perdão eu me distrai

-Eu falei que dá tempo de irmos até a biblioteca se você quiser. 

-Assim, vamos então por favor.

Vitória volta a procurar pelo estranho pelo salão, mas ela não vê mais onde ele está. Dando sua busca por encerrada, ela segue com sua amiga para a biblioteca.

A Dama ErradaWhere stories live. Discover now