Perdoem os erros...
Após a saida Vitoria do salão de festas, Logan se dirigiu para a sala destinada aos homens, onde ele reencontrou alguns conhecidos da época de eton e pode se apresentar formalmente para o pai de Vitoria.
-Então o duque de Norfolk finalmente deu o ar da graça por Londres - comentou o pai de Vitória - estou sabendo que pretende se casar em breve, isso é verdade ?
-As noticias correm rápido por aqui pelo visto.
-Sabe rapaz, quando um solteiro como você ressurge após muito tempo longe da sociedade é o que se espera não?
-Sim, o senhor tem razão, estou em busca de uma noiva.
-Pois bem, temos várias jovens adoraveis nessa temporada, algumas mais especiais que outras.
Logan sentiu que ele se referia a filha, e aproveitou essa oportunidade para fazer sua jogada.
-Eu tenho certeza disso, hoje a noite por exemplo uma linda ruiva de olhos verdes me chamou a atenção.
Logan viu o momento em que o homem a sua frente lançou para ele um olhar de reconhecimento mas fingiu não demonstrar.
-Sabe filho, eu tenho uma bela filha em idade ideal para se casar. Se está procurando um noiva, lhe asseguro que em toda a Europa não vai encontrar um ser com o coração mais puro, além de uma noiva extremamente prendada.
-Eu não sabia que tinha uma filha vossa graça.
-Tenho, ela é tudo que me restou depois da grande tragedia.
Logan percebeu quando o olhar do homem a sua frente se perdeu em lembranças, algo dizia a ele que tinha mais informações a ser coletada, mas não podia perder tempo. Tinha que oficializar a sua união com a jovem Vitória afim de iniciar a sua vingança, pois só com essa mulher inteiramente em suas mãos ele poderia fazer com ela o que bem queria.
Deu um sorriso de canto, séria mais fácil do que ele podia imaginar. Um excesso de tosse chamou sua atenção, o duque de Northumberland levou um pequeno lenço a boca e ele notou quando o mesmo saiu sujo de sangue. Disfarçando o ocorrido o pai de Vitória de desculpou e se retirou de volta ao salão. Logan agora queria saber o porque do Duque estar tão desesperado atrás de um marido para a unica filha mulher e o porque daquele sangue após o excesso de tosse.
Mas agora era hora de ir atrás de sua pequena presa.
Vitória ainda estava desnorteada com o beijo trocado com o duque misterioso, ainda mais o porque ele ter saido tão repentinamente da biblioteca a deixando sozinha. Porém não era hora de ficar se questionando o comportamento de um homem desconhecido, ela tinha que retornar ao salão.
Já de volta a festa Vitória ficou em seu canto isolado das outras pessoas, não podia negar que sabia o motivo de todos olharem para ela ao passar, e támbem o motivo de sempre ficar nos cantos em festas como aquela.
Seus pensamentos tristes foram quebrados quando notou uma grande agitação por parte dos convidados e seus olhares direcionados a entrada principal.
Aparentemente aquela seria uma temporada agitada pois o conde recluso acabava de entrar no salão de festa.
Eduard Jayden Walker também conhecido como o conde recluso estava de volta sociedade depois de anos isolado em sua propriedade. Com cabelo negros maiores que o ditado pela moda da época seu tamanho descomunal e sua cor de pele chamavam a atenção, um tom de oliva misturado com sua cor de olhos de um azul claro mostrava que ele era um mestiço. Filho de uma cigana e um conde, se isolou em sua propriedade por anos, até agora...
Após comprimentar os anfitriões ele passou os olhos pelo salão e avistou um cena um tanto quanto engraçada. uma moça de cabelos negros tentava fazer seu par dançar sem muito sucesso. após admirar a cena cómica por alguns minutos, ele se dirigiu a um grande amigo que não via a anos, o fato de seu velho amigo duque de Norfolk quase devorar com os olhos uma pequena dama que estava muito vermelha mas não tirava os olhos do amigo támbem lhe chamou a atenção.
-Pelo que vejo já tem a dama escolhida para o casamento.
Ele quase gargalhou com a cara de surpresa do amigo.
- O que faz aqui?
-Bem, vim ver com meus próprios olhos se o que dizem sobre você estar a procura de uma noiva é verdade.
-Como essas pessoas falam, impressionante.
-Não me diga que esqueceu a história da vingança meu amigo.
-Jamais, a maldita vai pagar pelo que fez ao meu irmão. Eu vou até as ultimas consequências.
-Tudo bem. Não está mais aqui quem falou. Mudando de assunto, que festa desanimada é essa? Não vejo muitas mulheres bonitas, com exceção de uma pequena flor sentada próxima a janela - ele provocou o amigo.
-Não vejo flor nenhuma, apenas uma meretriz que se passa por uma moça de família.
-Do que fala? porque tanto ódio direcionado a dama?
-Dama? meu velho amigo, aquela maldita que você tanto admira é a infeliz que levou meu irmão ao suicídio.
-Do que fala?
-Isso mesmo, essa maldita matou meu irmão e continua a frequentar a sociedade como se nada tivesse acontecido.
-Tem certeza do que diz? Ela olha em nossa direcão a um tempo, mas o que vejo em seus olhos é nada mais que recato e vergonha.
-É assim que ela seduz os homens a quem ela manipula vilmente.
-Bom, eu não tenho o menor problema de ser manipulado por essa dama, se me der licença. Quero aproveitar o resto da valsa com essa pequena flor nos braços.
-Não se atreva.
-Sinto muito meu velho amigo, mas vou dançar com essa linda dama.
Vitória notou quando o convidado retardatário caminhou pelo salão e foi se juntar ao Duque Logan, este que não tirava os olhos dela. Podia jurar que era um flerte se não fosse pelos olhos dele estarem tão vermelhos que quase podia soltar faíscas.
Notou que os dois conversaram um pouco após o comprimento, percebeu também que eles conversaram sobre ela. Provavelmente o duque estava alertando o amigo sobre sua deficiência.
E não pode conter o espanto ao notar que o conde vinha em sua direção, fazendo um pequena reverencia e a convidando para dançar.
Essa temporada era a primeira vez que alguém a chamava para dançar, não pode deixar de pensar que era por conta de ele não saber sobre seu passado manchado.
Fazendo uma breve referencia e aceitando a mão do desconhecido eles seguiram para o meio do salão, percebeu quando ele notou sua claudicação mas ele não contestou nada, nem fez cara feia como os outros convidados quando a viram dançando. Pelo contrario do que todo o seu tamanho mostrava o conde foi um verdadeiro cavalheiro durante a dança, a conduzindo mais lentamente para que pudesse acompanhar cada passo.
-Sabe senhorita, você cheira divinamente bem.
Ao olhar nos olhos de Vitória sentiu uma conexão imediata. Aqueles olhos tinham ternura, amor e compaixão. uma alma boa sempre reconhece outra.
-O..obrigada vossa graça.
-Por favor, me chame de Eduard.
-Só se o senhor me chamar de Vitória - ele sorriram juntos mas o sorriso não durou muito, pois foram interrompidos por uma voz possessiva que surgiu ao lado de ambos.
-Creio que seja a hora de me conceder a honra dessa dança.
Logan não soube explicar o que o levou diretamente ao casal, mas ver a intimidade com que os dois se tratavam e mais ainda a forma como o amigo estava sendo enredado por aquela rameira não conseguiu se conter.
-----
Por hoje é só pessoal, obrigada por ter lido até aqui.
YOU ARE READING
A Dama Errada
Historical FictionQuantas vezes um coração pode ser machucado e continuar batendo ? Por conta de um erro em uma investigação, o poderoso Duque de Norfolk quase tirou a vida da mulher amada. Vingança, erros, pecados escondidos... tudo vai ser revelado. Gente essa...