Cotton Candy

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O garoto pequeno e de feições delicadas suspirou, sentindo seu coração se apertar de angustia. Sua barriguinha parecia que iria pular para fora do corpo, de tanto que revirava, graças a sua ansiedade absurda naquele momento. Sentou-se no banquinho de pedra, tentando ajeitar os cabelos que eram jogados para todos os lados por causa do vento forte naquele fim de tarde, mas logo voltou a se por de pé, pois o nervosismo era mais forte que a paciência.

Deu um pulinho no lugar ao sentir um par de mãos macias e quentes se colocarem em frente aos seus olhos, impedindo sua visão. Contudo, aquele cheiro doce jamais lhe enganaria, sabia bem quem era atrás de seu corpo.

— Adivinhe só quem é? – a voz rouca e grossa fez cosquinhas na pele sensível de seu pescoço, deixando os pelinhos da nuca arrepiados.

—  Nammie! – respondeu, sorrindo imensamente, já segurando aquelas mãos nas suas, que eram tão maiores.

— Acertou, mas, duvido você saber o que eu tenho aqui comigo.

— Não faço ideia Nam.

— Tenta, só um chute – podia sentir que ele sorria e queria tanto ver aquele sorriso! Desde que haviam entrado no período de provas finais no colégio, não haviam mais se visto, fazia quase uma semana, e pra quem era acostumado a se ver todo dia, aquilo era uma tortura.

Jimin sentia orgulho de seu namorado ser tão inteligente a ponto de passar com 100% de bolsa em um colégio tão importante, mas as vezes se entristecia por não ter aquela presença reconfortante consigo. A escola, para um garoto coreano assumidamente homossexual, podia ser uma selva.

— Você trouxe... MM’s? – tentou. Adorava os docinhos.

— Nah, passou longe. Tenta de novo!

— Nam... – fez manha, tentando tirar as mãos de cima de seus olhos, mas ele não cedeu.

— Vamos lá! Eu sei que meu garoto é inteligente, você consegue – Jimin sorriu todo derretido, se aconchegando mais no corpo grande atrás do seu.

— Pirulito? – sua boca abriu um sorrisinho malicioso ao que se achegou mais no outro. Namjoon deu uma risadinha baixinha, presenteando o namorado com um selo longo no pescoço.

— Não meu bem, errou de novo. Você não sabe mesmo?

— Acho que você não estaria com um pote de sorvete no bolso, ou estaria? – perguntou, risonho. Kim Namjoon simplesmente não entendia como o namorado ia de provocador a fofinho em instantes, era algo que sempre lhe atrairá no menor.

— Céus Jiminnie, não. Tudo bem, desisto – desvendou os olhos do garoto, que mal lhe deu tempo, virando e jogando-se em seus braços. Namjoon o apertou contra o corpo, beijando a cabeça de cabelos cor de rosa em toda parte que alcançava, aspirando profundamente aquele cheirinho de erva cidreira tão reconfortante.

— Nammie, eu senti sua falta, sabia? – tentou abraçar ainda mais o outro, mas seus braços eram curtos demais. – Você faz tanta falta.

— Meu bem, também senti sua falta. Foi horrível ter que lidar com toda aquelas pessoas novas sem você por perto. Eu não sou nada bom em fazer amigos – reclamou, sua feição perdendo todo o brilho e se enchendo de tristeza. Jimin tratou de encostar suas bocas em um selo doce e demorado, cheio de carinho.

— Ei, você pode demorar pra fazer amigos, mas não se cobre tanto. A amizade nasce naturalmente, lembra? – Jimin tentou passar algum conforto ao namorado, abraçando seus ombros e lhe acariciando os cabelos ralos da nuca.

— Você sempre diz isso, Jimin-ah, mas faz amigos em todos os lugares que vai.

Jimin sorriu diante da acusação do namorado, sentindo-se tentado a morder o bico que ele fazia. Sabia que aquilo não era só insegurança consigo mesmo, mas sim um pouquinho de ciúmes.

— São colegas, Nammie. É normal pra mim falar com todo mundo, mas amigos de verdade eu posso contar nos dedos.

— E por acaso aquele Yoongi está incluso? – fez o questionamento, todo emburradinho. Jimin teve que se segurar para não apertar-lhe as bochechas.

— Nammie, você fica uma gracinha com ciúmes – disse Jimin, sorrindo abestalhado ao receber um olhar fulminante e de bochechas coradas do namoradinho.

— Não estou com ciúmes. Tenho confiança no meu taco.

— E que taco amor, não troco por nada – Jimin sorriu, safado, se achegando no corpo maior que o seu. Namjoon até tentou, mas quando percebeu estava rindo como a besta apaixonada que era e apertando mais uma vez o baixinho estre os braços.

— Como você é, Park Jimin – lhe deu um beijinho de esquimó, recebendo um sorriso doce. – Seu pervertido.

— Eu sei que você adora – olhou convencido para o outro. – Mas afinal, o que você me trouxe?

Namjoon bateu na própria testa, só lembrando agora que queria dar aquilo ao namorado.

— Eu vi isso no caminho pra cá, e lembrei do seu cabelo. Resolvi comprar, porque sei que adora doces – tirou desajeitado o palito longo de algodão doce de dentro da mochila. – Acho que quebrei o palito, mas ainda da pra comer pelo menos.

Jimin sorriu bobo, pegando o doce cor de rosa na mão.

— Obrigado Nammie. Fazia tempo que eu não comia um desses, sabia? – abriu o pacote em que se encontrava, levando um pouco do algodão a boca. – Gostoso. Quer provar? – ofereceu um pouco a Namjoon, que aceitou de bom grado na boca. Entretanto, quando ia tocar o açúcar, ao invés do doce do algodão, sentiu o doce dos lábios de Park Jimin contra os seus.

Céus, era louco por aquele menino.

E não havia casalzinho mais apaixonado que os dois naquele finzinho de tarde gelado.

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