Capítulo 2

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"você ainda lembra de nós dois

tomando sorvete na calçada

sem imaginar o futuro

sem pensar que em alguns anos

você estaria me ligando

do outro lado do mundo

para dizer que encontrou a felicidade

sem ser ao meu lado?"


A minha família te adorava.

Meu pai era parceiro de futebol do seu e sua mãe era nossa professora na escola.

Meus irmãos gostavam de você mais do que eles demonstravam. Um dia desses, ano passado, Bailey me ligou dizendo que te encontrou no caminho do trabalho, vocês conversaram sobre a faculdade e você perguntou sobre a nossa mãe, se a saúde dela estava melhor.

Às vezes é bastante difícil apagar você quando cada pedaço da minha vida eu compartilhei contigo. Nossos amigos, colegas, conhecidos e familiares.

Eles continuam aqui, perguntam de você, como vai sua irmã e se ela ela pensa em voltar pra casa. Ela até me mandou mensagem esses dias.

Seu pai acreditava que um dia ainda ia nos casar na igreja que ele era pastor, eu nunca fui muito religiosa ou de acreditar em cerimônias, então sempre sorria amarelo quando ele fazia essa brincadeira.

Mas hoje me peguei pensando como seria se ainda estivéssemos juntos. Será que já teríamos nos casado?

Você se formou no final do ano passado e eu estou no meu último ano de faculdade, talvez tivéssemos alugado um apartamento no centro da cidade e começado a nossa família.

Talvez por você eu tivesse usado um vestido branco e dito sim no altar da igreja central.

É muito louco pensar todos os "se" e "talvez" da nossa vida caso tivéssemos feito outra escolha lá atrás.

Essa semana minha psicóloga disse que meu maior problema era o meu vício pelos "e se" da minha vida. Ela disse que nenhuma dessas perguntas que eu fazia com o "e se" teriam respostas.

Ao final da sessão ela me fez uma pergunta que está martelando no fundo da minha consciência até hoje.

"Você acha que ainda o ama ou ama as memórias que teve com ele?"

Mas eu não respondi.

let me let you goWhere stories live. Discover now