Sim, é sobre você [kim taehyung]

CAPITULO II

Seul, 2018

taehyung

Louca. Era esse adjetivo que eu poderia usar para a menina sentada no banco passageiro do meu carro. Após toda aquela discussão com o ex - namorado enfrente a boate, os tapas que levara, consegui convencer sua irmã, a melhor amiga e o namorado sóbrio da irmã, que era melhor ela ir embora comigo e eu leva-la para casa. Não era boa ideia ela dormir no quarto da casa do namorado de Rosalia ou na casa de Ji He. Ainda mais quando (S/N) parecia que ia surtar a qualquer momento. Choro e risos, intercalando, como uma verdadeira psicopata.

— Desculpa — lamentou, após um silêncio constrangedor ter sido instalado no carro — Eu prometi que não iria causar problemas. E geralmente eu não causo. Mas, Kwan é um problema sério — justificou, virando sua cabeça para mim, para me analisar.

Concentrei minha visão no volante, mas um pouco que desviei o olhar para vê-la, pude ver sua maquiagem borrada e as marcas de dedos em sua face, ela parecia tão miserável. E eu vi ela se tornar assim, insegura, um verdadeiro fantoche de Kwan. (S/N) no primeiro ano brilhava de amor próprio e confiança, empoderada e ao mesmo na dela, ela tinha sua própria personalidade. Quando começou o relacionamento, aos poucos isso foi mudando, a menina que conseguia conversar com todos, sem frequentar qualquer grupo de populares, começou a ser limitada, os comentários sobre o seu corpo, Kwan exibindo-a como um troféu e por fim, ele não aceitar o término, ela sair com outros caras. E eu queria ser intrometido, mas estava longe de poder fazer isso.

— Só me prometa ser como antes de tudo isso — falei, respirando seu perfume doce e único. Ela tinha cheiro de rosa, cor rosa, mas em tons suaves. Sua cor.

— Prometo — sussurrou.

(S/N) era diferente. Primeiro, sua aparência física era fora do padrão asiático, ela tinha muitos traços ocidentais, principalmente latinos. Seus olhos azuis piscinas ao mesmo tempo que eram limpos e calmos como a água do mar, as vezes eram frios e gélidos como a azul escuro da noite, a mudança de cor dos seus olhos eram tão inexplicável quanto a sua beleza, que assemelhava-se a de um felino. Embora tivesse muitos detalhes bem femininos, não era patricinha e nem mimada, amava rosa do mesmo modo que amava amarelo, gostava de roupas confortáveis, na maior parte do tempo, camisetas e tênis, mas seu estilo não parava por aí, Lopez era amante de moda, antiga, sendo assim, suas roupas, quando não estava de uniforme, lembrava muito os anos 90 e 2000. Ela gostava de estudar e tinha facilidade para tudo, todavia, sempre teve um amor muito sólido por química, física e principalmente biologia. Ela ama arte, sempre nos encontramos em museus e teatros, gosta de correr aos domingos e faz pilates, confissões feitas no estágio do meu laboratório, as quartas. Detesta animes, não tem paciência, raramente vê séries, mas ama filmes e histórias em quadrinhos de super heróis, gosta de literatura, mas não lê de tudo, é péssima com esportes e não tem coordenação motora para coreografias, é uma ótima amiga e filha, sempre a primeira da turma e da escola, ama doces e detesta banana, ajuda em um orfanato todos os sábados e faz perfumes como ninguém, ama dançar e sair com as amigas, mas também ama ficar em casa. Peculiar ao normal. (S/N) instigava a todos e me admirava saber tanto sobre ela.

Talvez seja porque passamos muito tempo juntos, mesmo para professor e aluno, chefe e estagiário. Mas, muito disso, era por ela ser minha única estagiária e por, as vezes, ser inquieta e falante. E como era.

Quando chegamos em minha casa, (S/N) estava dormindo profundamente. Peguei no colo e a levei até o quarto de hóspede, onde tirei o par de botas e a meia de renda. Ela sabia que era linda e o quanto aquele estilo combinava com ela. Cobri seu corpo com uma manta e acariciei seus cabelos. Fiquei observando-a por um tempo, ela era tão boa para ser tratada daquele jeito. Beijei o topo da sua cabeça e fui para o meu quarto.