Aquele domingo no fim de setembro havia começado como todos os outros em Londres. Uma brisa gélida já se tornava presente devido à chegada do outono e o céu estava sem nenhuma nuvem, o que transformava aquele dia em um dia perfeito para as pessoas que gostavam de acordar cedo, ir correr e estar sempre ao ar livre. Esse era exatamente o caso de Harry Styles. Apesar de toda uma rotina agitada devido à sua estrondosa fama, haviam dias em que ele só queria ser mais um no meio da multidão, invisível para as pessoas.
Ele havia acordado cedo, mais precisamente com o nascer do sol, já que não havia saído nem feito nada muito especial nos dias anteriores, colocou uma roupa confortável de ginástica juntamente com um tênis e decidiu que iria correr pelo Hyde Park.
Aos domingos de manhã o lugar era praticamente deserto; as pessoas não tinham o mesmo interesse que ele, não eram de correr, não queriam acordar cedo e nem sair de suas cobertas quentinhas e andar pela cidade, por isso ele amava esse dia. Harry se sentia alguém anônimo: sem paparazzi, multidão ou fãs, era só ele e a natureza. Sentir o vento em seus cabelos era uma das suas coisas favoritas e poder fazer isso correndo dentro de um parque na sua estação e cidade favorita tornava tudo perfeito, extremamente perfeito.
Harry ficou ali pelo Hyde Park por mais ou menos uma hora e meia até que percebeu algumas pessoas chegando com seus cachorros e algumas cestas para possíveis piqueniques de café da manhã. Ele colocou o capuz em sua cabeça, os óculos escuros e decidiu voltar andando ao apartamento que não ficava tão longe dali, já que não tinha ido de carro. No trajeto até seu apartamento ele sentiu o estômago revirar de fome, então decidiu passar num café italiano que havia próximo dali. Se tinha uma coisa que Harry sempre fora viciado era em chás e cafés, e aquele lugar ali depois da sua corrida seria perfeito.
O lugar ainda estava vazio, o que o animou ainda mais, e também por Harry estar suado, com roupa de corrida, óculos e capuz, as pessoas pareciam não o reconhecer, o que havia causava um leve sorriso em seu rosto. Como Harry estava feliz por não ser reconhecido, resolveu comer por ali mesmo, pediu um chá preto acompanhado de um muffin de amora e foi andar pelo lugar. Ele não tinha notado nos detalhes do café quando entrou no lugar e só estava percebendo isso agora. O café tinha toda uma rusticidade e simplicidade que Harry amava, além das cortinas em tons quentes que deixava o lugar mais aconchegante ainda, porém o que deixou Harry ainda mais encantado pelo lugar foi a existência de uma pequena livraria que tinha por ali. Eram apenas quatro prateleiras em mogno com livros de diversos gêneros e isso arrancou um sorriso ainda maior de Harry, afinal, ele amava ler e sem dúvidas era uma das suas coisas favoritas no mundo. Óbvio que Harry não tinha preferência por nenhum gênero, sempre achou que o mundo dos livros era perfeito, ao qual ele poderia se perder, se encontrar e ser outra pessoa, poderia ser um duque, um cavaleiro da coroa, um viking, um escritor apaixonado, um simples homem do campo... Mundo novos sempre fascinaram Harry.
Harry então começou a passar os olhos pelas enormes prateleiras. Buscava algo que lhe chamasse a atenção e que fosse diferente do que ele costumava ler. Havia decidido a começar um novo livro assim que olhou aquelas prateleiras, mas dessa vez o escolheria de forma diferente do que fazia habitualmente: ignoraria a sinopse e leria aquele livro pela capa dele. Bateria o olho na capa e, se amasse, era aquele que levaria para casa.
- Senhor? - a atendente do café disse chamando a atenção de Harry.
Ele a olhou com um sorriso amigável e fez um sim com a cabeça como forma de dizer que estava escutando.
- O seu pedido está pronto. Coloquei naquela mesa entre aquelas duas prateleiras - avisou apontando para o lugar.
- Obrigado! - Harry respondeu dando um sorriso de agradecimento para a atendente e em seguida dirigiu-se até a mesa.
Assim que se sentou naquele lugar, começou a observar as duas prateleiras que estavam próximas à ele e logo que deu o primeiro gole em seu chá, um certo livro lhe chamou a atenção. Um que estava bem na ponta daquela prateleira e que se poderia notar todos os detalhes da sua frente: sua capa era de cor bege e parecia mais um manuscrito do que um livro propriamente dito, não havia nenhuma imagem na capa, apenas o título em letras garrafais pretas "ELYSIAN" e a abreviatura do nome da autora ou autor, CN. Aquilo o tinha intrigado; Como alguém publica um livro dessa forma? É a capa que os vendem e aquela não vendia! Mas Harry conhecia o ditado de "Nunca julgue um livro pela capa" e por isso queria lê-lo e saber o porquê de não ter nada além daquelas informações. Às vezes esse poderia ter sido o intuito de quem escreveu, mas achava difícil ser isso. Sendo assim, Harry se levantou e foi em direção ao livro, o pegando em mãos.
Enquanto Harry analisava minuciosamente o livro, ele começou a brincar com os lábios, algo que sempre fazia quando estava muito concentrado ou pensando em algo. A capa do mesmo era macia e parecida com uma pequena almofada, algo que ele nunca havia visto antes. Harry então se sentou em sua mesa e colocou o livro ao lado de sua xícara de chá, decidindo que daria à devida atenção depois de terminar sua pequena refeição, porque se tinha uma coisa que Harry amava era apreciar seu belo chá da forma que ele deveria. Porém assim que Harry deu sua primeira golada no chá, olhou para aquela capa de novo e não teve como não o pegar em mãos. Ele decidiu que faria as duas coisas juntas: tomaria seu café e leria o livro. Começou pela sinopse descobrindo que se tratava de um romance e riu, pois essa era a primeira vez em anos que ele leria algo do tipo; mesmo não tendo gênero favorito, romance era algo que ele não lia sempre. E algo naquela sinopse o deixou intrigado, pois já deixava claro que o casal não ficaria junto. Por que? Ele ainda não sabia, mas era exatamente por isso que agora Harry queria ler esse livro com afinco.
Assim que acabou a sinopse, ele resolveu abrir o livro e em sua primeira folha havia a seguinte frase:
"Depois daquele dia em que te vi pela primeira vez sobre aquele palco, eu sabia que essa história precisava ser escrita, contada e sentida. Então essas são as minhas mais doces e sinceras palavras sobre você"
Aquilo lhe causou um certo choque, mas também o deixou ainda mais intrigado. Seria um livro que falava sobre alguém famoso? Isso seria pegadinha ou ironia do destino? Ele não sabia, mas tinha plena certeza que esse livro tinha ganhado o posto de novo interesse de Harry Styles e que o levaria para casa para lê-lo.
Harry terminou sua pequena refeição, seguiu até o caixa para pagar o que havia consumido e o livro.
Assim que chegou no balcão da cafeteria, abriu um dos seus sorrisos mais simpáticos para a atendente que acabou se derretendo. Harry amava esse efeito que causava nas pessoas, sendo elas do sexo que fossem.
- Você conhece o autor desse livro? - ele perguntou ainda sorrindo a atendente enquanto acariciava a capa com as mãos.
A atendente demorou uns segundos até conseguir prestar atenção no que ele falava e quando entendeu, o encarou com um olhar surpreso, pois nunca haviam lhe perguntado sobre os autores dos livros, já que no máximo era uma saudação, os pedidos, pagamentos e tchau.
- É uma jovem autora e o livro não foi propriamente publicado - ela começou - Alguns anos trás, ela passou por aqui e pediu se poderia deixar uma cópia para ver se alguém tinha interesse.
A atendente então sorriu para Harry de forma cúmplice.
- Interessante - Harry disse depois de ouvir a informação.
E ele realmente achava isso, pois autores normalmente não faziam algo do tipo. Era sempre buscando lucro para si próprio e acabavam mandando para grandes editoras. Aquele livro acabava de se tornar ainda mais interessante.
- O senhor é o primeiro a comprar o livro - a atendente disse por fim desviando os pensamentos de Harry.
- Vou dar uma chance, já que o achei interessante desde o primeiro momento em que o vi - Harry soltou mais um dos seus sorrisos assim que acabou de proferir essas palavras - Obrigado!
Depois desse pequeno diálogo, Harry acabou de pagar tudo dando uma bela gorjeta para a moça que ficou extremamente feliz, pois aquilo ajudaria muito nos livros da faculdade. Harry saiu feliz do café com o livro na sacola, pois teria o que fazer hoje e leria o dia todo, coisa que ele amava. Enquanto caminhava pelas ruas desertas de Londres, o cantor não poderia imaginar que aquele livro que levava para casa se tratava exatamente sobre ele e o faria se ver com outros olhos: os olhos de uma autora que era loucamente apaixonada por ele. Harry Styles era a inspiração daquela história e era sobre ele as doces palavras contidas no misterioso Elysian.
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Elysian • Harry Styles
RomanceO que você faria se achasse um livro em que parece ter sido inspirado em você? Foi exatamente isso que Harry Styles se perguntou após ler Elysian, um misterioso livro de romance que ele encontrou por acaso num dia normal de suas férias após uma cor...