Capítulo 03

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No sábado acordei com uma mensagem do Iuri:

E ai brother, tudo blz? Hoje vai ter um jogo com a minha galera bora? Passo ai na tua casa 15:30. Abrass

Olhei no celular as horas, eram 13:20, levantei tomei um banho, coloquei um short e fui na cozinha, nem sinal dos fdp do Natan e do Matheus. Preparei o almoço, quando estava terminando o Matheus apareceu na cozinha, com uma cara inchada, devia ter bebido todas ontem.
- E ai brother, ontem perdeu a maior festa.
- Pela sua cara deve ter sido mesmo, mas não deu pra ir, nem lembrei e outra tinha ido numa pizzaria com uns amigos.
- Amigos? Sei, tu tá pegando aquela guria linda né?
- Cara eu não sei, ela mexe muito comigo. - Anão Pedro vem me dizer que apaixonou?
- Não deixa isso quieto, oh preparei um rango come ai e fica calado.
Enquanto comia estava pensando no que o Matheus tinha falado, a Pri mexia comigo mesmo, acho que eu me apaixonei por ela, mas é estranho essas paradas pra mim, nunca tinha sofrido por amor, meus namoros sempre teve aqueles lances de desejo e tal, mas quando acabava eu não sofria, ou eu não ficava pensando na mina como eu penso na Pri.
Terminei de lavar o que eu tinha sujado durante o almoço e ouvi o alerta de mensagem do meu celular era o Iuri:

Tô aqui em baixo, anda logo.

Peguei minha mochila e coloquei minha chuteira e meu calção de jogo, quando estava saindo lembrei que estava esquecendo a camisa e as chaves do carro. Desci e o Iuri estava na moto.
- Ei cara tu veio de moto, pensei que você ia vir a pé pra irmos no meu carro.
- Não vamos de moto mesmo. – ele me deu o capacete que segurava.
- De boa então. – subi na moto, e só agora fui reparar que ele já estava como o uniforme de jogo dele. O Short dele é bem curto, as coxas dele são grossas e peludas, não consegui não reparar. Enquanto saiamos senti o cheiro dele, muito bom, ele usava um perfume que eu não sei o nome, mas era perfeito.
– Ei Iuri não corre de mais não, tenho medo de morrer. – ele virou o rosto pra trás e riu.
- Preocupa não, tu tá comigo agora. – ele terminou de falar e mordeu os lábios, aqueles lábios vermelhos lindos.
Pensei que ele ia me levar num ginásio ou um clube qualquer pra jogarmos futsal, mas fomos num pequeno campo com uma pequena arquibancada. Havia vários carros estacionados, um com o som ligado no máximo. Alguns caras eu conhecia da facul, fui cumprimentando todos, alguns tinha trazidos as namoradas. Fui no vestiário colocar meu uniforme e o Iuri foi comigo. Quando estava terminado de me trocar o Iuri me olhava com uma cara, olhei pra ele.
- Cara a Pri gosta muito de ti.
- Eu gosto muito dela também, é sério ela mexe comigo.
- Sabe desde o ultimo namoro dela, ela nunca tinha dado abertura pra outro cara conhecer ela, e olha que isso faz 2 anos. Ela nunca me falou de um cara pra mim como ela falou ontem pelo celular, nem mesmo do ex dela.
-Iuri eu gosto da Pri de verdade, aquele dia na festa, eu bati os olhos nela e senti algo, mas eu quero ir de vagar, não quero apressar as coisas. Quero algo sério saka?
- Sei, se tu magoar ela eu te mato entendeu? – ele falou tão serio que nos dois começamos a rir.
Dividimos o time, não ficou sobrando ninguém, acho que o Iuri já tinha combinado tudo com a turma dele. Fiquei no time oposto ao dele. No meu time tinha uns cara muito zé ruela, não tocavam a bola, mas ganhamos por 3 a 1. Em um dos lances eu estava com a bola e o Iuri deu uma entrada que quase arrancou minha perna.
Após o jogo terminar o pessoal me convidou pra irmos para um barzinho, mas eu já tinha marcado com a Pri de sairmos, falei pro Iuri que ia tomar um banho aqui no vestiário e se ele quisesse ir eu pegava um ônibus.
- Não de boa, vou tomar um banho aqui também porque tô todo suado. E a noite vou ver se conserto as coisas com a Amanda. Espera ai que eu vou falar pro pessoal que eles já podem ir.
Ele foi lá e deu o recado e voltou, fomos caminhando pro vestiário. Como o time dele tinha perdido não podia perder a oportunidade de zuar a cara dele.
- Mas como você é pereba em, 3 a 1.
- É que hoje eu estava cansado, porque se não te mostrava o craque aqui. – ele me deu um tapa na nuca.
- Seu filha da mãe, e aquela hora em? Tu quase quebrou minha perna. – dei um soco no braço dele, deve ter doido, porque dei com a ponta dos dedos.
- Ai seu filho da puta doeu. – nessa hora ele colocou um de suas pernas entre as minhas e me empurrou, perdi o equilíbrio e fui direto pro chão. Ele saiu correndo e entrou dentro do vestiário, levantei bem de pressa e corri bem rápido atrás dele, o peguei antes que ele entrasse em uma cabine dos chuveiros.
- Essa você me paga.
- Ai ai você vai me machucar.
Joguei ele no chão e o imobilizei, prendi a cabeça dele com um dos braços, mas ele conseguiu se soltar e subiu em cima de mim, ficou sentado sobre minhas pernas e segurou meus braços, olhei pra ele e que ficou parado naquela posição, nossos olhares se cruzaram, senti algo estranho dentro de mim, a mesma sensação de quando vi a Priscila pela primeira vez, um frio tomou conta da minha barriga, ficamos em silêncio, mas ainda nos olhávamos um nos olhos do outro, ele parecia estar pensando, acho que ele estava com a mesma cara que eu. Ele me soltou, o clima ficou constrangedor, me levantei do chão e disse:
- Já vou tomar banho – disse caminhando em direção ao chuveiro.
- Eu também.

Faça Valer A Pena - Romance GayOnde histórias criam vida. Descubra agora