216 palavras
Na minha primeira crise eu me deitei no chão do banco lotado
Enquanto seguranças me olhavam com certa desconfiança e os mais velhos com certa penaNa segunda crise eu tomei remédios demais
E acordei no hospital
Minha mãe me olhava como se não me reconhecesse
Meu pai não me olhavaEu aprendi a controlar e identificar gatilhos
Mas o pânico foi tomando conta de mimA todo momento
Eu aprendi a me controlar
Mas um dia eu explodi em um choro inexplicávelTudo me doía
Uma hora depois veio a notícia que meu ídolo suicidou-se
Então eu pensei
Um homem que tinha aparentemente tudo
Era triste por dentro
Então por que eu tinha que ser feliz?Fingir ser feliz
Cansei de esconder meus sentimentos
E perdi uma pessoa por issoAquilo doeu
Mas eu segui em frente
Sempre seguindo em frenteQuando a crise vem
Ela me derruba
Aperta meu pulmão até que não sobre ar necessárioLuto contra as lágrimas
Minha cabeça fica a mil por hora
Pensamentos conturbadosChoro e grito
Tento me acalmar
Mas de nada funcionaE nesse momento eu fico com raiva
acabo por ferir ou assustar as pessoas
Então ninguém sobrevive ao meu caosMas eu continuo aqui
Sobrevivendo
Dia após dia
Pânico após pânico
Crise após crise
Eu sobrevivo.
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Devaneios de uma mente atormentada
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