❝𝐇𝐮𝐦𝐚𝐧❞

⊱✿#Capitulo único.

Nem sempre o mundo é tão bom assim. 

Seulgi sabia disso, sabia muito bem. Todas as pessoas falam que o mundo sim, é a mil maravilhas, não mesmo. Seulgi perdeu alguém por conta do egoísmo do mundo. A loira, sentada sobre sua cama, olhava para sua galeria, aonde havia várias lembranças de sua amada. Irene. 

Ela não entendia o porque. O porquê das pessoas serem tão egoísta, ao ponto de tirar a própria vida de alguém. Lembranças daquele dia, passava pela cabeça de Seulgi. Era aniversário de dois meses de namoro, e, que presente que elas tiveram. 

" - Amor, hoje faz dois meses desde o dia em que começamos a namorar. - A de cabelos roxo falava animada, enquanto entregava um algodão doce azul para a mais nova. - E eu quero comemorar essa data. Que acha de sairmos hoje a noite, hm? 

- Pode ser mas, para onde nos iríamos? - A loira pergunta após pegar seu algodão doce e pegar um pedaço do mesmo. 

- Nos não vamos para lugar nenhum. - Irene riu ao ver sua amada franzir o cenho. -  A gente vai fazer tudo aquilo que sempre queríamos, o que acha? No final a gente até pode ir para praia, presenciar o por do sol. 

- Ah sim. Pode ser então, vou amar passar a noite toda com você. - Seulgi sorriu mostrando seu eye smile. "

Mas infelizmente, não aconteceu. O que era pra ser o melhor dia da vida de Seulgi, se tornou o pior. 

" A loira não tinha mais forças para se debater.  Ela via três mulheres batendo em sua amada, com pedaços de madeira e de ferro. As lágrimas escorriam pela suas bochechas. As outras três que seguravam Seulgi, riam da cena. 

- Por favor.. Parem.. - A loira pediu sussurrando, mais as mulheres não ouviram. 

- Bando de aberração. - Uma das mulheres gritou dando um chute na barriga de Seulgi. - Mulher foi feito pra casar com homem. 

Seulgi chorava. Vendo sua amada desacordada, isso só aumentava as lágrimas. 

- Ninguém criou essa lei! Todos temos o direito de amar, seja do mesmo sexo ou não!  - Seulgi tomou toda sua coragem e gritou, fazendo as mulheres ficarem com mais raiva ainda. - Eu sou um humano, como vocês, a única diferença é que namoro com uma mulher! 

Uma das mulheres que tinha um pedaço de ferro, bateu em Seulgi, fazendo a mesma cair no chão. 

- Vocês não são humanos, são um bando de aberração, bando de putas! Merecem serem estupradas! " 

Lembrar do dia, machucava demais Seulgi. Lembrar de como perdeu Irene, por um egoísmo, egoísmo do ser humano. 

"  - Mãe, como está a Irene? - Seulgi perguntou se sentando na cama do hospital, com um sorriso no rosto na esperança de saber algo sobre sua amada. E o sorriso que a senhorita Kang tinha no rosto, sumiu ao ouvir o nome de Irene, mais não porque não gostava dela e sim, porque ela sabia o que tinha acontecido. - Mãe, cadê a Irene? - Seulgi perguntou já sem paciência, com medo da resposta.

- Filha eu... - A senhorita  Kang se aproximou da filha já com lágrimas no rosto. - Eu sinto muito minha filha mas, a Irene não resistiu aos ferimentos e... 

- NÃO!  NÃO, NÃO, NÃO. - Seulgi gritava desesperada, puxando seus cabelos com força, chorando. - Não, ela.. Não... - A loira chorava desesperadamente, com a esperança de ser mentira. - M-mãe, i-isso é mentira... Não é?  F-fala que é mentira, por favor. 

- Filha eu.. - A mulher tentou se aproximar mais Seulgi a empurrou. 

- NÃO!  ELA NÃO... Não pode ser verdade.. - Seulgi se debatia tentando sair da cama, mais alguns médicos haviam entrado no quarto e segurava a menor. - IRENE NÃO! - A loira chorava se debatendo, mais acabou desistindo, mais as lágrimas ainda caiam sobre seu rosto, caiam descontroladamente. " 

A loira começou a chorar novamente. Seulgi colocou suas pernas em cima de sua cama e abraçou as mesmas com força, apertando estas com força contra seus peitos, fazendo machucar a si mesma, mais Seulgi não ligava. A dor sobre seus seios, não era tão grande quanto a dor dentro de seu peito. A dor da saudade. A dor de culpa.. Talvez. 

Seulgi olhou para o lado vendo seu celular ainda ligava com uma foto sua e de Irene. Juntas. A menor olhou por todo seu quarto, e tudo nele, lembrava Irene. Havia fotos, por toda as paredes, e isso acabava com Seulgi. 

A menor se levantou indo até uma das parede, e assim, arrancou todas as fotos, arrancou tudo qualquer tipo de foto que tinha ali até se desequilibrar e cair no chão e assim, chorou de novo. A loira olhou a sua frente e viu a janela aberta. Talvez tenha tentado se matar, cinco vezes só essa semana. Três porque foi impedida pelo seu irmão mais velho e pela sua mãe e duas vezes por falta de coragem. 

Seulgi se levantou do chão indo até a janela e assim que chegou perto, olhou para baixo. Havia bastante gente na rua. Seulgi olhou para trás e andou devagar até sua escrivaninha, pegou uma caneta que havia ali em cima e seu caderno, e assim escreveu... 

De: Seulgi

Para: Mãe

Mãe

Eu sei que você e o papai queria que eu encontrasse  uma pessoa que me faria feliz, que seria o motivo dos meus sorrisos, e assim, eu encontrei. Encontrei ela. Encontrei o motivo dos meus sorrisos, e não só dos meus e sim, dos seus porque, eu sei o quanto você gostou de Irene. Você amou ela, assim como o papai iria amar ela. Se você soubesse em quantas coisas a gente se envolveu, provavelmente você iria matar a gente, se ela tivesse ainda aqui... A cada dia, a saudade me mata. O que era pra se tornar um dia feliz, com lembranças boas, se tornou o contrário disso. Eu a perdi. Perdi minha alegria, meu sorriso, perdi tudo... Não consigo mais ver meu futuro, sem ela. Não consigo. A senhora sabe o quanto ela me fazia bem. Eu quero me encontrar com ela mamãe. Quero ficar ao lado dela, assim como do papai também. A senhora sempre me dizia que a gente iria se encontrar mais uma vez mas, quando? Quando esse dia iria chegar?  Talvez seja esse o dia?  Talvez seja hoje o dia em que talvez eu possa encontrar com ela e viver em paz e harmonia? Eu quero. Quero viver em paz, ao lado dela. Ao lado do meu primeiro e único amor chamado Bae Joohyun. Me desculpe se você queria que eu fosse forte, mais eu não consigo mamãe, a Seulgi que você conhecia a cinco semanas atrás, foi embora, assim como Irene e o papai. 

Eu te amo mamãe, nunca se esqueça disso. 

Seulgi apertava a caneta com força, deixando uma lágrima cair sobre o papel. A loira arrancou aquela parte do caderno e colocou sobre a cama, ao lado do seu celular com a foto dela e de Irene. Seulgi andou até a janela e subiu em cima. Ela pode ouvir algumas pessoas gritando, pedindo para ela descer, mais ela fingia que não ouvia. As lágrimas escorriam pelo seu rosto. Seulgi pode ouvir passos pela escada, provavelmente era sua mãe que estava voltando do trabalho. 

A garota olhou para trás olhando para a porta. 

- Eu te amo mãe. - Sussurrou sua última frase. 

A loira olhou para frente, ela pode ouvir a porta sendo aberta e ouvir sua mãe gritando, mas antes que a mesma se aproximasse de Seulgi, a mesma pulou. E finalmente, Seulgi iria viver em paz, ao lado de Irene. 

Bae JooHyun

- Seul, Coréia do Sul 

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19/03/2019

Kang Seulgi

- Seul, Coréia do Sul 

☆

22/04/2019