Eu sou Rodrigo

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     O que falar dos 18...

     Para nós, homens, nada melhor que estar no auge da vida adulta e ter passe livre em tudo.

     Uns dias atrás, estive na boate mais foda de Recife, a Interpower, para comemorar meu aniversário.

     Claro que meus pais não foram de acordo, ainda mais por eu estar sob o teto deles.
Na verdade, sob o teto da minha mãe, por que eles se divorciaram e meu pai mora em outra cidade, há 20km.

     Eles acham que a festa foi na casa de um colega que estuda comigo, pois quando eu pedi para fazer na Interpower parecia que o mundo ia acabar.

"Meu filho não vai para uma boate!"

"Você não tem juízo, Rodrigo? Você ainda é uma criança e não vai à uma boate!"

     E o plano estava indo às mil maravilhas até eu ser obrigado a convidar a Karina, minha vizinha de porta e "amiguinha" de infância.

     Era nítido que não nos suportávamos desde o nascimento dela — já que eu sou 1 ano mais velho —, mas minha mãe e minha madrinha — mãe de Karina —, achavam que ia passar.

Elas dizem isso há quase 17 anos, e nada passou. E nem vai, se depender de mim.

     Durante a festa, a insuportável não parava de me mandar olhares de desgosto quando trombava comigo nos cantos, e eu já estava fumaçando de tanta raiva.

     No entanto, enquanto eu curtia com meus amigos já bêbados — inclusive eu —, Gisele, que é minha prima, levou-me até o banheiro e me agarrou dentro de um dos banheiros.

     Já fizemos isso algumas vezes, durante a adolescência, e eu já nem me importava mais com o lance de céu e inferno.

     Pra ser sincero, a maior surpresa que tive nesse aniversário foi ver Karina apontando seu celular pra gente, enquanto ria até ficar vermelha.

Eu me assustei com a reação dela e joguei celular na privada, e ainda dei descarga.
E foi debaixo de seu olhar raivoso que ela me ameaçou, dizendo que contaria tudo para a minha mãe, caso eu não desse um celular novo a ela.

     Ela sabe que eu não tenho grana pra sustentar o padrão de vida dela, certo?

Nem que eu juntasse meu salário do mês poderia comprar esse telefone dela.

     E foi aí que eu comecei a pensar melhor e joguei na cara dela a mentirinha de ano novo que eu acobertei.

Ou ela acha que eu não a ouvi conversando com Ana Clara sobre ir para o Réveillon na praia dos Carneiros?

Era justamente lá que eu ia passar a virada de ano e o meu aniversário. E é claro que eu não contei pra ela.

     Mas, como o evento ia ser somente para maiores de 18, sabia que ela ia falsificar as identidades com o meu amigo.

     E o que eu fiz? Esperei ansiosamente para ver seu olhar desesperador para o segurança, implorando para entrar com sua amiga, até que me viu.

     E que fique claro que eu só acobertei porque vi a oportunidade de poder chantagear ela futuramente.
Ela era a típica princesinha do papai e da escola, mas eu sabia que nem sempre ela mantinha-se no posto da perfeição.

E bingo!

     Eu não tinha tantos motivos para odiar a Karina, na verdade, mas por ela ser azeda e mimada, eu evitava conviver com ela.

Maldita Karina!

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⏰ Última atualização: Feb 06, 2020 ⏰

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