Meu Primeiro Amor

2- Reencontro

Como muitos pediram. E como nem eu mesma aceitei aquele fim trágico, aqui está a segunda parte da one. Espero que vocês curtam. <3

∞

Ainda me lembro dos seus olhos. Do gosto de seus lábios macios. Ainda sinto o cheiro do seu perfume. Seus traços estão guardados em minha memória. Ah, Arizona, como eu sinto a sua falta. Cinco anos se passaram, e não consigo te esquecer. Os cinco anos mais difíceis de minha vida.

Tentei esquecê-la, seguir minha vida,  porém foi tudo em vão. Namorei, não por escolhas, mas sim porque fui obrigada por meus pais. Foram os meses mais horríveis de minha vida, Christian me tocava e eu só sabia sentir nojo. Nojo por ter que me deitar com ele, beijá-lo, sabendo que cada passo meu, era passado por ele, para o meu pai.

Tentei entrar em contato com Arizona, mas fui pega por meu pai. Me lembro perfeitamente bem daquela noite. Consegui achar Arizona em uma rede social. Coisas que não tinhamos na época, mas achei. Mandei um oi dizendo que estava com saudades, e que ainda a amava. Não consegui ver a sua reposta, quando meu laptop apitou, Carlos me agarrou pelos cabelos e me jogou no chão. O aparelho foi quebrado,passei a ser proibida a ter algum tipo de aparelho eletrônico.

Contava os minutos e segundos para fazer dezoito anos e sair de casa. Minha mesada eram todas guardadas debaixo de meu colchão. Afinal eu não tinha com o que gastar, eu ia de casa para a escola, e as vezes na esquina tomar sorvete com Christian. Papa confiava nele.

No dia 15 de março, quando deu a clarear o dia peguei minha bolsa com algumas roupas e sai de casa. Eu estava com dezoito anos, finalmente livre de meus pais, que passaram os dois últimos anos de minha vida me mantendo presa. Fui atrás dela, da menina que dei o primeiro beijo, da menina que me entreguei de corpo e alma.

A primeira coisa que fiz quando cheguei no meu antigo país foi ir até a casa de Arizona. Chamei, chamei e nada. A casa estava vazia, gramas altas cercavam a casa que sempre foi muito cuidada.

Ali era o fim, eu nunca mais veria Arizona Robbins. Como eu disse, foram cinco anos tentando esquecê-la. Mas não funcionou.

Passei viajando pela estrada de carona. Fiz amizades, e acabei tendo relação sexual com algumas mulheres, mas nada além disso, sexo. Aos vinte anos vivi muitas coisas na estrada, mas precisava encontrar o meu lar. Achar uma razão para existir, criar uma rotina. Minha última parada foi em Libéria, um dos países mais pobres da África. Passei a fazer trabalhos voluntários. Me apaixonei pelo lugar, pelas crianças, pessoas humildes de bom coração. Ensinava pessoas adultas e crianças a ler e escrever. Ensinava música, e o maior pagamento era um sorriso deles.

- Tia Callie

- Diga Lupi - coloco a garotinha de pele escura sentada em minhas pernas. Lupi tem seis anos, ela e os pais perderam a casa recentemente, e estão alojados em barracas.

- Você não tem namoradinho? - a menina pergunta de uma maneira inocente - Que nem o papai e a mamãe.

- Namoradinho não. Mas eu amo alguém. Mesmo que não estejamos juntas, acredito que o nosso coração estejam sempre ligados - disse perdida em pensamentos.

Cada momento vivido por mim e Arizona, estavam presente em minha mente. Como se fosse ontem.

- Agora é hora de servimos os lanches - fiz cócegas na barriga da pequena. Lupi correu na frente rindo.

Hoje uma nova equipe da Flórida viria pra cá para nos ajudar. Éramos um grupo pequeno, e toda ajuda era muito bem vinda.

Depois de servir o jantar, comecei a recolher as coisas, antes que a noite caísse. Não tínhamos muitas iluminação no bairro.