· 25 - O Primeiro Regner ·

279 19 6
                                    

- TEM ALGO DIFERENTE EM VOCÊ.- Ele analisou, enquanto andávamos e eu ri.

- O que poderia ter de diferente em mim? - Além de uma gravidez a qual ele era o progenitor?

- Não sei bem, você parece mais jovem. Mais feroz. - Eu sorri, achando engraçado - Ah, já sei! São seus olhos! Você está usando algum feitiço da Ilusão?

- Do que você está falando? - Eu indaguei, sem entender nada.

- Seus olhos não estão vermelhos, estão verdes. - Ele falou e eu o encarei, sem dar atenção aos seus olhos, que também deveriam ser vermelhos e estavam de outra cor.

- Sim, porque eles são verdes. - Eu dei dois passos à sua frente, ele parou atrás de mim e eu o ouvi sacando uma espada. Naquele momento eu congelei, sem olhar para ele.

- Não, não são. - Eu permanecia parada, procurando um momento para me transformar - Quem é você e o que fez com ela?

Eu me transformei e saquei a Espada, me virando para ele, apontando a lâmina. Foi nesse momento que nossos mundos se chocaram.

Os olhos de Kenneth estavam verdes, ele tinha uma armadura de cavaleiro e uma joia vermelha no peito que nem eu, tal como uma capa preta e empunhava a Espada Sangue. Aquele não era Kenneth. Era Avalon Regner.

- Ah, droga! - Eu exclamei.

- Quem é você e o que fez com a minha mulher? Onde está Diana? - Ele esbravejou e só então eu percebi o que estava acontecendo. Eu achava que aquele homem era Kenneth, mas era Avalon e Avalon achava que eu era sua esposa e dragão, Diana Regner.

Avalon estendeu seu olhar para minha armadura, capa e espada.

- V-você é... O que é você?! - Ele exclamou, sem palavras para descrever o que sentia ao ver que eu era Guardiã do Fogo e a Portadora da Espada Sangue, assim como ele.

- Eu não sou sua esposa. - Eu baixei a Espada e a coloquei de volta na bainha, como sinal de paz - E não sou sua inimiga.

- Conta outra! Você está se passando por ela! Até falou comigo como se fosse Diana. - Ele não amoleceu.

- Eu também pensei que você fosse outra pessoa. Alguém que também é muito importante para mim. - Eu tentei explicar, mas ele deu um passo à frente. Eu fiquei quieta, não poderia acordar suas Trevas novamente.

- Última chance. Onde está Diana? - Ele separou as sílabas e eu senti um frio na espinha que somente um Regner poderia proporcionar.

- Estou bem aqui. - Ouvimos uma voz nas minhas costas e eu avistei uma mulher idêntica a mim, com um diferencial de um par de olhos vermelhos de dragão, parada no corredor, há dois metros de distância. Ela parecia enfurecida quando começou a andar na minha direção - Eu não sei quem você é ou o que quer aqui, mas você mexeu com a Rainha errada.

Ela ergueu o punho fechado para me dar um soco e eu não tentei lutar. Não havia como me defender de um soco com a força de um dragão, muito menos da Rainha dos dragões. O que eu poderia fazer era me esquivar e estava pronta para isso. Mas o soco nunca chegou.

Diana ergueu o pulso e quando ia desferir o golpe, uma silhueta ruiva parou na minha frente e segurou seu soco com uma mão, como se não fosse nada. Agora, sim.

- Kenneth! - Eu exclamei aliviada quando ele me olhou por cima do ombro e sorriu malandro, piscando um olho.

- Francamente, Aurora, novamente se metendo em encrencas sem me convidar? - Ele brincou, olhando para Diana que estava perplexa, tanto por ele ter sido capaz de segurar sua mão quanto pelo fato de ele ser igual ao seu marido.

Cavaleiros de DragõesOnde histórias criam vida. Descubra agora