Road Trip

7 7 0
                                    

- Meninos! Vocês não se podem sentar aí!

Com grande pena minha, e da Noa, visto que não nos podíamos sentar juntos, como na aula da área das artes e por consequência não podermos admirar o belo e musculado professor da área das ciências, fomos nos sentar, separados, nas filas de trás. Ao percorrer a sala reparei que era uma sala disfuncional, escura e sem janelas, porém com acesso a uma casa de banho.

- Ah! - fiquei pasmo – Ew! - fico enojado quando me apercebo que quem vai lecionar esta aula é uma velha magra e rugosa.

Ela ia falando e falando, e como eu odeio ciências nem estava a tomar atenção à sua palestra. Olho ao meu redor e vejo a sala cheia de desconhecidos, mas, no entanto, pressinto que o rapaz que está à minha frente é da minha confiança.

- Miró! - ouço, procuro a voz e vejo a Noa, no outro lado da sala.

A sala começa a escurecer, e sem conseguir controlar, fico com medo. A luz continua a diminuir, e o pavor continua a aumentar, quando, sem esperar, o rapaz à minha frente, que já não consigo identificar graças à escuridão, se volta para trás e estica a mão na minha direção. Instintivamente e acreditando ser a minha salvação, pego na mão dele.

Já só vemos vultos, e como se a ansiedade já fosse pouca, ele vira-se e exclama: Fogo! É mesmo intenso...

- Miró!

E neste momento, quando toda a sala já estava nas trevas, ouvi passos. Era a ...

- Miró! Acorda!!!

- Hã?! O que foi? - respondo sem saber quem é...

- Miró, tu adormeceste... No armário... Ahahahah Vá lá, sabes que eu não te critico, sai lá do armário.. Ahah – brincou o Richard tentando conter a sua gargalhada.

- Ah Ah Ah.. Que piadinha... não te preocupes que já me livrei dele há tempos! - acabei dizendo zangado, não com ele, mas com o facto de ter adormecido e não ter acabado de fazer as malas... - Então e diz-me lá, que fazes no meu quarto, estás com inveja e também queres sair do armário? - gozei, afim de saber o que ele queria.

- NÃO! Sabes bem!!

- Ah, pois é. Fogo, e eu a pensar que ainda ia provar dessa carne um dia. Não, mas agora a sério, desculpa por ontem, não fazia ideia que estavas a falar com ela.

- Ahk, não tem mal. Não estávamos a fazer nada de mais. Estávamos simplesmente a falar.

- Hum, okay. - digo desconfiado de algo. - Ah! Que horas são?! - falo já alterado visto que me perdi no tempo.

- Já devem ser umas 6 da manhã, a Catarina já está de pé desde as 4h30...

- O quê?! - grito pasmado – Tenho ainda que acabar de fazer a mala!

- Mas queres ajuda?

- Opah, já que insistes eu aceito. Visto que aqui o menino não me soube acordar mais cedo... Aproveito e tomo banho enquanto acabas a lista.

- Fizeste lista?!

- Não! Achas ahahahah Acabei por adaptar a lista da Noa. Mas boa sorte, eu adaptei-a na cabeça, por isso... Tens que ser engenhoso e pensar como eu. - falei já a ir para a casa de banho antes que ele mudasse de ideias ahah

| Já na cozinha... |

- Tem de deixar... Não há propriamente outra opção, até porque a culpa do carro velho estar na oficina é dele ahah - ouço o parvo do Patrick, enquanto entro na cozinha.

Humboldt  -  IllusionsOnde histórias criam vida. Descubra agora