Dor

7 0 0
                                    

  Ela tenta sair do quarto, mas um impulso sai de mim, me fazendo bloquear a passagem dela.

Raquel
- Saia da frente!

Eu não sei o que deu em mim, mas eu sinto que não devo deixá-la sair. Eu estendo o braço direito bloqueando a porta.

Raquel
- Você enlouqueceu! Me deixe passar!

Cristian
- Não! Seus pais não iriam gostar disso!

Raquel
- Ah é mesmo? E por que acha que estou fazendo isso?

Cristian
- Isso vai magoa-los! Vai causar dor a eles!

Raquel
- E é isso que quero! Dor! Eu amo a dor! E desejo que eles sofram bastante.

Cristian
- Por que deseja isso? O que eles te fizeram?

Raquel
- Isso não importa! Saia da minha frente!

  Ela me empurra para o lado, e quando começa a abrir a porta eu não me seguro. Corro até ela e a puxo para o lado, ela se vira para tentar se soltar, mas a porta bate e com o susto escorregamos.
  Isso não pode estar acontecendo, eu estou prendendo a princesa contra a parede, e estamos tão pertos um do outro que mau dá para respirar. Ela me olha com um olhar de ódio, acho que ela percebeu o que acabei de fazer.

Raquel
- Seu...

  Ela não termina, como se não tivesse o que falar...Isso é normal, eu também fiquei sem saber o que dizer..Eu sinto sua respiração, ela está muito perto. Começo a sentir as bochechas ficarem mais e mais vermelhas, entrei em choque, estou totalmente travado em cima da princesa. Ela interrompe o silêncio, me dando um tapa na cara.

Raquel
- Seu idiota! Quem pensa que é? Você não vai me impedir! E muito menos ficar aí babando por mim, se for babar que babe bem longe de mim! Você é um cavalheiro bem atrevidinho!

Cristian
- Me desculpa, eu não queria fazer isso, muito menos te irritar.

Raquel
- É! Mas conseguiu! Com licença!

  Ela sai do quarto e bate a porta, eu estou tentando entender o que acaba de acontecer. Eu não posso estar apaixonado pela princesa, eu sou o cavalheiro dela. Não posso ter atração alguma por ela, meu dever é protege-lá não ama-la.
  Eu não sei o que fazer, não ensinaram isso no período acadêmico. O que eu devo fazer se a princesa que tomo conta sair do quarto enfurecida e ir para um lugar que ela não pode ir? Eu a sigo? A deixo ir? Eu não sei o que fazer! Bom..vou obedecer a ordem que ela me deu, vou ficar na porta do quarto e esperar ela voltar. Eu me encosto na porta, e espero.
   Eu fiquei horas ali, peguei no sono. Acordo com uma mão em meu ombro, minha visão ainda está embasada do sono. Essa pessoa me empurra para o lado, entra no quarto e fecha a porta.
  Estou acordando, a princesa deve ter chegado. Me levanto, bato na porta e pergunto se posso entrar, ela grita que não com uma voz de choro. Eu não me contento e abro a porta, ela está deitada na cama, está chorando. Ela se vira, seus olhos estão cheios de lágrimas, o batom que ela usava está todo borrado.
  Eu me aproximo, tento enxugar suas lágrimas, mas ela tira minha mão.

Raquel
- Não toque em mim!...

  Eu a ignoro, aliso seu rosto e enxugo suas lágrimas. Ela está indefesa, está magoada com algo, e eu quero ajudar.
  Ela me olha nos olhos, uma mistura de triste e raiva.

Cristian
- O que aconteceu?

Raquel
- Não aconteceu nada!...Me deixe em paz!...

Cristian
- Eu sei que aconteceu algo, pode me contar, eu não vou dizer a ninguém.

Raquel
- Meu namorado me traiu na minha frente...

Cristian
- Um príncipe fez isso? Pensei que os príncipes fossem pessoas de honra.

Raquel
- Ele não era príncipe...eu o conheci a quatro anos numa balada...

Cristian
- Você foi a uma balada...foi vê-lo...

Raquel
- E o encontrei com outra...

   As lágrimas voltaram, ela está se abraçando. Eu chego mais perto e a abraço, a envolvo com meus braços. Eu sinto que ela vai me bater, mas eu continuo ali tentando conforta-lá. E algo inesperado acontece, ela me abraça de volta. Sinto que estou me dando bem com a princesa, talvez ela possa gostar de mim para protege-la. Ela se afasta, sem dizer nada, e me olha nos olhos.
- Ele não era uma

De repente, apaixonado pela princesa.Onde histórias criam vida. Descubra agora