Capítulo 5

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Olá, meus profanos e profanas. Eu devo avisar que serão apenas mais dois capítulos para a história chegar ao fim. Boa leitura.



Zelda se colocou no centro do círculo formado por velas e bruxas.

As chamas acesas, as mãos unidas em uma só corrente. Aquela seria a última tentativa do Coven, uma última chama queimando fraca na escuridão.

Todos estavam cientes de que depois daquilo, dificilmente seriam capazes de usar magia outra vez. Talvez ainda pudessem acender uma última vela, mas nada além.

Eles pensaram nisso, em silêncio. Zelda não permitiria sentimentalismos naquela hora.

Obstinada como era, postou-se no meio deles e esperou que começassem.

Hilda, Sabrina, Ambrose e Prudence. Um a um, eles levantaram a cabeça e assentiram, em silêncio. Suas vozes se tornaram uma só, quando, após uma prece rápida para Lilith, uniram-se em coro.

"Oh Lilith!

Divlja macka, Dama mojih mracnih snovha.

Zazivham vase veliko zensko ime izazivajucci nebesku harmoniju.

Opscena kraljicas.

Dodi kod mene, Velika Lilith"

Zelda sentiu a energia fluir ao seu redor, tocando-a.

Aquela era sua família, que durante tantos anos protegera com todas as suas forças. Aqueles que tanto amava, quase nunca demonstrando. Teria feito a si mesma em pedaços, se isso lhes devolvesse a magia e os deixasse continuar com suas vidas.

Com os olhos marejados e o coração cheio, a bruxa abriu uma ferida na palma da própria mão, deixando o líquido vermelho pingar aos seus pés, numa oferenda e sua voz logo se uniu as outras.

"Oh Lilith!

Divlja macka, Dama mojih mracnih snovha.

Zazivham vase veliko zensko ime izazivajucci nebesku harmoniju.

Opscena kraljicas.

Dodi kod mene, Velika Lilith."

As lâmpadas piscaram várias vezes, um cachorro latiu em algum lugar distante e um silêncio pesado tomou conta do ambiente quando a fumaça negra rodopiou dentro do círculo, trazendo consigo o aroma de maçãs frescas.

O coro de vozes só cessou no momento em que Lilith se tornou completamente visível e seus olhos azuis focaram na Suma Sacerdotisa, que mantinha a mão levantada.

O alívio de Zelda em ver a mulher demônio foi quase momentâneo, já que não demorou a perceber os olhos profundos e as marcas nos pulsos da mesma. Estivera presa.

Elas sequer perceberam quando os membros do círculo lentamente se afastaram, buscando um lugar qualquer onde pudessem sentar-se. Já não possuíam mais magia, seus corpos exaustos imploravam por descanso após aquele último esforço e apesar disso, eles se recusavam a deixar o aposento até que tivessem certeza de que seu objetivo fora alcançado.

Sem ter certeza de que seria capaz de falar, Lilith segurou a mão de Zelda entre as dela, curando o pequeno ferimento, sem soltá-la depois. Seus dias de tormento poderiam tê-la levado à loucura, se não fosse pela imagem da bruxa ruiva, sempre presente em seus pensamentos.

—É isso – Sabrina quebrou o silêncio, com uma lágrima solitária escorrendo pelo rosto – Não temos mais magia.

—Daremos um jeito, meu amor – Hilda, que estava sentada ao lado dela, puxou-a para um abraço.

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