Sinopse: Desde o primeiro momento em que encontrou aquele par de olhos tão incomuns na aula inaugural dos alunos de doutorado, Itachi sabia que estava ferrado.
Mês AllHina 2020 | Dia 4 | ItaHina
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#4 Contraditória
Why'd You Only Call Me When You're High? – Arctic Monkeys
Os dedos finos e compridos batiam impacientemente na mesa de madeira escura. O Uchiha estava exausto, havia passado a madrugada inteira corrigindo as últimas provas de sua classe avançada. Não sabia o que havia o irritado mais, os erros dos alunos ou o celular que vibrava incansadamente até o momento em que ele o colocou no modo não perturbe.
Itachi sabia muito bem quem estaria ligando naquele horário e ele simplesmente não tinha cabeça para lidar com Hyuuga Hinata naquele momento. Com um suspiro pesado, o moreno levantou da mesa que ocupava a longas horas e seguiu para a pequena cozinha de sua casa, servindo-se de um grande copo de água gelada.
.Desde o primeiro momento em que encontrou aquele par de olhos tão incomuns na aula inaugural dos alunos de doutorado , Itachi sabia que estava fodido. Ela o atraía de uma forma como nunca havia acontecido, como se ele fosse um pedaço qualquer de metal e ela fosse um imã gigante. Era como se ele fosse apenas um adolescente com hormônios a flor da pele, não um adulto com seus trinta e quatro anos de idade.
Ele tirou o óculo, o apoiou na bancada de mármore e pegou o celular no bolso da calça, retirando-o do modo silencioso e verificando todas a notificações. Algumas mensagens e muitas ligações - todas dela, é claro. Nos corredores dos laboratórios, Hinata gostava de fugir dele como o diabo fugia da cruz. Mas bastava algumas gotas de álcool para que ela enchesse seu celular de mensagens e ligações perdidas.
Hinata sempre encontrava desculpas para não ceder ao que eles sentiam, e ele sabia muito bem que era correspondido em seus sentimento, era impossível não saber, já que ela os expressava tão bem em seus malditos olhos claros.
A primeira desculpa fora ele ser professor da universidade, mesmo que não fosse o professor dela. A segunda fora ser irmão do melhor amigo dela. A terceira ele ter a ajudado a orientadora dela em alguns experimentos, se tornando co-autor do trabalho que ela estava escrevendo.
Mas sempre, sempre, que ela saia com os amigos, ou quando virava a noite com uma garrafa de vinho escrevendo artigos, mandava mensagens que o deixavam louco.
A morena era tão contraditória que ele sentia-se um tolo por desejá-la tanto.
Mas como não desejaria, com aqueles olhos que, ao mesmo tempo, exalavam delicadeza e um fogo que o moreno não via há muito tempo. Quando as curvas de seu corpo pareciam ter sido feitas para encaixar no dele. Quando a mente afiada e a inteligência enorme o excitava ainda mais.
Quando aquelas malditas mensagens o deixavam tão duro que chegava a ser dolorido.
Decidido a tomar um banho gelado e finalmente ir para cama, o moreno caminhou em direção ao banheiro, colocando o celular em cima da pia e desabotoando a camisa social e logo que jogou a peça no cesto de roupa suja a tela do celular acendeu e o outra mensagem dela brilhou.
O Uchiha sabia que deveria ignorar, como fizera com todas as outras daquela noite, eram mais de três horas da manhã e tudo o que ele precisava era de um bom banho e ir para cama. Mas antes que pudesse pensar realmente no que estava fazendo, os dedos digitaram uma mensagem apressada.
"Por que você só vêm atrás de mim quando está bêbada, Hinata?"
Ele não conseguiu desviar os olhos do aparelho enquanto aqueles três malditos pontinhos brilhavam e apagavam, como se ela tivesse escolhendo as palavras certas. Ou só muito bêbada para não saber o que dizer.
"Não estou bêbada, Itachi."
Os dedos masculinos começaram a digitar uma resposta, mas ele pausou quando outra mensagem chegou, fazendo o coração do Uchiha bater tão acelerado como se tivesse corrido uma maratona.
"E estou na sua porta."
Itachi nem mesmo percebeu quando seu corpo deixou o banheiro e caminhou até a porta de entrada, girando a chave e encontrando o par de olhos que o deixavam completamente maluco o encarando com seriedade. Foi só quando o vento gelado bateu em seu peito desnudo que sua ficha caiu, ele percebeu que ela estava realmente ali e antes que pudesse falar alguma coisa, as mãos pequenas e delicadas encontraram seu torso, o empurrando para trás até que eles estivessem dentro de sua casa. E no momento em que a porta foi fechada, com força pelos pés dela, os lábios famintos do Uchiha encontraram os rosados da Hyuuga, devorando-os e saboreando-os como quisera fazer tantas vezes por tanto tempo.
E quando um gemido abafado saiu da boca feminina o moreno teve a completa certeza de que nunca mais a deixaria ir depois daquele momento.
- Sem mais desculpas baratas, Hyuuga, o que você quer?. - Ele perguntou, a voz grave e autoritária, quebrando o beijo e segurando o queixo feminino de forma que ela o encarasse. - Sem negar mais, o que você quer?
- Eu quero você, Itachi. - Hinata respondeu, gemendo novamente quando ele segurou o pescoço delicado com força e tomou os lábios dela mais uma vez. - Só você.
Depois de toda a tortura que ela o fizera passar, Itachi sabia que não deveria ceder tão facilmente. Mas Itachi era um tolo.
