Prólogo
“A vida totalmente patetica, um dia você está pacatamente em uma rotina tranquila, e no outro, pode estar implorando para sobreviver, por misericórdia... É impressionante como o sofrimento nos torna consideravelmente mais fortes e o desejo de vingança, é o que nos
permite sobreviver. ”
Capitulo I
14, setembro de 1991 (1965-2018) -----26 anos -----54 anos
Observa-la a beira da bancada preparando panquecas é uma de minhas atividades preferidas Pela manhã enquanto ajeito a gravata. Ela está serena batendo os ovos delicadamente contra
a tigela de porcelana de costas para mim, enquanto se distrai com algo na rádio. Ela não
percebe a minha presença. Continuo por alguns segundos parado a entrada a pequena cozinha
até que ela se assusta com minha presença.
aah, você está aí a quanto tempo? – Diz ela, saltando levemente para trás, seu rosto branco
como leite está corado agora.
- Não o bastante – digo, caminhando em sua direção – o que temos para hoje? – Seguro seu
queixo com minha mão o fazendo se erguer retirando uma mecha de cabelo rebelde de seus
olhos.
- Panquecas e ovos, quer comer agora? - Diz com sua voz doce enquanto olho dentro de seus
olhos cor caramelo.
- Estou faminto – sua pele fica rosada novamente, continuo a acariciar seu rosto passando o
polegar pela sua boca, ela é tão pequena e frágil, paro o que estou fazendo assim que olho o
relógio de parede a minha frente, e percebo que vou me atrasar.
- Desculpe querida, tenho que ir agora – beijo castamente sua boca a deixando para trás, não é
algo que me agrade, porém, o dever me chama. Pegando a pasta que está no criado mudo, ligo
para Santoro entrando no carro, fazendo a manobra de saída da garagem. Moramos em um
dos pontos mais privilegiados e caros de ????. Recebo muito bem sendo advogado de ????, um
grande empresário do ramo de automobilístico. O conheci quando estava à procura de estágio
a alguns anos atrás, fui bem-sucedido e promovido a advogado conciliador.
- Estou a caminho – não escuto nada de imediato do outro lado da linha.
- Estou chegando! - Diz com a voz rouca do outro lado.
Chego 05min antes no local combinado, mas não há ninguém. O tempo está se fechando, e a
chuva ameaça cair a qualquer momento, verifico o celular na espera de encontrar alguma
mensagem, porem só há um correio de voz, que se refere a promoção de telefonia. Percebo que
há algo de errado, Salvatore não atende o maldito telefone e o infeliz nunca se atrasa, são
basicamente 3ele é um de 3 advogados de ???, porem não confio em suas atitudes, me parece.
Avisto dois SUV’s se aproximando ao sul e isso não são boas notícias. Observo encostado no
capo do carro, posso ver 5 pessoas pelos vidros escuros, até que os dois estacionampróximo a
mim, do primeiro carro saem duas pessoas, ao que me diz seguranças ambos bem vestidos.
- Entre no carro! – O homem mais grande abre a porta do segundo carro para que eu entre,
como não estou para brincadeira sigo para dentro do carro. Assim que já estou dentro, o mesmo
coloca um capuz escuro em minha cabeça me fazendo perder sentido de direção, sinto as
algemas prenderem meus pulsos. Permaneço em silencio até chegarmos a um destino, onde
estou sentado ainda com as mãos atadas e com a venda nos olhos. Posso ouvir passos de sapatos
se aproximando. Assim que está próximo sinto retirar o capuz do rosto e posso ver novamente,
- Deve estar se perguntando o que está acontecendo?!Quem eu sou, o que está fazendo aqui...
– Diz o homem de meia idade usando um chapéu ??? Na cor preta, estamos de frente um para
o outro, praticamente na penumbra, mal posso analisar o local a minha volta, muito menos o
seu rosto, porem sua aparência é cansada. Permaneço em silencio. - Bom, já que não vai se
pronunciar... tenho algumas opções, e posso garantir que não são muito agradáveis! – Diz
enquanto caminha para o lado ficando de costas para mim. Realmente não estou a entender,
mais não irei me pronunciar até saber se é seguro
