O acordo

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Depois de uma semana acampados em nossas terras, os europeus já haviam aprendido muito sobre nossa cultura. Então numa terça-feira o tradutor veio a público novamente e disse:
- Amigos nossos, ja estamos aqui há 7 dias, precisamos de suas respostas. Ajudarão à nós? Irão conosco ao Brasil para trabalhar?
Mordu se aproximou.
- Essa obra duraria quanto tempo?
- três meses apenas.- disse o tradutor
Is homens inquietos pareciam exitar a aceitar a proposta, meu pai Akin então, levantou e se dispôs.
Nunca vi tanto temor nos olhos de minha família.
-Akin! O que pensa que está fazendo?- disse mamãe em desespero.- Precisamos de você aqui!
-Mulher, é uma oportunidade de uma vida nova!- Disse papai com esperança.- Pense na variedade de sementes que poderemos plantar! Não se vive apenas de milho Amadi.
Mamãe se calou, e como um furacão bateu em retirada para casa com Aína nos braços. Amylah se despediu de papai e também foi para casa.
E eu, não sabia como agir. Fiquei plantada lá, olhando os pais de familia e alguns jovens se apresentarem.
- Partiremos ao amanhecer!- disse o tradutor.
Chegando em casa, mamãe já tinha ajuntado todas as roupas de papai em trouxas, e nos esperava cozinhando uma sopa. Aquele foi o jantar mais esquisito de toda a minha existência.
Mamãe parecia esfaquear papai a cada olhar. Papai por outro lado não fazia questão de se preocupar, estava seguro de si. Amyla dava a sopa na boca de Aína, que ainda era pequena de mais para entender o que estava acontecendo. E eu lá, no meio do fogo cruzado.

Amanheceu fui junto de papai para o porto, esperei ele embarcar, mas por algum motivo não conseguia tirar os olhos da frota de embarcações.
Se foram.
Aquele foi um dos dias mais longos da minha vida.

Dia seguinte
Acordei, Aína estava no quarto de mamãe brincando. Aparentemente Amyla havia ido para os campos com mamãe. Peguei Aína e fui buscar água, estava tudo muito parado, sem os homens pescando e a maioria das mulheres esperaria a tarde para lavar as toupas.
Ouvi barulhos esquisitos e fiquei alerta, (é muito comum o trânsito de leões e outras espécies de predadores nessa área do país), me afastei das margens do rio, olhei envolta e não vi nada. Peguei Aína, que estava brincando com pedriscos no chão. E saí o mais rapido possivel, estava tendo a impressão de ser seguida. Apertei o passo.  Ouvi barulho de respiração ofegante, me desesperei ainda mais. Corri. Ao olhar repetidas vezes para trás vi uma mulher com uma faca grabde em mãos, com os olhos fitados em Aína, precisava sair de lá imediatamente. Me enfiei em meio as moitas para a despistar e finalmente cheguei em casa.
Amyla fazia o almoço, e mamãe estava cozendo vestidinhos.
-por que está tão esbaforida Areta?- disse Amyla mexendo nas panelas e rindo.
- Não vejo graça em ser perseguida!- Disse furiosa.
Mamãe me olhou com preocupação.
-Elas estão atrás de Aína de novo. Maldita hora em que esses homens se foram. Agora suas esposas procuram um jeito de ter sorte! E acham que decepando uma criança inocete isso vai acontecer- disse ela com uma mistura de desapontamento e raiva.
- Precisamos esconde-la.- disse Amyla se afastando do fogo.
Minha mãe concordou com um aceno.

Então começou a nossa luta, Precisávamos dividir o trabalho no campo e tomar conta de Aína. Todos os dias foram difíceis.  Aína sofreu queimaduras fortes na pele. O sol estava escaldante, e por ser tão clara ela não podia aguentar tamanho calor.

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⏰ Última atualização: Feb 11, 2020 ⏰

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