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A chuva estava forte do lado de fora e eu sozinho em casa, estava apenas de meias e com uma calça moletom. Suspirei me jogando no sofá e ligando a TV.

Meus olhos ficaram fixos por alguns segundos na tela mas logo se fecharam, eu jogo minha cabeça com toda força para trás e só consigo pensar no caos que minha mente se tornou nos últimos dias.

No fato de Sayumi ter beijado Seonghwa e depois ter me beijado, se ela me beijou por gostar mesmo de mim ou apenas por ter me olhado com pena naquele momento.

E San, meu amigo é assumidamente homossexual, era difícil aceitar aquilo, até por que eu nunca fui muito fã dessa ideia. Mas sentia que depois de tudo que o fiz passar e de toda a distância e saudade que senti dele nesse meio tempo eu o devia um pedido de desculpas, queria que não fosse naquela ocasião e de um jeito diferente, mas eu não consegui.

Respirei fundo e puxei o MacBook até a mesa de centro, me sentei no tapete de frente para o aparelho e cruzei as pernas.

Abri a página de buscas e começou a procurar mais sobre a homossexualidade ou até mesmo como descobrir sua real sexualidade.

Cliquei em um daqueles testes de internet e comecei a fazer meio apreensivo com o resultado, até a campainha tocar. Abro a porta e San entra com tudo.

"Boa noite, eu acho..." Falei ainda olhando para o lado de fora.

"E-eu vou arrumar minhas malas e vou voltar p-pra Cheongdam!" San falava e andava de um lado para o outro enquanto lágrimas caiam por seu rosto.

"Ei ei calma." Segurei seus braços."Ninguém vai arrumar mala nenhuma, ninguém vai pra Cheongdam. O que tá acontecendo? Senta nesse sofá e desembucha!"

"Songyeon incendiou meu quarto, ele queimou tudo Woo, todas as minhas memórias estão queimadas." O mais velho estava soluçando.

"Por que ele fez isso?"

"Porque ele odeia a ideia de ter um irmão como eu!"

"Como você, San? Defina como você."

"Você sabe Woo. Gay. Homossexual, que seja, para Seongyeon e o restante do mundo eu sou a porra de uma doença, de um demônio." Ele diz chorando sem parar."Inclusive pra você"

"O que está falando?"

"Você não precisa fingir e nem velar nada. Eu sei que você odeia pessoas como eu, e isso dói pra porra porque eu amo você." Quando ele diz aquilo sinto como se eu fosse o pior ser humano do mundo. "Amo você até mais do que a mim mesmo, e dói saber que você não pode me amar porque tem uma ideia deturpada do que é o amor."

Não havia nada para dizer sobre aquilo, é claro que ele não estava certo em alguns pontos mas em contrapartida tinha suas verdades. Odeio saber que o rejeitei tanto á ponto de o fazer sentir daquela forma.

"Sei que não tenho muita moral pra falar isso, tendo em vista a posição em que eu estava há dias atrás mas eu juro que acabaria com qualquer pessoa que ousasse magoar você, San" Afirmei segurando seu rosto e limpando suas lágrimas." Eu não odeio você, nunca odiaria, e eu...eu amo você, muito, me desculpe não ter dito isso tantas vezes quanto você já me disse ou se te fiz pensar que você não merecia ser amado, mas a verdade é que você merece."

Eu estava olhando fixamente nos olhos de San e ele nos meus, mordi meu lábio inferior me impedindo de chorar e fui me aproximando aos poucos minhas mãos desceram para suas costas e eu deitei sua cabeça em meu ombro.

"Eu amo você, nada nem ninguém vai te fazer mal, não enquanto eu estiver vivo." Sussurrei e dei um beijo em seu pescoço enquanto o abraçava.

𝐒𝐀𝐍 𝐋𝐈𝐊𝐄𝐒 𝐁𝐎𝐘𝐒.Onde histórias criam vida. Descubra agora