Espirito elemental

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Através da janela de meu quarto, era possível avistar uma frondosa árvore, com sua centena de galhos e milhares de folhas que durante a noite sopravam adoráveis canções pela rua estreita de paralelepípedos, varrendo a poeira para longe

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Através da janela de meu quarto, era possível avistar uma frondosa árvore, com sua centena de galhos e milhares de folhas que durante a noite sopravam adoráveis canções pela rua estreita de paralelepípedos, varrendo a poeira para longe.

Sempre gostei de me sentar na base da janela toda a noite antes de dormir, e observar o movimento das folhas dançantes. E qual foi minha surpresa ao em uma bela noite de luar, eu o encontrar sentado no galho mais baixo de minha árvore...

Os cabelos verdes enfeitados com flores primaveris, os lábios como o mais belo botão de tulipa, e espantosamente um par de finas asas translúcidas que só podiam ser avistadas quando em um rompante, aparentemente involuntário, batiam uma contra a outra sendo iluminadas pela lua.

Fui incapaz de acreditar em meus olhos ou em minha Lucidez e nos dias que se passaram mantive minhas cortinas fechadas, mas cada vez que ia deitar-me, era capaz de ouvir o som das folhas e a cada vez mais deixava de ser o vento e tornava-se uma doce melodia chamando o meu nome...

Foi então que na primeira noite de primavera acabei por sucumbir à tentação, e como um gato arisco entreabri a cortina só para vê-lo diante de minha janela, esplêndido e mágico com um sorriso cativante, seus olhos eram como ouro líquido. Estudou minha face por um segundo e abrindo as asas voou para longe pousando na base da árvore.

Não precisei que falasse para saber o que queria e tão pouco duvidei do que eu iria fazer. Abri minha janela e com as mãos ainda trêmulas a ultrapassei para ir ao seu encontro. Uma forte rajada de vento se interpôs em meu caminho forçando-me a colocar a mão diante do rosto, e dificultando o meu caminhar, o que seria uma simples travessia tornou-se uma jornada quase eterna. E quando por fim o alcancei, estendi minha mão e ele a tomou envolvendo-me em seus braços angelicais. Eu já não podia vislumbrar a minha casa ou minha árvore, mas pouco me importava, pois independente de para onde ele fosse eu o seguiria, afinal agora eu era sua.

Era uma vez...Onde histórias criam vida. Descubra agora