Capítulo 43

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Narração Lívia...

Me levanto da cama meio desnorteada e perdida sem saber nem se quer as horas. Alcanço meu celular que estava na escrivaninha para que eu pudesse ver as horas.

Uma e quarenta e nove da tarde, de um domingo tedioso. Que ótimo, suspiro indo pro banheiro fazer minha higiene rotinal.

O que eu nem imaginava é que esse domingo seria bem agitado.

_ Mãe? - Chamo a mesma enquanto eu descia as escadas indo até a sala procurá-la

Aparentemente ela não estava.

Adentrei a cozinha e observei um bilhete na porta da geladeira. Peguei o mesmo para que eu pudesse ler.

"Fomos almoçar, demoraremos"

Quando eu achei que não podia piorar, minha mãe sai pra almoçar e nem me chama. Isso não faz sentido nenhum.

_ Quem é que faz isso? - Murmuro.

Deixei aquilo de lado, pois obviamente devia ser um almoço de "negócios" como sempre, e vou procurar algo para comer. Esquentei meu almoço e me sentei no sofá em frente a televisão. Assistia os programas tediosos que passam nos domingos quando me lembrei de ontem e as únicas cenas que se passaram em minha cabeça foi a do encapetado do Ryan tacando areia na minha cabeça e depois do mesmo me empurrando no mar.

Soltei um suspiro risonho ao me lembrar daquilo mas ao me lembrar de Alice e Luana se beijando imediatamente aquilo me entristeceu. Meu estômago se embrulhou e a vontade de comer passou, logo em seguida sendo preenchida pela ansiedade que me pegou em um embalo.

_ Mas que porra tá acontecendo comigo? - Perguntei a mim mesmo com a voz embargada.

Desliguei a televisão e coloquei meu prato aí da cheio de comida encima da pia.

Subi as escadas e quando cheguei em meu quarto pulei em minha cama querendo chorar. Agarrei os lençóis tão forte que pudia sentir minhas unhas atravessar o tecido fino e fincar nas palmas das minhas mãos.

Eu podia estar enlouquecendo, ou eu poderia estar gostando de Luana. Mas porque somente agora venho me questionar sobre essa possibilidade?

A verdade é que eu sempre gostei dela, de um jeito ou de outro. Eu enganava a mim mesma sobre isso, achava que gostava de Luana como minha melhor amiga, pois pra mim gostar de garotas não havia cabimento. Eu simplesmente não podia estar gostando de uma garota, uma pessoa do mesmo sexo que eu. Já mais, isso pra mim era estranho e desconhecido e o desconhecido me dá medo.

Acontece que agora eu estou tentando aceitar. Mas eu não quero, aparentemente estou fazendo isso a força, pois parece complicado e delicado.

O que eu devo fazer?

Fugir? Ou enfrentar?

Posso tentar algo com ela?

Não! isso seria muito complicado. Se namorar alguém do sexo oposto já é difícil imagina alguém do mesmo sexo, me dá calafrios só de pensar nisso. Mas a ansiedade está me corroendo por dentro, presciso fazer algo que me tire dessa frustração e que faça com que eu esqueça aquilo.

Será que devo?

Não, não sei se devo fazer isso, mas quem se importa? Sim eu iria me arrepender depois, mas somente depois agora eu estaria ocupada fazendo a merda pra que mais tarde eu me arrependesse.

Levanto o rosto coberto por lágrimas do travesseiro que agora também está todo molhado, e com a visão meio embaçada por causa das lágrimas, me levanto e me sento na cama procurando aonde eu havia deixado meu celular e vi que o mesmo estava na escrivaninha do mesmo jeito que eu havia deixado quando havia acordado. Desbloqueio o aparelho e abro meus contatos, lá estava o número da Luana.

Apenas amigas ou mais que isso? {Concluída} Onde histórias criam vida. Descubra agora