Gizelly dormiu depois que saiu da prova do líder. Tomou um banho quente com a ajuda de Ivy e desmaiou na cama. Sexta-feira Tiago não falava com eles, então quando a morena enfim acordou, eram oito da manhã do sábado. Ela dormia sozinha na cama de solteiro e quase pisou em Marcela quando foi se levantar. A loira dormia no chão ao seu lado. A advogada parou, sentada na cama, e encarou Marcela por um tempo. Ela não tinha se deixado sentir muito até então, mas aquele era o momento perfeito. Todos dormiam e ela podia chorar um pouco. O Brasil não iria entender muita coisa, mas seu coração agradeceria a sessão de choro.
A morena deixou o quarto com um bolo na garganta, escovou os dentes e fez o raio-x, para enfim seguir para o lado de fora da casa. O sábado havia amanhecido nublado no Rio de Janeiro, e garoava fraco. Gizelly suspirou pesado, se sentando na área externa da casa, na parte coberta. A advogada se encolheu dentro do moletom que vestia e sentiu as primeiras lágrimas arderem nos olhos. Gizelly não era de se apaixonar, e ela estava tão frustrada por estar dessa forma no Big Brother, no momento em que ela precisava estar mais sã. Ela não sabia quanto tempo ficou chorando antes de sentir alguém se sentar ao seu lado.
Thelma.
A negra abriu os braços pra ela, e Gizelly logo se encaixou ali.
- Quer falar? - a médica perguntou, e Gizelly negou com a cabeça.
- Agora não. - fungou. - Quando a galera começar a acordar você me leva lá no quarto do líder, me embebeda e eu falo.
Thelma riu, Gizelly era uma figura.
- Não vou te dar álcool essa hora. - negou.
- Ok, mamãe. - Gizelly riu fraco.
As duas ficaram ali por algum tempo, observando a chuva, e quando o movimento da casa começou, Gizelly e Thelma foram pro quarto do líder.
Marcela acordou um tanto atordoada, Daniel mexia nela.
- Ma. - chamou. - Vai lá fazer raio-x.
Marcela assentiu, dando uma olhada na cama de Gizelly antes. Vazia. Marcela suspirou, seguindo para o confessionário. Ela não tinha muito o que dizer, e após mandar alguns beijos, logo saiu do cômodo, se dirigindo ao banheiro para escovar os dentes.
Marcela passou pela sala onde Mari dormia no sofá, e a cutucou levemente, dizendo para ir para a cama. A morena obedeceu e Marcela se direcionou para a cozinha, onde Babu preparava o café da manhã.
- Bom dia, Babu. - Marcela cumprimentou, abraçando o próprio corpo. Estava friozinho naquela manhã.
- Bom dia, doutora. - Babu devolveu. - Vai tomar café?
- Não. - Marcela negou. - Você sabe onde a Gizelly está?
- Não sei, não. - negou, Marcela assentiu.
- Obrigada, Babu. - agradeceu, antes de sair pera a parte externa da casa. Gizelly não estava ali também. Dessa forma, sobrava apenas o quarto do líder.
A loira seguiu naquela direção, sentindo as pequenas gotas de garoa gelada no corpo, e logo bateu na porta. Thelma a abriu.
- Bom dia, Thelminha. - Marcela sorriu, gentil.
- Bom dia, Ma. - Thelma cumprimentou, um pouco tensa.
- Posso entrar? - pediu, Thelma assentiu, abrindo completamente a porta.
Marcela sorriu levemente ao observar Gizelly deitada e encolhida na cama de casal. Ao se aproximar um pouco mais, franziu a testa. O rosto da capixaba estava um pouco inchado e vermelho e aquilo indicava que ela havia chorado.