A máscara caiu rápido

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O clima quando o domingo chegou não era dos melhores. Domingo seria o almoço do anjo, uma vez que a prova havia sido no sábado devido a prova de resistência ter se estendido.
Então, logo de manhã, todos se juntaram na sala para saber quem o anjo Victor Hugo levaria para o almoço. Enquanto o garoto pegava a urna, Gizelly, sentada entre Rafa e Mari tinha a cabeça descansando no ombro de Mari, com os olhos fechados.

Após se declarar para Marcela, a loira havia voltado para Daniel. Beijou ele na sua frente durante toda a noite, e estava perto de amanhecer, Gizelly não aguentou. Desabou com uma lata de cerveja e um saquinho de pipoca ao som de, primeiramente, Ana Júlia. Lá pela terceira música em que estava chorando, Mariana e Bianca apareceram e a levaram para a cozinha da Xepa, onde não havia ninguém.

- Gi. – Bianca havia segurado sua mão com um sorriso compreensivo.

A advogada fungou.

- Eu quero ficar sozinha. – chorou. Mariana negou com a cabeça, se arrastando para se sentar ao lado da capixaba e abraçou de lado.

- Não mesmo. A gente sabe o que você está sentindo, Gi. E a gente vai te apoiar, ok? – Mariana disse em um tom carinhoso, esfregando o braço da morena.

- Sim. – Bianca concordou. – Principalmente porque a gente sabe que sofrer por mulher é uma droga. – comentou, e as três riram.

- Isso nunca aconteceu comigo. – Gizelly fungou. – Eu não estou entendendo. Principalmente agora, sabe?

- Eu imagino que descobrir sua sexualidade no meio de um reality deve ser horrível. – Mariana comentou, Bianca assentiu. – Mas você é forte, Gi. Vai passar por isso. Sua tatuagem já diria, “isso também passa”.

A cabeça da capixaba doeu ao se lembrar da noite passada. O dia anterior havia sido ótimo para saber quem estava mesmo do seu lado: Thelma, Pyong, Manu, Ivy, Rafaella, Mariana e Bianca. Ela não se esqueceria daquilo.

Victor Hugo voltou e Gizelly agradeceu a Deus, porque não aguentava mais os olhos de Marcela queimando nela enquanto a loira estava de mãos dadas com Daniel. Era surreal.

- Eu vou chamar a Gizelly e o Guilherme. – a capixaba abriu um sorriso ao ouvir Victor dizer seu nome.

- Ahhh. – ela se soltou de Mari, abraçando Victor com força.

Finalmente ia se livrar do almoço da xepa.

Marcela mordia o lábio inferior, pensativa.

Gizelly estava apaixonada por ela. Apaixonada. O que, sinceramente, era uma droga, porque Marcela não se sentia daquela forma pela advogada. Seu coração estava batendo um pouco mais forte por Daniel, mas ela já havia notado algumas coisas que não gostava no loiro.

Ela nunca havia nem mesmo pensando em Gizelly daquela forma. Marcela era uma mulher bissexual de trinta e um anos. Quando ela ouvia “hétero”, um bloqueio era criado no mesmo momento. Ela não tinha mais idade para esse tipo de situação.
Mas, acabou que Gizelly não era hétero. E estava apaixonada por ela. Aquilo era uma confusão.

A médica saiu dos seus pensamentos quando ouviu o começo de conversa entre Bianca e Mariana na cozinha vip.

- Eu achei completamente insensível da parte da Marcela ficar beijando o Daniel na frente da Gizelly depois dela falar que estava apaixonada por ela. – Mariana comentou.

- Eu falei pra ela que a Gi tinha ficado chateada e sabe o que ela me disse? Que eram dois trabalhos, ficar e desficar. – Bianca comentou. – Estou pensando em como vou falar isso para a Gi.

Marcela suspirou. Ok, ela havia sido meio dura nas palavras. Mas, ela estava bêbada e tentando processar. Ela sabia que se Gizelly recebesse essas informações ela ficaria chateada com ela, mais do que já estava.

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