Lobisomens eram presas fáceis, principalmente para Regicidas. Eram monstros rápidos e fortes, mas a única coisa que importava aqui era o quanto você conseguia pensar num período de tempo curtíssimo. Lobisomens não pensavam nada.
Isso acontecia o tempo todo, a quantidade de monstros ali era muito menor do que normalmente eram em locais assim.
Se você fosse um Regicida, nenhum daqueles monstros ali seria um desafio de qualquer nível, mas uma grande quantidade de qualquer coisa é difícil de se enfrentar.
Os passos deles iam ficando mais lentos conforme eles se aproximavam do fim do corredor, e assim como a lama ficava mais densa, a quantidade de monstros ia diminuindo.Phantom parou para respirar, olhou para a direita, onde no horizonte se estendiam os prédios antes iluminados, que agora apenas eram guiados por escuridão.
- Será que muitas pessoas moravam ali?
- Esse não é o tipo de coisa que a gente pode se perguntar se quiser manter um pouco de felicidade dentro de nós - respondeu Phantom.
Os sons do córrego traziam a eles um pouco de esperança.
- Porque mesmo esse córrego é tão importante?
Zero abriu seu caderno onde anotava tudo e disse:
- Desde que a noite sem fim começou, buscamos a posição de onde se vinha a transmissão do rádio, e três anos atrás, a triangulação levou a essa área, sabia-se que a transmissão vinha de próximo de algum lugar com água, porém, nos últimos três anos, todos os Regicidas que foram até o lugar, não voltaram nem deram notícia, por isso, vocês vão juntos dessa vez, afinal, são os últimos.
- Nosso gravador tá funcionando bem como sempre - sorriu Marin.
Phantom sorriu.
- É verdade, então é por isso que estávamos parando pra localizar a maioria das pequenas formas de água corrente.
- Parabéns, você entendeu - falou Light.
Eles olharam para as pedras no fundo do córrego, que se organizavam de forma diferente de tudo que eles já viram.
- Pode ser um sistema de pesos - disse Marin.
- Não pode ser tão fácil - respondeu Zero.
- Claro que pode, até agora tudo foi - comentou Phantom.
- Precisava ser - explicou Light - pensem bem sobre isso.
E era verdade, durante todos esses anos, se o Rei dos reis realmente estava lá, então ele precisava chamar o mínimo de atenção possível para não ser atacado. Um efetivo exército de lobisomens seria comum em uma região como essa, mais do que isso chamaria atenção demais.
- Faça as honras então - Pediu Zero.
Light fechou seus olhos, sentiu a pressão e sua pulsação aumentarem, os anticorpos já não eram o bastante para diminuir o ritmo de crescimento da corrupção. Seus músculos aumentaram e quando ele abriu os olhos, eles estavam mais claros, além de sua pele estar mais pálida que o normal.
- Olhos iluminados resolvem quase qualquer coisa né? - comentou Marin.
- Em questão de enxergar, sim - respondeu Phantom.
Pelos olhos de Light, a maioria das coisas estavam bem mais perto. Os sons bem mais altos. Ele conseguia ouvir até o batimento cardíaco dos seus colegas, além de ouvir o seu diminuindo cada vez mais, enquanto observava tudo aquilo, ele pensava novamente sobre o que seria de si mesmo quando o sol voltasse. Mas independente do que aconteceria, ele o traria de volta. Algumas pedras estavam vermelhas, brilhando, pois tinham sido mais utilizadas dos que as outras.
- São aquelas pedras ali - mostrou Light, apontando uma por uma.
Cada um deles colocou peso na pedra que Light avisou. O córrego parou, a água estava parada e entre as pedras se abriu uma pequena escotilha.
- Viu, fácil! - falou Phantom.
Dríades saíram das matas e espíritos d'água se levantaram do córrego. Todos os quatro olharam para Phantom.
- Pulem, agora - mandou Light.
Os quatro pularam, viram a escotilha se fechando, e esperaram que elas não quebrassem ela, embora o som de metal se contorcendo não fosse um bom sinal. No chão, eles estavam em um grande corredor de metal, que parecia tão grande quanto o espaço lá de cima.
As luzes se acenderam, mostrando a extensão de onde eles estavam.
- O que está vendo? - perguntou Marin.
- Tem três mulheres no fundo do corredor, não vejo nada atrás delas.
Light fechou a boca, a multidão de monstros veio correndo, como uma horda sem olhos, eles vinham sentindo a presença. Um dia podiam ter sido humanos, mas agora não eram nada.
- Ghouls - disse Phantom - Ótimo, eu sabia que não devia ter ignorado meu instinto que íamos enfrentar alguns Ghouls.
- Alguns? - Sorriu Zero.
- Hora de pegarmos pesado - disse Marin tirando o emblema dos regicidas da jaqueta.
- Agora sim! - Zero comemorou.
- Você não - disse Light impedindo-o de tirar o emblema também.
- Porque não?
- Nunca, nunca da certo quando você se emociona e tira o emblema em lugares fechados assim.
Durante a conversa, a escotilha se rompeu, os monstros acima dele começaram a cair, Phantom tirou o emblema. Zero olhou para Light, que fez que não com a cabeça.
Zero fez cara de triste e separou suas espadas.Quando você tinha o DNA de um monstro inserido em você, você automaticamente ganhava um emblema, esse emblema, que ficava perto do coração nas jaquetas, esse emblema gerava anticorpos que reduziam a corrupção e mantinha você como humano a maior quantidade do tempo. Quando esse emblema era retirado, tudo o que restava de você era um grande monstro. Ter ou não sua consciência dependia de qual DNA você tinha misturado com o seu.
Light era um Elemental do tipo luz.
Nenhum deles era humano, eles eram, mas tinha outro sangue correndo junto com o sangue deles.
Marin cresceu, uma máscara de ossos apareceu em seu rosto, agora ele era realmente um Elemental de água. Marin avançou nos Ghouls do corredor.
A pele de Phantom ficou escura, suas feições começaram a ficar femininas, seu cabelo se acinzentou.
- Nunca vou saber se é um garoto ou garota - disse Zero.
-Mas importa? - perguntou Phantom.
-Nunca importou pra mim.
Phantom pulou, o elfo negro nele aumentava sua força. A batalha final tinha começado.
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Noite Sem Fim
Short Story(Spin-Off) Tudo aconteceu de repente. Nenhum deles pediu para estar ali. Um dia a luz da lua veio, e não quis mais partir. Zero volta para liderar Aqua Marin, Light Gear e Captain Phantom em mais uma aventura que colocará a vida do grupo em risco. S...