Notas da Autora: Olá, galera. Faz um tempo que eu coloquei essa história aqui e deixei por isso (risos). Anyway... Felizmente peguei o gancho e cá estamos nós com essa belezinha. Espero que curtam esse capítulo ♥️
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Os olhos de Noah se abriram fixados no teto do quarto.
Ela podia mexer as pálpebras, e também podia ver o ambiente escuro do cômodo quase completamente ao redor. Havia sentido aquelas sensações demais para saber, no entanto, muito antes de tentar, que não podia mexer seu próprio corpo.
Seus olhos se moveram para baixo no momento em que seus dedos tremeram levemente, tão superficialmente que chegava a ser ridículo. O desespero latente, se esgueirando como uma cobra ao redor de seu pescoço, logo estava palpitando em seu peito, tornando cada batimento cardíaco um forte batuque em seus ouvidos.
Ela estava paralisada, totalmente sem forças para se mover.
Lembrando-se de quando era criança, ela tentou manter a respiração regular, embora mal pudesse soltar qualquer som pela boca. Seus lábios estavam comprimidos um no outro, então usou o nariz. Olhou para o teto do quarto sendo iluminado levemente por sua luminária rotativa, que não parecia uma boa ideia, naquele momento, quando seu cérebro estava trabalhando unicamente para enganá-la.
Paralisia do sono. Ótimo.
Com sorte, aquela seria uma das poucas vezes em que não teria qualquer problema com a parte de seu cérebro que gostava de criar alucinações. Noah era uma garota de sorte, mas se tratando daquele detalhe especial sobre seu cérebro, nem sempre era possível contar com ela. Não tinha bons números, para ser honesta.
Ela fechou os olhos com força quando ouviu o primeiro barulho. Nada de sorte, de fato. Apertou seus dedos em punho, mas não sentiu as unhas esmagar nas palmas de sua mão. Seu coração batia tão forte que ela se sentiu nauseada, uma sensação tão estranha, levando em conta que ela quase nunca podia defini-las tão perfeitamente.
Mais uma vez, o barulho soou. Era distante e próximo; longo e áspero; único e irreconhecível, como se fizesse parte de cada célula do corpo de Noah. Seus olhos fechados não impedia sua mente de criar — ou mesmo recordar — a imagem exclusiva daquele som, automaticamente tornando o corpo de Noah em uma cápsula pequena demais para conter o desespero que o fez tremer fortemente.
Garras longas, arrastando pelo carpete, era a imagem que tinha do som assustador. Sua audição em perfeita sincronia com a sua mente para, até mesmo, fazê-la sentir onde aquelas garras longas estavam. Há três metro, à direita. Se aproximando, se aproximando…
Ela prendeu a respiração, engoliu em seco e abriu os olhos. O barulho havia parado, em algum momento, e não encontrou nada mais que a luz do luar entrando pela janela aberta, iluminando parcialmente a escuridão. Seus olhos se fixaram nos galhos da árvore centenária que havia do lado de sua janela, tornando-se facilmente em garras longas quando a realidade se embaralhou com a alucinação.
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The Kiss Of Death
Romance"As histórias são estranhas, Noah, às vezes fantasiosas demais. Mas não se engane: toda lenda, desde Demônios à Anjos, tende a ter alguma verdade." Crescida em uma família religiosa e totalmente devota à Deus, Noah Hall não tinha do que reclamar da...