Hermione.

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Draco ergueu a varinha rumo a parede azul á sua frente e fez um bico estranho ao perceber que os pequenos pedaços de papéis que voaram até a lisa parede haviam ficados tortos. Estava próximo ao setor que cuida de artefatos trouxas comercializados legalmente e estava com frio, não tinha tempo de ficar arrumando o que ficava imperfeito, mas assim fez. Arrancou o pedaço de papel que continha sua caligrafia e voltou a erguer a varinha, fazendo assim o papel grudar de vez.

Era algo bobo, apenas umas folhas de um bloco de notas velho que achou em uma lixeira na sua sala e resolveu que poderia fazer algo útil com ele. Draco sabia que sua antipatia era conhecida em todo o ministério e não que isso o incomodasse, afinal ele não se importava que achassem isso. Mas ele viu que poderia mudar isso mesmo que ninguém soubesse que ele estava tentando, escondido e com boas ações anônimas. Era essa ideia do bloco de notas.

As pequenas folhas coloridas continham palavras de apoio, versos de poemas trouxas, placares de jogos de quadribol seguidos de encorajamentos e principalmente; mensagens de feliz natal.

Estava na véspera de natal e Draco se sentia solitário porque teria que passar com sua mãe e sua empregada que também estava tentando fugir. Sua mãe, se é que fosse aparecer para a ceia, Draco duvidava. Então era isso, Draco estava sozinho e não poderia fazer nada para mudar isso, exceto grudar papéis por todo o ministério e se manter ocupado, esquecendo que tinha uma vida solitária e infeliz.

Caminhou por um longo corredor estreito e se assustou ao ver cabelos muito volumosos vindo em sua direção, abaixando a cabeça e se virando para um mural qualquer erguendo a varinha e grudando mais um pedaço de papel. Hermione Granger observou o homem por trás com curiosidade, não se impedindo de sorrir e parar bem próximo a ele que a essa altura já havia se virado e encarava a moça que parecia estar com pressa até poucos segundos atrás.

— Malfoy, feliz natal. — Disse educada, olhando nos olhos de Draco. — Não sabia que também trabalhava na véspera de natal.

— Não costumava, mas pedi ao ministro que não fechasse meu setor hoje. — Sorriu de lado apertando as folhas que restaram. — Mas e você, soube que está grávida.

Parecia idiota falar aquilo. A barriga de Hermione era bem nítida e qualquer um com o dom da visão veria aquilo, mas ela sorriu alegre e confirmou com a cabeça levando aos mãos ao ventre.

— Sim, estou de quatro meses e duas semanas. — Falou orgulhosa.

— O água de salsicha deve estar contente, soube que ele até disse que ele seria o maior jogador de quadribol quando saísse de você.

Ambos riram, mas Hermione encheu os olhos de lágrimas ao perceber que estava se emocionando com uma simples piada de Malfoy. Era o dom da gravidez, tudo a deixa boba e feliz.

— Mas o que faz aqui? Soube que seu setor fechou hoje. — Apontou para lugar nenhum em específico.

Hermione concordou.

— Na verdade sim, vim apenas dar um feliz natal ao Harry e deixar uma ceia improvisada a ele.

Malfoy a olhou curioso.

— Potter também vai trabalhar hoje?

— Acredite ou não ele também pediu para trabalhar hoje, disse que tem uns assuntos urgentes para tratar, pessoas para ouvir e alguns papéis idiotas para assinar. — Contou ridiculamente nos dedos os motivos.

Draco concordou, lembrando que a muito tempo não via Harry Potter, mesmo que trabalhasse no mesmo lugar e morassem no mesmo bairro. Sorriu ao perceber que estava lembrando de uma paixonite em segredo que teve pelo famoso Potter e encarou Hermione, que também sorriu mesmo sem saber o motivo.

— Então você é o autor dos bilhetes de natal? — Ela perguntou ao ver Malfoy corar e concordar. — Vi alguns nos banheiros femininos e achei eles lindos, realmente adoráveis.

— Obrigado Hermione... Quero dizer, Granger, senhorita Granger.

A já então mulher sorriu e se aproximou tocando o braço do loiro.

— Malfoy, a guerra foi a muito tempo.

— Eu sei, mas não sou digno de tanta intimidade com você ou Harry... Potter! quis dizer Potter. — Se atrapalhou e Hermione caiu na risada.

— Malfoy, Draco! Quis dizer Draco. — Tomou fôlego engolindo a risada. — Não me importa o que você fez, no passado ou agora para entrar no banheiro feminino. — Malfoy riu. — Você mudou e isso que importa. Estou certa?

Draco confirmou e Hermione o abraçou, forte e  demoradamente.

— Tenha um bom natal, Draco.

— Tenha um bom natal, Hermione.

Ambos se separaram e a mulher começou a andar rumo a saída, o sobretudo que usava voando de acordo com as rajadas de vento que entravam no local. Draco sorriu e também começou a andar rumo a outras paredes, mas se lembrou de algo e se virou, gritando em seguida:

— Hermione! — Ela se virou atenta. — Eu não entrei no banheiro feminino, sou um bruxo.

Dito isso gesticulou com a varinha e os papéis puseram-se a voar. Hermione sorriu e levantou a mão, dando um tchau segurando sua barriga com mão livre e voltando a caminhar rumo a sua ceia de natal.

Christmas Notes | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora