Draco

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Draco abriu os olhos lentamente e respirou fundo sentindo o cheiro de chocolate e biscoitos chegarem até seu nariz, fazendo seu estômago grunir de raiva por estar vazio. Olhou em volta, estava deitado e não fazia ideia de onde era o teto acima de si. Se levantou rápido e viu que era uma sala pequena e mal organizada, com Harry Potter em pé próximo a uma mesa grande e cheia de papéis encima.

— Então você acordou... — Disse Harry se virando e caminhando até ele com uma xícara de chocolate quente. — Quanto tempo faz desde a sua última refeição?

Draco o encarou, em dúvida se devia ou não dizer que nem se quer tinha tomado café antes de sair de casa.

— Você desmaiou Malfoy, antes que  eu pudesse te pegar você caiu, mas eu usei magia para de amortecer.

— Obrigado Potter, foi gentileza sua. — Deu um gole no seu chocolate e encarou o moreno.

— Porque está aqui em um dia como esses? Não devia estar em casa com sua família? — Harry o olhou levantar e se apoiar em uma pequeno armário de registros.

— Quer mesmo ocupar com minha vida sem graça? — Harry o olhou sem expressão, concordando logo em seguida. — Eu não tenho ninguém Harry, é isso. Iria passar o natal com minha mãe e minha empregada, mas duvido que até elas vão aparecer para a ceia. Não me restou nada além de abrir meu departamento e trabalhar na véspera de natal e ir para casa daqui a pouco e fingir que tive um bom natal.

Harry não disse nada e isso deixou Draco louco.

— Diga alguma coisa testa rachada, para de me encarar assim.

— Como eu estou te encarando?

— O quê? "Como eu estou te encarando?" — fez aspas no ar deixando a xícara encima do armário de registros. — Você é louco? Você me encara como se soubesse tudo de mim, sendo que não sabe Harry, você não sabe.

— Eu nunca disse que sabia tudo de você.

— Disse que eu estava apaixonado por você.

— É mentira? — Harry também largou sua xícara e andou alguns passos ficando bem próximo de Malfoy.

— Onde estamos afinal? Que porco bagunceiro vive aqui? — Fugiu da pergunta, o que fez Harry rir e  se sentar na sua cadeira de trabalho.

— É incrível como foge das minhas perguntas sempre que não consegue mentir.

— Do que está falando testa rachada? Que lugar é esse?

— Estou falando que você você sempre foge quando é para responder algo simples, como estar apaixonado por mim. — Harry passou a anotar algumas coisas em folhas de formatos estranhos. — E estamos no meu escritório, aliás.

Draco olhou em volta, suspirando e voltando a olhar o homem que continuava a escrever.

— Você acha que é fácil? — Harry levantou o olhar. — Dizer que estou apaixonado por você?

— Então você está?

Maldito seja todos os potters.

Draco poderia mentir, poderia fugir e poderia não dizer nada, mas isso o assombraria para sempre então apenas disse:

— Sim, eu te amei.

Harry se levantou, pegou uma chave e abriu uma gaveta tirando de lá sua varinha antiga e entregando para Malfoy que ficou sem entender.

— O que vou fazer com sua varinha Harry?

— Não é o que você vai fazer, é o que você fez Malfoy.

Draco olhou o pedaço de madeira e encarou o moreno, que andou até ele e segurou junto a ele a varinha.

— O que está fazendo?

— Quando tentou roubar minha varinha, na guerra.. — Harry começou. — Pouco antes disso eu havia lançado um feitiço sobre ela para descobrir se Gina era apaixonada por mim, era simples. Quando ela tocasse a varinha e depois eu tocasse sentiria choques elétricos. — Continuou a falar encarando Draco. — Mas eu não senti, não senti nenhum formigamento depois que ela tocou.

— Onde quer chegar? — Draco olhou seus lábios que se moviam lentamente.

— Então veio você, você tentou roubar minha varinha a mando da sua tia e no momento que ambos tocamos ela eu senti, senti os choques em mim.  — Concluiu e colocou mão na cintura de Draco, que o olhou e se afastou.

— Você é casado Harry, Gina está grávida.

— Você se importa? — Voltou a se aproximar dessa vez prendendo Malfoy na parede, um braço impedindo que o loiro fugisse.

— Por favor, não faça isso.

— Você não quer?

— Eu quero mais que tudo, mas não quero acabar com a vida de ninguém. — Disse pondo as mãos no peito de Potter, que o olhou e sorriu.

— Gina e eu estamos nos separando.

— O que disse?

— Que Gina e eu estamos nos separando. — Repetiu pausadamente. — Ou acha que eu estou passando o natal aqui sozinho porque quero?

— Isso não faz sentindo, porque?

— Ela não me ama, não como você ama.

— Você não pode dizer como eu te amo. — Draco se desvinculou dos braço de Harry e pegou sua varinha, apontando para a porta abrindo a mesma. — Tenho que ir.

— Malfoy, espera...

Os olhos se encontraram de forma rápida e precisa quando Harry correu e segurou Draco o virando, como se estivessem prontos para se conectarem.

— Fica comigo, não me deixe sozinho.

— Eu não quero te deixar sozinho Potter, mas também não quero fazer algo que me arrependa. — Disse o encarando firme, sem tirar os olhos dele nem para respirar fundo e tomar coragem.

— Acha que vai se arrepender de me bater? — Harry perguntou e Malfoy ergueu a sobrancelha.

— O que quer dizer com isso test...?

Mas antes que ele pudesse terminar Harry o beijou, forte e ferozmente em busca do encaixamento perfeito e preciso, apertando sua cintura e o erguendo do chão o levando para o sofá, onde lá se entregaram pela primeira vez e viveram o que ambos queriam a muito tempo.

— Feliz Natal, Draco. — Harry disse acariciando os cabelos loiros pousados em seu peito.

— Feliz natal, Harry.

E com um beijo na pele lisa de Harry Potter Draco se entregou aquele que sempre quis, dividindo uma ceia pequena com ele e tendo o melhor natal de sua vida. Draco estava completo.

Christmas Notes | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora