Potter.

274 29 6
                                    

Draco andou por alguns minutos, grudando todas as folhas que tinha em todas as paredes que passava e encontrando alguém solitário vez ou outra que passava por ele e desejava um feliz natal. Draco não era o único que iria ficar sozinho em pleno natal e isso querendo ou não também o animava um pouco.

Saber que não era o único.

Aliás, Draco não era o único e para piorar, Harry Potter também passaria o natal sozinho em pleno ministério. Pensou em ir até o menino que sobreviveu lhe dar boas festas antes de ir embora para a ceia com sua mãe, mas desistiu ao se tocar que isso não faria sentido, além de que seria desconfortante ver seu antigo amor pela primeira vez em anos.

Restava apenas a Draco ir buscar mais alguns papéis e grudar pelo ministério antes de ir embora e foi o que ele fez. Andou rapidamente até sua sala e pegou outro bloco de notas velho e começou a movimentar a varinha para que a pena escrevesse suas mensagens. Resolveu que não precisava fazer muitas folhas dessa vez uma vez que iria embora em poucas horas, então se contentou com uma boa quantidade e marchou rumo aos lugares que ainda não tinham mensagens.

Próximo ao departamentos de criaturas mágicas, Draco estava pronto para grudar mais alguns papéis em uma parede livre quando viu a sua frente o ser mais bonito que já viu. Trajava vestes sociais e segurava uma caneca de café preta nas mãos, os óculos redondos tortos no rosto e os cabelos bagunçados denunciando que ele estava dormindo em seu escritório. Harry Potter continuava perfeito e ainda era capaz de mexer com o coração de Draco Malfoy.

Harry encarava os papéis nas paredes lendo atentamente cada um deles, passando os dedos pelos bilhetes de Malfoy como se aquilo fosse de alguma forma aquecer seu coração. Draco se escondeu atrás de uma parede e observou o eleito sorrir ao passar os olhos por outras tantas folhas coloridas e parar em uma que Draco reconheceu como a do placar de um jogo de quadribol.

O típico Harry Potter ele pensou e sorriu.

Harry continuou a ler os papéis e ocorreu em Draco uma ideia, que talvez fosse o divertir mais que o normal. Sacou a varinha e bloco e escreveu algo rápido em um papel e o fez levitar lentamente até Harry, que viu o papel e o pegou, abrindo e lendo.

Não devia estar em casa, senhor certinho?

Harry sorriu e olhou em volta, não encontrando ninguém e sorrindo, antes de gritar:

— Eu não sei, eu deveria?

Draco sorriu e mandou novamente outro papel, que foi pego e lido rapidamente.

Com esse cabelo bagunçado eu duvido que você devesse estar sendo visto em público.

Harry riu e gritou:

— Tudo bem, eu estou velho demais para ficar gritando, porque não parece logo, Malfoy?

Draco sentiu como se um veneno poderoso estivesse correndo em seu sangue e fosse parar direto no seu coração. Ouvir seu nome saindo de Harry era estranho e tentador, trazia sentimentos antigos e mexia com a cabeça de uma forma não tão boa. Decidido que não seria uma boa ideia ficar escondido ali ele saiu de seu esconderijo, dando a Harry uma perfeita visão de como ele estava.

— Como sabia que era eu? — Draco perguntou se aproximando, mas com cautela.

— Reconheceria sua letra em qualquer lugar do planeta, mesmo que tentasse mudá-la. — Harry sorriu de lado, subindo o olhar e encontrando o de Draco, que riu debochado.

— Não estamos mais em Hogwarts, Potter. Pode deixar de lado esse seu ego grande, você não é o sabe tudo do mundo bruxo.

— Tem razão, eu não sei tudo. Reconheci sua letra, mas as frases não parecem ser algo que você faria.

— E agora você me conhece? Pelo que sei você nunca foi meu amigo, chegou a recusar minha amizade pelo que eu me lembro. — Malfoy apontou não tenho medo de parecer rude.

— Conheço você, Draco. Mais do que imagina.

Malfoy voltou a rir, passando a mão pela sobrancelha e puxando sua gravata. Não estava gostando do rumo da conversa.

— Não, não conhece Harry. Você não sabe nada sobre mim.

— Sei que era apaixonado por mim. — Estava ali, a prova.

De alguma maneira Harry sabia dos sentimentos de Draco por ele. Mas isso não era possível, ele nunca tinha dito nada a ninguém sobre sua paixão por Potter, exceto a Pansy Parkinson, mas ela está morta. Harry estava blefando.

Minta Draco, minta.

Eu, apaixonado por você? Não seja ridículo, Harry. — Disse dando uma falsa risada.

— Harry, desde quando me chama de Harry? — Perguntou e só então Draco percebeu que estava suando frio e com o coração acelerado.

— Isso não interessa, o que disse não tem fundamentos.

— E o que teria fundamento, mentir dizendo que nunca me amou?

— Cale a boca, não estou me sentindo bem.

E aquela foi a última coisa que Draco disse antes de ver sua vista escurecer e ver Harry correr para amparar seu corpo que estava indo de encontro ao chão. Draco adormeceu no chão gelado.

Christmas Notes | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora