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A música da mídia é a última que o Jimin escuta, ok?
Uma ótima leitura!

🌧

Aconteceu em uma noite chuvosa.

O mundo parecia cair pelas gotas de chuva, a tinta azul escura quase preta dos céus escorria até pintar o solo.

Jimin conseguia ouvir o barulho das rodas convergindo com as poças de água; uma música americana tocava no rádio, o qual tinha sua pequena claridade incomodando os olhinhos do Park.

O loiro firmou as mãos no volante e afroxou o pé do acelerador, vendo o ponteiro que marcava a velocidade diminuindo para menos de sessenta quilômetros por hora.

Suspirou, puxando o ar aos pulmões e então os soltando. Jungkook já teria chegado em casa?

Sorriu mínimo, mas por dentro uma preocupação o tomava. Apenas um risco em meio as teias de felicidade que se apossavam de seu interior, o encasulando em uma luz fraca, mas poderosa.

Imaginou o moreno que roubara seu coração anos antes tentando encontrar a chave correta em meio as muitas outras para conseguir abrir a porta de entrada e adentrar a moradia.

Riu pouco, baixinho. A música chegara em seu refrão.

A cena de seu esposo entrando na pequena casa laranja, conquistada por muita luta e lágrimas de ambos, usando a jaqueta de couro que ele havia roubado de seu guarda-roupa ainda quando eram garotos jovens e sem nenhuma noção do que era amor, possuindo sua mente, parecendo acontecer a sua frente naquele exato momento.

Um carro verde passou ao seu lado, a velocidade alta, quase raspando o espelho contra o carro preto do Park. Jimin franziu o cenho, mas logo sua visão não pode mais captar sinal algum do mesmo, ele havia seguido seu caminho.

Assim como Jimin seguia o dele.

Voltou a se concentrar na estrada e na música, entoando algumas frases como se as murmurasse, assim como Jungkook fazia em seu ouvido antes de dormir, dizendo que gostava de fazer tal coisa, que lhe acalmava e facilitava a chegada do sono. "Quero te contar uma coisa, Ji." era a frase que precedia a música que ele havia escolhida para a noite, mas o loiro não entendia realmente, o que ele queria lhe contar?

O celular acima do banco do passageiro teve a tela ligada e uma mensagem apareceu como uma notificação. As horas em números grandes marcavam o final daquele dia e o começo de outro.

Meia-noite.

Jimin sorriu, diminuindo ainda mais a velocidade e tirando uma das mãos do volante para pegar o celular.

Mas então, um dos pneus passou por cima de alguma pedra jogada em meio a estrada e o carro deu um solavanco, fazendo Jimin se assustar, arregalando os olhos. Parecia querer pará-lo de qualquer jeito.

Levou o braço novamente ao volante e controlou o carro que havia saido do controle por alguns milisegundos. Suspirou, tentando acalmar o coração do susto passageiro.

- Calma Jimin. - murmurava, rindo entre as respirações apressadas.

Era melhor rir do que chorar, pensava nesses momentos.

Voltou a se concentrar na estrada, a visão sendo difícil pela claridade claramente exagerada dos postes de luz, que acabavam por dificultar o loiro na ação de manter os olhos abertos.

Como se alguém o ouvisse, a lampada de um dos postes piscou, se apagando e então se acendendo segundos depois. Jimin franziu o cenho e riu consigo mesmo, fazendo uma nota mental para que se lembrasse de contar a sua mãe no outro dia. Ela sim acreditava em coisas como aquelas, paranormais queria dizer ou estranhas ao seu ver.

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