Leite Condensado

Capítulo 1: O Observador

Fabrício abraçou seu amigo Felix se despedindo, era muito provável que nunca mais voltasse a vê-lo, seus olhos transbordavam de lágrimas, não importava o quanto se concentrasse para não fazê-lo. Em frente à casa do garoto estava parado um táxi com uma garota ruiva usando óculos escuros dentro dele, ela estava de mal humor, pelo jeito não tinha gostado de sua última noite na cidade. Ela se inclinou no banco da frente e tocou a buzina irritada.

–Foi muito bom ser seu amigo, Fabrício.

–Não seja bobo, não importa se vai morar em outra cidade, sempre seremos amigos, mande uma mensagem no facebook quando chegar.

Felix entrou no táxi que o levaria com sua prima ao aeroporto.

–Vou sentir saudades daqui –Disse Felix.

–Eu não –Disse ela comendo uma batata frita.

O táxi partiu. Fabrício tinha dezessete anos, cabelo espetado preto e olhos cor de chocolate, era baixo pra sua idade. O que mais chamava atenção nele era seu sorriso cativante e ao mesmo tempo sensual. Ele tinha uma paixão: Quadrinhos! Seu preferido era o do Homem-Aranha, na verdade O Superior Homem-Aranha, uma versão em que o doutor Octavius toma o corpo de Peter Parker. Pensando bem, havia outro tipo de história que Fabrício preferia: Hentais! O garoto adorava ler histórias eróticas, mas nunca comentou sobre elas com o Felix, pois seu amigo era tão tímido que enrubescia a menor menção à sexo, Fabrício imaginava que ele morreria virgem, a não ser que seu avião caísse e ele fosse parar numa ilha onde vivesse uma tribo maluca por sexo e o obrigassem, ele riu ao imaginar tal coisa e se deitou em sua cama.

Fabrício vivia com seus tios, Bruce, o que era super legal ter um tio com o mesmo nome que o Batman, e Taís que trabalhava como atendente do disque S.O.S. onde as pessoas ligavam pra pedir conselhos, ou só falar sobre seus problemas, ela trabalha em casa, mais precisamente no porão ao qual ninguém tinha permissão de ir. Bruce era alto, forte e sempre deixava a barba por fazer, seus olhos eram escuros, mas tinha uma energia faiscante que lhe dava um ar intimidador; Taís não era nem gorda, nem magra, tinha uma barriguinha, mas nem dava pra prestar atenção já que assim que se bate os olhos nela, todo mundo olha logo pros peitos, ela tinha os maiores seios que Fabrício já vira, nem em filme pornô viu maior, e olhe que o garoto já assistiu a vários.

Numa certa noite, cerca de uma semana depois que Felix ter ido embora, Fabrício dormiu cedo e teve um sonho muito estranho, ele estava numa praia e viu Felix correndo só de cueca, aquela cueca ridícula do Homem-Aranha, seu amigo não parecia estar fugindo, corria seminu como quem estivesse se divertindo, de repente ele foi derrubado na areia por um garoto loiro.

–Você não me escapa, Homem-Aranha!

–E quem disse que eu quero escapar?

Fabrício abriu a boca chocado ao ver seu melhor amigo se beijando com aquele carinha loiro numa praia, eles se atracaram na areia, com as ondas do mar quebrando aos seus pés, o loiro desceu chupando o pescoço dele até chegar nos mamilos, Felix soltou um gemido e colocou seu pau pra fora se masturbando. Fabrício se aproximou deles, pelo jeito não podiam vê-lo, aquela cena era tão excitante que ele ficou de pau duro, de repente escutou um uivo, os outros garotos pareceram não ouvir já que continuaram com sua pegação, ele se virou e viu um lobo branco parado o encarando, sentiu um arrepio percorrer seu corpo, o animal estava ali, apenas parado o fitando, ele parecia hipnotizado e ao longe o som dos gemidos dos outros dois garotos, de repente o mundo pareceu girar, Fabrício ficou tonto e caiu de joelhos, ao levantar a cabeça encontrou o lobo a poucos centímetros dele e seus olhos eram como dois abismos sem fundo.