15 de fevereiro de 1993

169 17 10
                                    


Acordo cedo, minha mãe me leva de carro para a escola, fico totalmente focada nas aulas, rezo para ter companhia no intervalo, presto mais atenção ainda nos professores, volto para casa (minha mãe vai me buscar de carro), faço a lição e, sei lá... O dia meio que apenas passa.

Tenho uma irmã, com quem divido o quarto. Ela é três anos mais velha e bem mais descolada. Tem vários amigos e vive falando para os meus pais que, quando completar 14 anos, em outubro, será outra pessoa. Não sei bem o que ela quer dizer com isso. Será que vai arrumar ainda mais amigos? Um namorado? Eu não sei até que ponto sinto inveja dela ou se simplesmente não a entendo. Vai ver é uma mistura de tudo isso.



Não é que eu não tenha amigos. Na verdade, me dou bem com todo mundo na escola. Só que ninguém no meio desse todo mundo é meu melhor amigo. Eu sou sempre a segunda, terceira, quarta opção de amizade das pessoas da minha classe. Só viro a primeira escolha quando alguém precisa fazer um trabalho em dupla ou em grupo. Ou quando precisa de cola em uma prova. Eu gostaria de não passar a cola, mas aí é que vou ter menos amigos ainda. Melhor continuar fazendo isso.

Estudar menos para me enturmar mais? Não... Eu adoro estudar! É tão legal perceber que entendi um assunto novo, que consegui fazer uma conta difícil e que sei como uma célula funciona. E é tão mais simples estudar do que tirar nota baixa, ter que fazer uma nova prova e tomar bronca dos pais em casa. Eu detesto brigar e odeio que me critiquem. Junte isso com curtir ler um livro, fazer resumos e exercícios. Pronto, você terá a fórmula para uma aluna perfeita. Felicidade e perfeição nem sempre caminham juntas.

Uma conversa sobre Joana - O não diário de uma adolescenteOnde histórias criam vida. Descubra agora