Primeiro passo

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Não sabia dizer como iria se aproximar de Bakugou, suas tentativas eram falhas para si e para os amigos que acompanhavam a saga do ruivo se aproximar do loiro, poderiam comparar a uma mãe que tenta dar remédio para o filho birrento. Mesmo que o ruivo não houvesse contado para ninguém era notável seu interesse pelo maior, não que aprovassem, tinham medo de que alguém pudesse magoar o menino de ouro do grupo.

Kirishima havia tentado de tudo; desde oferecer uma bala para o loiro, ganhando uma cara fechada e uma pergunta bruta do rapaz sobre o hálito estar ruim; tentou também oferecer água durante a aula de educação física, ganhando um olhar desconfiado do loiro, provavelmente ele devia ter reparado em seu nervosismo ou em como seu rosto estava vermelho por conta da proximidade que estavam, ou até mesmo porque o loiro estava sem camisa e Kirishima não conseguia não olhar.

Com um suspiro se sentou na arquibancada, podendo sentir a proximidade de alguém a sua direita. Olhou de canto podendo ver a pele morena e os fios cor-de-rosa que tanto lhe agradava, virou o rosto com um sorriso cansado enquanto sentia a mão macia em sua nuca. "Tá tudo bem?" aquela frase doeu em seu peito, como se estivesse enganando a si mesmo ao afirmar com a cabeça para a amiga. Mina era sua amiga desde o fundamental, eram como unha e carne como falavam, mas Kirishima não sabia se podia contar para ela sobre a doença ele tinha medo dela chamar a si de louco ou começasse a rir de sua condição patética. Porque para si estar apaixonado por alguém que mal tinha contato era patético, era ainda pior sofrer de uma doença onde rosas cresciam em seus pulmões por conta desse amor patético.

O ruivo tornou a sentir a mão macia da amiga, agora ela havia descido para suas costas, um arrepio tomou conta de seu corpo ao imaginar que ela poderia sentir algo, e se ela pudesse sentir alguma coisa dentro de si, como uma das flores durante as suas crises. O pensamento o fez se afastar da garota, olhando-a com receio. Observou sua amiga arquear uma das sobrancelhas, desconfiada demais de si, sabia que ela estaria desconfiada já que nunca havia recusado carinho. Era como ela falava, Kirishima era um cachorrinho carente que amava carinho e estava sendo pedindo por mais, porém não naquele momento, o ruivo tinha paranoias demais em sua cabeça. "Você 'tá realmente bem?" ouviu a voz preocupada da amiga, não tardando em afirmar com a cabeça pedindo desculpas antes de sair da quadra. Pode ver os amigos olharem a cena sem entender, nem Kirishima entendia o que havia acontecido.

Se sentia patético demais, sua garganta coçava, provavelmente outra crise viria ou seria algumas pétalas, rezava para que fosse apenas algumas pétalas e sem brotos, sem espinhos. Não queria ter problemas na escola ou em qualquer local com muitas pessoas, queria ser invisível depois do que havia acontecido mais cedo e sobre o que acontecia dentro de si. Não queria desistir e não iria, era teimoso demais para aceitar sua morte daquela forma, por isso tentaria até seu último suspiro.

O caminho até a sala de aula foi lento, doloroso para si e desgastante. Como cada passo que dava fosse um punhal em seu coração. Estava mentindo para seus amigos, seus familiares e se sentia frustrado em relação ao plano desajeitado que havia formado. Como se o destino fosse aceitar suas ideias mirabolantes sobre conquistar o garoto que havia tomado seu coração por completo. Kirishima suspirou, talvez pela centésima vez no dia, parando pouco antes da entrada do corredor, ouvia a voz preocupada da amiga falar com seu grupo de amigos, não pode resistir em encostar na parede mais próxima para ouvir. Não que fosse correto ouvir a conversa alheia, mas sentia que era sobre si.

"Vocês viram como ele estava pálido? Está acontecendo alguma coisa." Pode ouvir Mina dizer, sentiu seu peito doer e a garganta fechar, não pelo teor da conversa, era mais uma crise. Podia sentir algo subir por sua garganta, tampando sua respiração; Kirishima pôs a mão sobre a boca, virando o corpo rapidamente para correr até o banheiro mais próximo, podia jurar que sua visão estava turva e que seu corpo mole demais para correr, quase agradecendo aos céus por ter alguém atrás de si. Sentiu uma mão em seu ombro, a voz distante era grave, perguntava se estava bem e se podia ajudar; queria negar ajuda, mas não tinha condições de pronunciar uma frase corretamente.

Tudo fora rápido demais, sentiu de seu braço ser posto nos ombros da outra pessoa, logo uma mão firme segurar sua cintura, segurando a si para que não caísse a qualquer momento. Pode ouvir a voz histérica da amiga ao ser levado contra sua vontade para o corredor, logo podendo ouvir os amigos falarem para a pessoa que o ajudava que iriam cuidar de si. Não pode fazer muito ou dizer que não queria ajuda e que estava bem, fora levado para enfermaria sem ter vontade. Não pode falar muito sobre, não pode contar, havia apagado sem conseguir ao menos agradecer quem havia lhe ajudado.

Acordou assustado, talvez houvesse sido um sonho, mas a maca que estava deitado e a Recovery Girl ao seu lado provavam a si que não havia sido. Virou o rosto ao ver a senhora se aproximar de si, os olhos piedosos foram a prova que ela sabia o que havia acontecido, pequenos brotos de rosa estavam ao lado da maca, como provas concretas da crise. – Precisa contar para seus pais ou pode ficar pior. – Kirishima ouviu a voz baixa da mulher, a mão macia em seu braço como tentativa de conforto, essa que deixava a si ainda mais triste. "Não posso." Disse baixo, sentindo a garganta doer pelo esforço, voltou a olhar a senhora vendo o sorriso triste que ela dava para si, como se ela sentisse muito por si. Não queria que sentissem pena de si, o olhar da mulher era fresco em sua memória e deixava uma sensação amarga dentro de si, era como se estivesse fadado ao fracasso ou que iria morrer.

Não puderam conversar muito, o sinal de término de período soou alto e forte sob suas cabeças, logo os passos apressados dos alunos a caminharem para suas casas no corredor foram escutados por ambos. – Você sabe seus riscos, não vou contar para seus pais, mas se você vier novamente para enfermaria não vou fechar meus olhos novamente. – A voz doce era firme, Kirishima afirmou com a cabeça antes de ver a porta ser aberta com violência, por um momento ficou confuso sobre o que estava acontecendo, mas a bagunça para o grupo de jovens entrar na pequena sala fez seu coração bater normalmente. Ouviu pequenas broncas de todos, mas os olhos de Mina para si traziam um teor diferente em sua bronca, como se ela soubesse que estava mentindo para eles e eles sabiam, principalmente ela.

Uma vez que a enfermeira expulsou a todos da pequena sala, Kirishima se sentia normal novamente, sem hanahaki ou alguém que lhe fazia mal, sem crises ou algo que apertava seu coração. Porém, tudo voltou com força ao lembrar que não havia sido 'salvo' por seus amigos e sim por outra pessoa. "Mina, quem me ajudou primeiro?" perguntou ao entrar na sala com a amiga, iriam pegar os materiais do ruivo para ir embora. Kirishima olhou a amiga ao não ter resposta, o sorriso nos lábios dela. – Ora, Kirishima. A mesma pessoa que deixou esse remédio em sua mesa, Katsuki Bakugou. – A menina disse, cruzando seus braços, como se estivesse esperando uma resposta do garoto a sua frente. Essa que não veio e não viria, Kirishima sentia o coração quente, quase como se fosse um sentimento bom por ter sido ele.

Notas Finaisespero que tenham gostado do capitulo, não deixem de dar o lindo feedback!
beijos <3

Como conquistar Katsuki BakugouOnde histórias criam vida. Descubra agora