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CAPÍTULO 13

COLE

A SEMANA PASSADA, tive alguns momentos tão perfeitos, tão comoventes, que gelei de medo e me deu vontade de sair correndo.

Ficar sentado no sofá da minha sala, comendo pizza e tomando umas cervejas vendo o canal de esportes enquanto a Lili fazia os trabalhos da
faculdade foi um desses momentos. Ficar só observando ela simplesmente existir de repente me sufocou, de tanta perfeição.

Tive que fugir pra tomar um banho bem quente, senão ia fazer alguma idiotice tipo pedir ela em casamento ou mandar dar o fora. A Lili se encaixava ali, era simples assim. Preenchia todos os buracos da minha vida. Eu morria de medo só de pensar que ela podia não estar ali ou ir embora a qualquer momento. Nunca tinha sentido isso antes.

Não queria depender dela, não queria transformar uma coisa que, de repente, era só aquela empolgação do começo do namoro em um troço gigante. Mas alguma coisa me dizia que, se eu
mergulhasse nisso de cabeça, nunca mais seria o mesmo.

Essas últimas semanas foram incríveis. Eu gostava de ter a Lili aqui em casa e na minha vida, e também de criar um espaço pra mim na vida dela. Todos os meus amigos adoravam a mina, e eu não podia nem ficar chateado porque estavam meio apaixonadinhos por ela
também.

A Lili não tinha noção do quanto era bonita, e ficava difícil não se apaixonar.
Quando a gente saiu do estúdio, ficou na cara que a Cora também tinha virado fã dela. E isso era muito importante pra mim, porque ela era como uma irmã mais velha, e confiava nos instintos dela em relação às pessoas. Por isso a mina era uma gerente tão boa.

A Lili já fazia parte da minha família. Quando contei o que rolou quando fui visitar meus pais, ela nem piscou e já foi mandando um e-mail esculachando minha mãe, deixando bem claro que não ia tolerar esse tipo de comportamento e implorando que fosse se tratar. A mina tava do meu lado e, mais uma vez, fiquei só imaginando quanto tempo fazia que ela lutava por mim, antes de eu tirar minha cabeça do buraco e me ligar nisso. Sempre me sentia um merda quando pensava naquela história.

Esses momentos calmos me tranquilizavam. Nessas horas, sentia que tava construindo os alicerces de um lance sensacional. Os momentos de paixão, quando ela me olhava como se eu fosse um presente que sempre quis desembrulhar, eram suficientes pra eu pensar que tinha encontrado a única pessoa no mundo que nunca ia me entediar na cama.

Eu era o único cara com quem ela tinha transado, e isso era bom porque eu podia ensinar tudo pra ela, e a Lili sempre foi uma aluna nota onze.

Rápido ou mais devagar, com carinho ou mais selvagem, uma rapidinha que me deixava louco ou uma noite inteira de prazer que fazia ela se atrasar pra aula
na manhã seguinte… Não tinha a menor dúvida de que a gente era sexualmente compatível. Ela tava começando a descobrir suas próprias preferências. Gostava da coisa um pouco mais bruta e ousada do que eu imaginava, por exemplo. E sempre dava um jeito de encarar com bom humor quando a coisa ficava meio estranha ou não saía do jeito que a gente esperava.

Nem lembrava quando tinha sido a última vez que tinha me divertido tanto com alguém na cama. Nem sabia que isso era possível, mas a mina deixava o sexo melhor ainda. Só de pensar em perder qualquer uma dessas coisas me dava vontade de entrar num buraco e nunca mais sair.

Estava tentando me livrar do medo. Afinal de contas, a gente só tava passando uma noite legal em casa, sem o Charles por perto. Eu devia estar me esforçando pra ela gritar meu nome no
volume máximo a noite inteira. Mas a dúvida não me largava e continuou a me perturbar debaixo do chuveiro, até a água esfriar e me obrigar a sair.

IN YOUR SKIN - adaptação sprousehart [HIATUS]Onde histórias criam vida. Descubra agora