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CAPÍTULO 11

COLE

A PRIMEIRA VEZ que cheguei em casa e vi você sentada na cozinha com o Dylan me lembro de ter pensado: onde é que ele foi se meter? Você era tão pálida e assustada, seus olhos tinham o dobro do tamanho dos olhos de uma pessoa normal, parecia um passarinho que caiu do ninho. O Dylan sempre foi defensor dos fracos e oprimidos, aquilo não me surpreendeu, mas fiquei passado de ver como o resto da família acolheu você rápido. Sempre pensei que a gente ia ser unido contra o mundo pra sempre, e aí você apareceu, e tudo isso meio que se desfez. Virei mais ovelha negra do que já era. O Hart idolatrava você, meu pai e minha mãe simplesmente acharam que você e o Dylan tavam namorando, e eu fui deixado de lado, como sempre. Acho que simplesmente peguei todos esses sentimentos de separação e isolamento e transferi pra você. Eu e o Dylan sempre fomos duas faces da mesma moeda e, quando você apareceu, isso meio que acabou. Acho que fiquei com ciúme
d

e ele passar tanto tempo e gastar tanta energia sendo seu herói em vez de ser meu irmão.

– A primeira vez que vi você de perto, fiquei apavorada. Eu já tinha te visto com o Dylan lá no colégio, e todo mundo falava nos gêmeos Sprouse como se fossem criaturas míticas. O Dylan tinha um porte atlético, os amigos certos e as melhores notas. Você estava sempre
metido em confusão, andando com meninos mais velhos e sendo chamado na sala do diretor por matar aula ou sei lá o quê. O Dylan me salvou e me levou pra casa de vocês. Me fez rir quando nada na minha vida chegava nem perto de ser engraçado e foi a primeira pessoa a ser gentil comigo. Ele me sentou na cozinha e disse pra eu não me preocupar quando os irmãos chegassem em casa, porque ia obrigar vocês a se comportar. Aí você e o Hart entraram de repente pela porta. O Hart olhou pra mim, sacudiu a cabeça e perguntou para o Dylan se eu era mais uma alma perdida. Você só me olhou, como se eu não tivesse a menor
importância, e perguntou se o Dylan queria ir comer pizza. Achei você bonito, de um jeito diferente de como Dylan era bonito… Eram muito parecidos fisicamente, mas você tinha um
estilo tão interessante que eu não conseguia parar de olhar. Fiquei te olhando por quinze minutos e, quando você e o Hart saíram, você disse: “Putz, Rem. Dá um chá pra ela ou alguma outra coisa. Ela tá parecendo o Gasparzinho, o fantasminha camarada”. O Dylan só
sacudiu a cabeça e sentou na minha frente. Percebeu na hora, sempre soube o que eu sentia por você, e disse: “O Cole é um cara legal, Lili. O mais legal de todos, pra falar a verdade. Eu o amo mais do que tudo nesse mundo, mas ele tem dezesseis anos e é da família Sprouse. Vai partir seu coração, e você não precisa disso”. Por anos e anos ele ficou me falando que eu era uma boba, que não devia ficar toda chateada por sua causa, porque você tinha outras prioridades. Aí, mais ou menos um ano antes de morrer, ele mudou de conversa. Quando vocês vieram morar aqui, começou, do nada, a falar para eu entrar na Universidade de Denver quando terminasse o colégio, meio que preparando o caminho para eu poder contar o que sentia por você. De repente, o Dylan se transformou em cupido. Foi muito estranho. Aí veio o acidente e nunca tive a chance de perguntar por que mudou de ideia.

– Bom, agora que eu sei, fico feliz. E ainda acho você muito parecida com o
Gasparzinho.

– Também fico feliz e não ligo pro apelido. É fofo. Além disso, quando começou a me chamar desse jeito, me senti especial. Nenhuma das outras meninas com quem você ficou
recebeu um apelido. Você só dizia “querida”, “gata”, “linda”…

– Você é especial. Já era especial naquela época. Eu é que era muito tonto e nem me liguei.

– Acho que não estava preparada para ficar com você naquela época.

IN YOUR SKIN - adaptação sprousehart [HIATUS]Onde histórias criam vida. Descubra agora