capítulo três

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_isso é sorte de principiante._ meu tio falou tentando justificar eu ter conseguido pegar mais peixes que ele.

_sorte de principiante? Tio Mac, eu sempre pesco com você e sempre pego mais peixe que você._ eu disse e ele riu alto passando as mãos molhadas no seu cabelo ruivo.

_você é igualzinha seu pai._ ele falou com os olhos semi cerrados.

_obrigada. _ dei de ombro.

_vamos comer. já está tudo pronto._ minha tia falou saindo da enorme barraca de acampar que montamos._ querida, fiz aquela sala de bacon que você gosta. _ ela falou pra mim.

_Oba! Obrigada tia._ me levantei da margem do rio onde estava sentada com os pés dentro do mesmo. Depositei um beijo na bochecha dela.

_e pra mim?_ meu tio perguntou deixando os anzóis do lado da barraca.

_carne assada com molho._ ela falou e os olhos do meu tio brilharam.

_espera, você conseguiu montar a churrasqueira?

_em dois segundos meu amor._ ela falou de modo exibido.

_como?_ ele perguntou coçando a cabeça eu diria que confuso.

_vem que eu te mostro._ ela falou e entramos todos na barraca.

   (°°°)

Sem dúvida, esse foi um dos melhor onze de outubro da minha vida. Meus tios são maravilhosos e me amam como meus pais.

Cuida de mim como cuidam do Benny e me amam como amam o Benny, e eu os amo muito.

A minha tia, como a minha mãe, gosta muito de cuidar dos outros, se importam muito com os sentimentos dos outros, talvez isso seja coisa de psicólogos, ambas fizeram o mesmo curso na universidade com o discurso de ajudar a saúde psicológica pessoas.

Quando perdi meus pais, tive toda assistência necessária da minha tia, eu tinha duas sessões com ela todos os dias, o medo dela era de eu ficar com depressão. Embora ela estivesse muito abalada por perder sua irmã e seu cunhado, eu a ouvia dizer para o tio Mac que devia ser forte por mim. Porém, ela estava destruída por perder sua irmã, a sua melhor amiga.

Os meus tios me fizeram querer viver em meio ao pesadelo.
Eles sempre programavam coisas divertidas para mudar meu humor, faziam questão de mostrar todo o amor que eles tinham por mim. Eu serei eternamente grata.

(°°°)

Por volta das 16:00a.m, estávamos em casa. Havíamos chegados há uma hora. Tia Dinna e eu estávamos fazendo o jantar e o tio Mac estava assistindo televisão com o Benny.

_como está se sentindo querida?_ minha tia perguntou enquanto cortava os temperos de forma argiu.

_estou bem._ falei cortando as cenouras para colocar na torta de legumes da tia Dinna ( Foi assim que nomeamos a torta).

_senti você meio pra baixo hoje.

_ah, não é nada... é só que... amanhã faz quatro anos..._ falei parando de picar os legumes.

_querida, eu sei que ainda tem coisas que não me contou._ela passou os braços sobre meus ombros._confia em mim.

_tia...eu... não

_do que tem medo?_ me encarou.

|Flashback|

"VOCÊ NAO IRA VIVER EM PAZ GAROTA, SE CONTAR O QUE VIU ESTARÁ MORTA, E O RESTO DA SUA FAMÍLIA TAMBÉM"

Tenho medo de machucarem mais alguém.

Sei que faz muito tempo, sei que eu já deveria ter contado a verdade. Porém, as vezes sinto-me vigiada, em todo o lugar. Na escola, na casa do meu amigo Sam e até mesmo aqui em casa. Pode parecer paranóia minha, mas me sinto insegura. O medo de acontecer algo com meus tios e o Benny me faz ser covarde.

CONFINADOSOnde histórias criam vida. Descubra agora