Capítulo Um - novas sensações

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Os nove meses de gestação me caíram bem, admito. Não que seu seja aquela louca pançuda que tem desejos doidos ou os pés inchados. Graças aos céus não tive nada disse. Mas, como em toda gestação que estive pesquisando, eu tive as mais benditas contrações. E sim, são piores do que falam, e incomodam a beça. Uma vez quase quebrei a mão de Adrien quando ele se ofereceu para segurar enquanto tive uma. 

Estava com trinta e oito semanas, minha barriga estava muito grande e Louis era um inquieto nato igual ao pai. Minha mãe dizia que isso era gene mais meu que o dele, porém eu discordava totalmente. Emilie dizia que quando estava grávida de Adrien, o mesmo parecia quebrar sua coluna e querer sair logo do lugar apertado que era sua barriga. A cada história que elas, junto com a mãe de Alya, contavam, eu ficava mais ansiosa. Ok, isso não fazia tão certo pro meu bebê, mas o que eu poderia fazer? É meu primeiro filho poxa, e a sensação de ser mãe finalmente me veio e estou muito feliz com isso, assim como Adrien. 

E nossa, que pai mais babão. Imagina a felicidade dele ao saber que seria um menino? Pensei que naquele momento iria sair fogos de artifício pelos seus olhos, eles brilharam tanto. Afinal, era o sonho dele, desde que nos conhecemos e éramos amigos ainda, ele me dizia que queria constituir uma família, e dar todo amor possível a ela. Bom, por enquanto está cumprindo com sucesso. E sim, ele é bem mais coruja que eu, o que chegava a sufocar, por isso conversei com ele a alguns meses e concordamos não nos preocupar ao extremo, e sim quando realmente necessário. Me sinto mal apenas quando omito uma dorzinha aqui e ali, pelo motivo de não querer o ver preocupado demais, Adrien já está muito atarefado com a Agreste e com minha licença, teve que procurar alguém provisório pro meu cargo. Era difícil as vezes, mas sei que passamos por isso juntos.

Naquela manhã era sábado, estava no nosso apartamento perto do arco do triunfo, uma área nobre, admito, mesmo assim não se deixe enganar. O apartamento era lindo, confortável e muito humilde, era a nossa cara, nada de muitas extravagâncias. Alya chegaria por volta das nove, hoje iria passar o dia com ela. Eu queria sair para falar a verdade, esticar as pernas e me sentir humana, só que a minha médica disse que era necessário repouso, principalmente que estou beirando as trinta e nove semanas. Era um saco, eu era agitada e queria sair e viver. Só que não né, minha sementinha cresceu demais e agora tenho que ficar em casa por causa do dondoco. 

Às sete estava de pé, havia virado uma rotina acordar cedo então me acostumei, não conseguindo mais acordar tão tarde igual antes. Estava com um robe leve, com uma camisola por baixo. Adrien como sempre já estava na empresa, apenas domingo era seu dia de folga. E não foi por falta de lábia que o convenci a trabalhar e deixar Alya comigo. O teimoso queria ficar comigo em casa durante três dias, e como a mais teimosa da casa, disse não.

Calcei meus chinelos e fui fazer um café da manhã, já estava com fome. Fizemos compras na semana passada, a geladeira e os armários estavam bem abastecidos. Preparei a máquina pra fazer um cappucino e pensei no que faria para comer. Abri a geladeira pegando a manteiga e mussarela. Depois fui até um dos armários pegando pão e procurando o azeite, mas não o achava. Não é possível, esquecemos do azeite? Fala sério.

Revirei os olhos. Pensei se poderia ou não comprar, e sim, era necessário para o que eu queria fazer. Estou disposta e a toa, então fui ao meu quarto trocar de roupa para ir até um mercadinho aqui perto, a essa hora com certeza estava aberto. Isso me renderia algumas broncas mas poxa, eu queria meu café da manhã do meu jeitinho.

Troquei de roupa colocando um vestido longo — que se tornou minha roupa favorita depois que a barriga cresceu —, logo em seguida minha bolsa e minha carteira. Iria a pé mesmo, a loja ficava duas ruas a cima, não tinha necessidade alguma de ir de carro. Mas, para minha surpresa, quando abro a porta, minha amiga já estava lá, prestes a tocar a campainha. Ao me ver vestida e com a bolsa, suspeitou de primeira o que eu iria fazer. Meus ombros murcharam.

Nada Mais ImportaOnde histórias criam vida. Descubra agora