Anjo da Morte

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Oh, senhora morte!
Tão fria, às vezes inesperada,
te conheço desde meus primórdios dias,
e em ti essa carta foi inspirada.

Oh, senhora morte!
Tu que quase junto à ti me levaste,
E que por um pingo de sorte,
O amor de ti me livraste,

tu que um dia tanto me almejara,
mas nunca me conquistou,
e eu que com rancor um dia te buscara,
hoje ao teu encontro vou.

peço-te perdão,
por tanto lhe fazer esperar.
tanto tempo em vão,
gasto tentando-lhe evitar.

quem diria que seria assim?
confesso-te que ainda tinha esperança,
mas chegou o fim,
e agora entro nessa dança,

oh, senhora morte!
peço-te uma única coisa.

leve-me para ver a lua,
quero que tu me mostre belos lugares,
não me deixe nessa rua,
quero que me eleve aos ares,

e assim que chegar na imensidão do vazio,
deixo-te para que outra alma junto à ti leve,
e com um beijo deixe apenas meu corpo frio,
para que em meio ao gelo se revele.

Uma Dose de CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora