Bach: Toccata and Fugue in D Minor

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Uma semana depois...

— Senhorita Minatozaki, Senhorita Kim, por favor fiquem depois da aula.

A cabeça de Sana se levantou de suas anotações enquanto o professor JYP falava. Ela olhou de relance para Dahyun.

Dahyun não havia olhado para Sana desde semana passada no café. Na verdade, ela pareceu estar sinceramente evitando ela. Ela se escorou em sua cadeira, nem mesmo percebendo que o professor havia falado.

A classe foi dispensada e Sana juntou suas coisas.

— Tá tudo bem? – Jihyo perguntou, direcionando um olhar acusador para Dahyun.

— Aham.

Sana sabia que deveria ser sobre a composição que elas deveriam compor. Ela sabia que o que ela havia entregue ao professor era fraco. Ela deu à Jihyo um pequeno sorriso e um abraço.

— Vejo você mais tarde, ok? – Jihyo olhou Dahyun novamente.

— Eu ficarei bem. – Sana insistiu.

— Senhorita Park, essa será uma conversa privada. – disse o professor JYP.

Jihyo assentiu e saiu da sala. Sana andou até a mesa do professor, onde dois assentos aguardavam. Ela sentou em um. Ela ouviu os passos pesados de Dahyun caminhando lentamente em direção à eles. Um minuto depois, Dahyun se afundou na cadeira ao seu lado. A colônia da jovem DJ navegou em seu nariz. Era forte, com um toque de baunilha.

O professor tomou em suas mãos o rascunho que Sana havia entregue e o deixou em cima da mesa em frente às duas estudantes. — Eu só queria conversar com vocês duas sobre sua potencial composição. É boa. O rascunho é bem escrito. – JYP olhou Sana, claramente sabendo que foi ela quem escreveu. — Mas tudo carece de... por falta de uma palavra melhor, sentimento.

Sana não olhou para Dahyun, com vergonha de ser a mesma fala que ela havia dito sobre a música de Dahyun antes, em Osaka.

O professor passou uma mão pelo rosto e se virou para Dahyun. Ela estava encarando o chão. Raiva dentro de Sana. A jovem DJ parecia nunca se importar com nada.

— Já existem várias músicas sobre temporadas. – O professor disse lendo parte da proposta. — Eu quero que meus alunos sejam originais. Eu quero que vocês explorem autoexpressão nas suas criações. Eu não quero uma cópia do trabalho de outro. Quero que esse seja seu trabalho. Coloque na música quem você é. Coloque tudo que você é na composição.

— Faremos melhor. – disse Sana. — Né, Dahyun? – Quando Dahyun não disse nada em resposta, ela sentiu vontade de gritar de frustração.

JYP se levantou de seu lugar. — Fiquem com esta sala. Não haverá ninguém aqui até esta tarde. Vejam se conseguem arranjar qualquer outra coisa.

O professor saiu, e a sala mergulhou em um silêncio ensurdecedor. Sana descansou seu rosto em suas mãos e respirou fundo. Quando ela olhou para Dahyun e sua atitude, seu coração se despedaçou pela compositora que ela achava que ela era. — Você realmente não se importa? – Sana sussurrou.

Dahyun encontrou os olhos de Sana. — Na verdade, não.

— Por que você tá aqui? – Sana se levantou e teve que massagear o peito quando seu coração bateu pela frustração que havia dentro dela. — Você não toca instrumentos. Você não se importa com composição. Eu te vi em outras aulas, e você parece gostar delas tanto quanto você gosta dessa. Eu te pedi pra me encontrar três vezes essa semana. Você disse que não poderia em nenhuma. Mas, eu sei que você tá saindo com a Chaeyoung e nossos amigos, ficando bêbada e transando com metade do corpo estudantil feminino.

Lost in spectrum - SaiDa Onde histórias criam vida. Descubra agora