Capítulo I - Acompanhada?

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Aquele edifício era  realmente enorme. Sempre ao passar por aquela luxuosa entrada efeitada por vidros dos mais caros de ponta a ponta, exclusivamente como nos seus sonhos, sentia aquela sensação de orgulho e prazer arder em si mesma, atingindo-a automaticamente.

O som de seus saltos ecoavam assustadoramente pela grande área da recepção, composta por luxuosas poltronas de espera e um ambiente silencioso apesar de algumas pessoas circulando com ligeira pressa, mas espertas o suficiente para não ficarem em seu caminho, nem mesmo no mesmo elevador.

Passou divamente em frente a bancada circular revestida de pedras de mármore escuro, exatamente construída no centro do haal de entrada, onde uma recepcionista tinha seu olhar vidrado e amedrontado naquela poderosa mulher.

Então ela sorriu em seu interior, orgulhando-se de ser tão respeitada. Então ela sorriu. Um sorriso que continha um suspiro extasiado.

Como amava ser tão temida. Seu peito enchia-se de superioridade, e os olhares brilhantes de medo e respeito massagiavam-lhe o ego.

E como de costume, ou melhor, por livre espontânea pressão, todos dentro do último andar se desdobravam no mínimo de tempo possível para terminarem os seus trabalhos e se prepararem para a reunião, que fora convocada por ninguém mais, ninguém menos, do que a dona, a manda chuva, a maioral, a mais terrível, editora chefe daquela cidade.

Simplesmente era a mulher que comandava cada milímetro daquela empresa sobre os saltos mais temidos da história e o olhar mais mortal. Bem, não tão exagerado, claro, mas vai por mim, ao se tratar daquela beldade imponente, nada era exagerado demais diante de tanta beleza e dureza.

A modernidade alcançava-os de modo clichê e único. O extenso salão cheio preenchia-se com conjuntos de mesas com espaços suficiente para abrigar trios de seus funcionários, igualmente compartilhando seus notebooks e o toque personalizado de cada centímetro pertencente ao território de cada funcionário.

A agitação de alguns e o silêncio de outros era sinal de que as mentes não paravam. Após um dos mais importantes trabalhos finalmente ser finalizado, a equipe daquela famosa empresa editorial havia enviado, o recém e muito complicado, projeto da publicação de um livro de uma famosa e conceituada escritora para a única com poder de aprová-lo ou rejeitá-lo depois de todo o esforço.

As ideias eram muitas vezes boas, porém, nessas vezes, digamos que faltava a opinião de certo alguém com visão e uma imaginação inacreditável, e, por tal motivo, as criações eram, na maioria, rejeitadas pela editora chefe, vulgo, Regina, a toda poderosa Mills, a mulher mais bela de todas.

O departamento editorial, mais conhecido como o de criação e desenvolvimento de tudo, era o local onde as ideias ganhavam forma, sendo desenvolvidas desde o conceito até a peça principal. 

E era também onde havia toda aquela correria entre os ilustradores, artistas gráficos, fotógrafos, editores de vídeo, movie makers, motion graphics, dentre outros que completavam todo o andar em uma equipe profissional selecionada a dedo.

Dizer que medo rondava-os naquele andar não era exagero nenhum. A um mês se desdobraram sob as palavras ameaçadoras da editora chefe para criarem o projeto perfeito e impecável para uma escritora romancista do país. Nada demais, só uma leve pressão sobre eles.

No contrário de perfeição, todos dançavam. 

E não era uma dança feliz.

E no meio daquilo tudo certa loira era procurada de vinte em vinte minutos pelos colegas de trabalho para opiniões e ideias que se tornaram as mais belas e mais perfeitas. Mesmo não sendo seu trabalho ela os ajudou e antes mesmo do prazo puderam finalizar aquele grande projeto importante.

Casei-Me Com Minha Chefe - SwanQueenOnde histórias criam vida. Descubra agora