Capitulo VI - Arrepios

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Tudo é tão relativo na vida. É esquisito como as coisas acontecem e o rumo que elas tomam sempre acabam de um jeito tão atípico, mas se interligam de maneira tão casual. É eu sei, a vida é cheia de entre linhas. Prega as peças mais improváveis e nos ensina ao mesmo tempo que nos prova.

E nesses espaços que esperávamos o futuro vir com momentos bons, tudo que um dia passou simplesmente volta de alguma maneira. Alguns filósofos dizem que somos o resultado do passado e de fato nós somos apenas um resultado de experiências de erros e acertos da vida passada.

Afinal, quem nunca fez algo certo na vida? É, isso mesmo. Ser feliz é uma consequência de escolhas que são certas para nós mesmos. O que é errado para um é certo para outro. São divagações de opiniões e culturas diferentes, ninguém é igual ao outro nesse mundo com bilhões de pessoas.

Então acertar pode ser errar também, depende do ponto de vista de cada um e de como isso influenciaria.

São opiniões. Isso é chato de mais, dá até sono. As pessoas mudam e as opiniões mudam com o tempo. Porque você não brinca mais de boneca? Óbvio que você acha isso chato e sem lógica para a sua idade. Essa é sua opinião, mas a de uma garotinha de cinco anos é completamente diferente.

Depois de tanto tempo será que ainda era a mesma coisa? Certo seria perguntar o que mudou, mas enfim. Tantas questões para no final não chegar a lugar nenhum como sempre foi. Aquela cidade tinha seu ar tão moderno quanto as grandes construções americanas e possuía um mérito abafado de nobreza por entre seus trejeitos de concreto. Como foi dito, o passado nunca se apaga.

É, Emma ainda lembrava bem de tudo. A brisa fresca da tarde movimentava seus fios caídos por seu rosto em um coque mal feito.

O som da cidade gerava um sentimento estranho de algo conhecido, familiar. A Itália era berço de traços familiares assim como os outros países também eram, mas ali era diferente de todos. Tinha história. A designer deixou seus pensamentos de lado e desgrudou suas mãos da sacada se afastando para se sentar na poltrona que havia ali.

Recostou em seu assento e tombou a cabeça para o lado, sorrindo ao ver Regina ressonando tranquilamente deitada na cama. Dormindo até parece um amor. Pensou e pegou seu celular.

Discou o número já decorado e esperou ansiosa a chamada ecoar no aparelho. Sorriu quando no segundo toque ouviu a voz conhecido soar.

--- A que devo a honra de sua ligação, majestade? Achei que tinha esquecido de minha humilde pessoa --- a designer revirou os olhos maneando a cabeça, olhando novamente para sua chefe que ainda dormia do mesmo jeito.

--- Humilde você não é, querido. É dramático, isso sim --- pontuou com um sorriso esperto nos lábios --- E quem esqueceu de alguém aqui é você.

--- O sujo falando do mal lavado. Você não presta, Swan! --- ambos riram juntos.

--- Você não me ligou para um papo só de velhos irmãos não é? --- questionou apertando os lábios, imaginando um dos motivos.

--- Não. Aliás, falando nisso, qual é a sua de vir para a Europa e não me falar nada, sua ingrata?

--- Ah, e precisa avisar alguma coisa? ---- apoiou a perna sobre o joelho --- Eu retornei exatamente para isso, mas pelo jeito você já sabe muito bem.

--- Impossível não saber, Emma. As notícias correm rápido por aqui, quero dizer, chegam rápido --- a loira negou e se levantou da poltrona, voltando a frente da sacada novamente como antes.

--- É, eu sei --- observou ao redor da mansão --- Recebi a ligação hoje, mas não atendi. Sempre é a mesma coisa, os mesmos assuntos, as mesmas chantagens ano após ano --- comentou andando até a lateral e se escostou ali, cruzando as pernas de pé --- Espero que me poupe disso hoje, majestade.

Casei-Me Com Minha Chefe - SwanQueenOnde histórias criam vida. Descubra agora