Contos Nórdicos - Loki e Sigyn parte 2 - Desejo

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Havia um reino, distante e esquecido entre tantas lendas e mitos perdidos, porém mais vivo do que se podia imaginar. Assim era Asgard erguida no firmamento, onde a magia e a ciência eram uma só. Onde antiguidade e modernidade se transformavam em uma única coisa peculiar. Um lindo reino, de belas mulheres e poderosos guerreiros...

... e alguns poucos magos.

E Loki era um desses poucos magos, senão um dos melhores. Um rapaz peculiar e podemos dizer, incompreendido entre os asgardianos. O filho caçula de Odin pai de todos, arrogante, inteligente e muito travesso. Porém não era só isso, Loki tinha um segredo que nem mesmo ele sabia, segredo que ele descobriu há pouco tempo, sobre sua verdadeira origem. Tal descoberta que quase desestabilizou o príncipe, que então passou a viver mais recluso, amargurado. Não queria ninguém por perto, evitava a todos.

Loki tinha medo de que vissem sua verdadeira aparência. Seu medo se manifestava quando seu aspecto de jotun aparecia. Entretanto os acontecimentos dos últimos meses mudaram em parte a redoma em volta do príncipe.

E esses acontecimentos se referiam a uma única pessoa: Sigyn, sua fiel esposa.

Depois que Loki revelou seu segredo, ele descobriu que a jovem não tinha medo dele.

E sim fascínio.

Após aquele dia na sala do cofre, muitas coisas foram acontecendo. Aquele simples e singelo beijo se tornou algo a mais. Carícias foram surgindo, abraços, afagos e carinho.

Para um homem de gelo, o príncipe parecia um tanto “morno”.

Era noite e casal se encontrava na biblioteca, Sigyn havia trazido chá com biscoitos. Ela observava o marido concentrado em sua leitura. Os olhos verdes desviaram da leitura para encarar a pequena mulher a sua frente, um meio sorriso se desenhou nos lábios do príncipe.

- Sigyn, o que você sabe sobre o que acontece entre um homem e uma mulher?

A garota o fitou confusa, porém respondeu:

- Ora, eles se tornam uma só carne e então o homem coloca sua semente na mulher, e dessa semente surgem os bebês – ela respondeu prática.

Loki riu.

- Quem lhe disse isso?

- Minha mãe.

Ele fez uma expressão que beirava a malicia e o divertimento.

- Ela lhe contou como exatamente é?

A jovem pensou um pouco e depois o olhou começando a ficar corada.

- Não....

Loki deu meia volta sobre a enorme mesa enquanto Sigyn o acompanhava com olhos até ele sentar na mesa de frente para ela. Ele tinha uma expressão travessa em seu rosto.

- Vem cá – ele deu um leve tapinha em suas pernas – senta aqui.

A jovem apenas se levantou da cadeira e sentou em seu colo, ainda que de uma maneira desajeitada, Loki lhe segurou pelos quadris, colocando-a de forma mais confortável, a jovem se arrepiou novamente. Ela sentiu os braços dele lhe abraçarem e então uma respiração quente em sua nuca. Sigyn suspirou quando sentiu Loki inalando o aroma de seu cabelo.

Ela se deixou relaxar em seus braços. Até que virou o rosto para poder mirar o dele. Ele se aproximou de seu rosto e seus lábios se uniram. Um beijo calmo, como uma dança harmoniosa que logo se tornou possessiva. Os dois se afastaram para tomar um ar. Mas logo Sigyn sentiu em seu pescoço um arrepio seguido por uma trilha de beijos. A garota ofegou ao sentir a mão do esposo lhe afagar gentilmente os cabelos por trás da nuca. Loki puxou sua cabeça um pouco para trás para que os dois se beijassem de novo.

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