Capítulo Trinta e Oito: Dever

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"Todas as noites nos meus sonhos eu vejo você, eu sinto você

É assim que eu sei que você segue em frente

Longe, atravessando a distância

E espaços entre nós

Você veio me mostrar que continuará

Perto, longe, onde quer que você esteja

Creio que o coração segue em frente

Uma vez mais, você abre a porta

E você está aqui, no meu coração

E o meu coração continuará e continuará

O amor pode nos tocar uma vez e durar uma vida

E nunca nos abandonar até termos partido"

My Heart Will Go On - Celine Dion












Sérgio Jonhason





A preocupação se instalou por cada célula do meu corpo, a partir do momento em que os olhos de Sofia Smith me encaram.

Torna-se inevitável que eu não me importe com a saúde de Maria, afinal, ela está gestante e esse estresse todo que ela está passando não é nada bom para o bebê e muito menos para ela.

A atitude do meu amigo não me surpreendeu.

Quem ver o homem de porte atlético e bem humorado para os mais próximos, não conseguem sequer imaginar a barra que ele sustentou em suas costas para fazer com que a família que tanto tentou mudá-lo se mantivesse  firme. Pelo menos perante a mídia que na época caíram em cima do meu amigo como urubus na carniça.

- Estou tão feliz em te ver meu menino. - Vejo meu amigo apertar os dedos no volante e toco em seu ombro.

Seus olhos azuis que antes estavam calmos e felizes me fitavam com uma ira que me causava preocupação.

- Tenha calma. - Peço e ele respira fundo assentindo. - Você sabe muito bem quem é. Então, não se torne aquele que tanto o fez afundar na merda. - É foda lembrar disso, mas nesse momento é preciso.

- O que vocês estão surrando aí?! - Berra me fazendo olhá-la. - Eu quero que me deixe a sós com Eric James, Sérgio. - Aponta para a porta do carro que está em movimento. - Sua mãe não quer você aqui e sabe muito bem o porquê. - Respiro fundo.

Matteo parece a ponto de fazer uma loucura.

- Ei, cara. - Ele me olha brevemente e volta a observar a pista. - A quanto tempo ela está em surto? - Meu amigo suspira e agonia está ali, presente em cada expressão do seu rosto.

- Não sei dizer, Sérgio. - Suspira cansado. - Estava vindo almoçar em casa com a minha Pretinha, quando recebi uma ligação de Nova York dizendo que minha mãe recebeu alta e que já tinha embarcado para Santa Catarina. - Caralho... - Como ela conseguiu isso? É o que não consigo entender. Ela estava internada nessa clínica porque só os medicamos não estava dando resultados. O que eu poderia fazer? Pode ser foda o que vou te dizer, mas... - Olha pelo retrovisor Sofia fitando a rua como se não tivesse acabado de gritar a plenos pulmões. - Eu não me sinto bem perto dela. - Eu o entendo.

O Despertar de uma AlmaOnde histórias criam vida. Descubra agora