Capítulo 13

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Então é assim que as pessoas ficam quando estão em depressão? É isso o que elas sentem? Como se um vazio enorme tivesse tomado conta delas roubando-lhe todas as suas vontades?... Pelo menos é assim que to me sentindo... Vazia!

Agora entendo o que meu pai e provavelmente Dulce estavam sentindo quando tentaram se matar. A dor de saber que eu o tinha perdido, ter sacado finalmente que ele nunca seria meu, acabou com todos os meus sonhos, pois, em todos Alfonso era peça principal e essencial. Não sei como é possível você entregar a sua vida na mão de uma pessoa, ainda mais quando essa pessoa não corresponde ao que vc sente por ela... Mas eu me entreguei na mão dele e de uma fantasia de que um dia, não muito distante a gente ficaria junto, que finalmente escutaria dele o que esperei a vida inteira pra ouvir. E agora tudo tinha sido destruído. Eu me sentia destruída e humilhada, com as palavras dele me atormentando: “Eu nunca precisei de você pra ser feliz...!”

A única coisa que parecia aplacar um pouco essa dor, era o piano. Parecia que enquanto eu tocava, meu pai falava comigo através das melodias, como se estivesse me aconselhando, me reconfortando, me dando seu colo de pai.

Eu não tinha clima pra sair de casa, não queria vê-lo de novo, sabia que só iria me machucar mais, então eu me isolei de tudo e ignorei os telefonemas e as visitas dos meus amigos. Eu sabia que estavam preocupados, mas não queria ver ninguém.

Anahíparou de escrever quando a porta se abriu e Ray entrou.

- Que bom que esta acordada... Fiquei preocupado já que sempre que eu entrava vc estava dormindo.

Any: Devia ter batido na porta já que vc levou a chave com vc. - o olhou de cara feia.

Ray: Pra vc saber que era eu e fingir que dormia? Não Any, estou preocupado com vc, precisamos conversar.

Any: Sobre o que?

Ray: O que te aconteceu pra ficar desse jeito? Tem três dias que vc não sai de casa, seus amigos estão preocupados, as meninas não param de ligar em casa, porque vc não atende o celular?

Any: Não quero ver ninguém. - suspirou. - Nem conversar!

Joaquim: Mas comigo vc vai falar. - entrou no quarto.

Any: O que...?! - encarou Ray.

Ray: Ele parecia preocupado com vc, por isso pedi pra vir aqui... Vou deixá-los a sós. - sorriu e saiu fechando a porta.

Anahí encarou Joaquim sem saber o que fazer ou dizer. Lembrava muito bem do que acontecera na última vez em que estiveram juntos.

 Joaquim puxou o banco e sentou de frente pra Anahí.

- Você ta horrível. - sorriu conseguindo arrancar um leve sorriso dela.

Any: Devo estar mesmo. - passou a mão pelo cabelo desarrumado e se encarou vendo o moletom que usava, ciente que estava abatida.

Joaquim: Não sei o que houve, mas sinto que tem o dedo do Alfonso nisso.

Any: Não... Não fala o nome dele, por favor. - suplicou com os olhos já cheios de lágrimas.

Joaquim: Não dá, olha o jeito que ele te deixou... Ele não merece que vc sofra por ele.

Any: Joaquim...

Joaquim: Any aquele dia na praia eu acabei me equivocando, eu não devia ter beijado vc, sei que se assustou com aquilo, mas eu sei que posso te fazer muito feliz... Eu sei que vc não quer passar o resto da vida sofrendo por aquele idiota, então me deixa ajudar vc... Me dá uma chance de fazer vc feliz, deixa eu cuidar de vc, amar vc, te tratar como vc nunca foi tratada.

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