Lake House

movie night

— Bom dia, mundo! Acordei mais poderosa que o normal. — diz Mary enquanto descia as escadas.
— Chegou a desagradável — Duda disse e revirou os olhos.
— Desagradável que você vivia tentando pegar. — Mary debochou e Duda ficou em silêncio.
— Gente, alguém viu a Kami? Ela sumiu desde ontem, depois do jogo — pergunta Mafê, comendo sua maçã.
— Aquela estranha deve tá ouvindo BTS por algum canto da casa. Nenhuma novidade. — responde Madu rindo.
— Dá pra entender, se eu fosse ela, só iria escutar esse tipo de música escondida mesmo. — Duda completa.

Foi quando eles ouviram a campainha tocando, era Carla. Uma de suas colegas, mas que por um esquecimento nada acidental de Vitor, não foi convidada para passar as férias na casa do lago.
— Poxa, Carla, sinto muito! — diz Vitor, atuando o máximo em que consegue. — Mas ainda bem que você veio mesmo sem um convite, né?
A menina tentou ignorar isso, escolhendo acreditar que teria mesmo sido um descuido de Vitor e que a presença dela era sim tão importante quanto a de qualquer outro ali.

E o café da manhã se passou "tranquilo", como sempre entre provocações, nada anormal.

— Gente, vamos aproveitar para nadar um pouco? — diz Angel, entusiasmada.
— Tá, vamos. — todos disseram em coro.
— Vocês podem ir na frente, vou pegar meu biquíni e passar um protetor solar. — Lia disse enquanto subia as escadas em direção ao seu quarto.

Chegando lá, Lia colocou seu biquíni e passou seu protetor solar, conforme havia dito. Quando estava quase saindo do quarto, percebeu que a luz de seu notebook estava piscando.
— O quê que é isso? — disse a menina enquanto o abria e se deparava com algo inesperado.

Havia uma foto de uma parede ensaguentada com uma frase sobre ela: "Coitadinha. Seus amigos desconfiam de você. Será que se soubessem da verdade, ainda seriam seus amigos?"
— QUE PORRA É ESSA? — Lia gritava enquanto olhava a tela do notebook.
A menina chorava desesperadamente, sem saber o que fazer, a não ser cair no travesseiro.
— Eu posso contar pra Madu, ela não me julgaria, certo? — pensava a menina, quando foi atingida por algo em direção da janela.
Olhou para fora para ver quem havia arremessado, mas só havia uma imensidão de mata, nenhum ser vivo à vista. A garota tentou respirar fundo e pegou o bilhete para ler. Estava escrito: "Se contar algo, alguém que você gosta muito vai morrer"

Débora estava deitada na cama, com muita dor de cabeça, lembranças vagas sobre o que havia acontecido na noite anterior passavam em sua mente.
— Aqui o remédio. — Larissa falou entregando um copo de água e um comprimido.
— Obrigada. — Débora falou e engolia na mesma hora.
— Eu te avisei para não beber, mas acho que não adiantou. — disse Lari, revirando os olhos.
— Me erra, ok?
— O que eu fiz? — a garota uniu as sobrancelhas.
— Eu podia estar bêbada mas eu me lembro muito bem do que você disse ontem. — diz  Larissa — Você gosta de alguém daqui!
— Sai do quarto, pelo amor...
— Nem vem! — Larissa a interrompe. — Nós somos melhores amigas há anos, e você nunca me contou sobre nada disso. Eu te conto sobre tudo o que acontece na minha vida.
— Eu já pedi pra você sair!

A menina respirou fundo e saiu do quarto, minutos depois bateram na porta novamente.

— Larissa, sai daqui!
— Calma, sou eu. — Ana Clara fala, já entrando no quarto.
— Ah, desculpa.
— Você tá bem? — ela pergunta.
— Um pouco, uma dorzinha de cabeça e tô tentando me lembrar do que aconteceu ontem.
— Então você não lembra?
— Lembro que houve bastante beijo. — Déb responde — E uma lap dance... — ambas sorriem maliciosamente — A gente podia repetir qualquer dia desses...
— Sim, podemos... — Ana fala dando um sorriso malicioso — Me encontra hoje a noite lá no porão.
— Ok. — Débora diz contente.

Ana saiu do quarto e Débora se jogou na cama. Mal sabiam das consequências que aquilo teria.

Débora estava sentada no sofá, quando Luísa veio em sua direção.
— E aí... Débora? — A menina disse, em dúvidas.
— Sim. O que veio fazer aqui?
— Calma aí, estressadinha. Vim perguntar se você quer participar do ménage entre Mafê, Luiz, Vitor e eu. — diz Luísa, fazendo a menina que a alguns segundos atrás estava prestes a chorar, a rir. — O que tá acontecendo com você, Deb?
— Não me chame assim...
— Porque?
— Nada. Mas enfim, a Larissa está chateada comigo porque eu não contei pra ela sobre quem eu gosto. É complicado, sabe?
— Olha, posso te dar um conselho? — Débora assente com a cabeça — Eu acho que você não deve nada para Larissa, quer dizer, você está sempre ajudando ela.
— Nós somos amigas desde sempre.
— Que drama! — Luísa fala e Déb balança a cabeça negativamente.
— Você não entende. — A garota fala se levantando, prestes a chorar.
— Me desculpa, ok? Eu sou uma otária. Essa não foi minha intenção.
— Vai inventar desculpas na puta que pariu, garota. Eu tô tão cansada de gente idiota, como você.